DÚVIDAS

O Fado Tropical e a "licença poética"
O nosso querido — e genial — Chico Buarque não teria cometido um erro de conjugação no trecho abaixo de Fado Tropical? (Não tenho certeza se a letra é mesmo de Chico Buarque, e não de Ruy Guerra, mas isso não importa na presente questão.) «(...)Mas não sê tão ingrataNão esquece quem te amouE em tua densa mataSe perdeu e se encontrou(...)» Os verbos ser e esquecer não deveriam ser conjugados como sejas e esqueças, por estarem no imperativo negativo? A "licença poética" se aplica a esses casos? Grato.
Aposto, vírgulas e frase curta
Pedindo desculpas pela insistência, gostaria que me explicassem se na frase «Os trabalhadores ucranianos, mais qualificados, são menos bem remunerados» as vírgulas estão correctamente colocadas. A frase encontra-se aqui fora de contexto, mas julgo que a ideia original era, comparando as qualificações dos trabalhadores ucranianos com as dos trabalhadores portugueses, realçar a contradição de aqueles serem menos bem pagos, apesar das suas qualificações. Consultando professores de Português, obtive várias respostas que posso resumir do seguinte modo: 1) a utilização das vírgulas seria gramaticalmente incorrecta, por separar o substantivo do adjectivo ou da oração adjectiva; 2) apesar de não ser gramaticalmente incorrecta, seria preferível não utilizar as vírgulas, pois os sinais de pontuação deveriam ser empregados com parcimónia, não acrescentando aquelas nada à frase em causa (opinião de que discordo…). Se em relação à primeira resposta não tenho os conhecimentos necessários para me pronunciar (parece-me ter lido algumas repostas contraditórias no Ciberdúvidas quanto a esta matéria), confesso que me sinto inclinado a discordar frontalmente da segunda. Quer parecer-me que se verifica, efectivamente, uma tendência para a simplificação dos textos escritos (talvez por influência da língua inglesa), com a redacção de frases mais curtas e com uma assinalável diminuição da utilização de vírgulas. Mas não revelará também essa tendência uma diminuição das competências linguísticas da nossa população escolarizada e o consequente empobrecimento da língua portuguesa? Antecipadamente grato pela atenção.
«Há um tesouro escondido nesta floresta»
Tenho de reconhecer que há frases que me levantam imensas dúvidas no momento de proceder à análise sintáctica. Assim sendo, gostaria que, tendo em consideração a antiga e a nova terminologia, me mostrassem qual a função sintáctica desempenhada pela expressão «um tesouro escondido» na seguinte frase: «Há um tesouro escondido nesta floresta.» As respostas que me dão e as possibilidades por mim pensadas não me deixam verdadeiramente convencido. Agradeço desde já a atenção dispensada...  
ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de LisboaISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa