Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Classe de palavras: preposição
José Garcia Formador Câmara de Lobos, Portugal 834

Perguntava-vos se a falta de contração observada na frase é admissível ou é reprovada pela norma: «Convidou as pessoas "de ali" perto.»

Obrigado.

Diogo Morais Barbosa Estudante Lisboa, Portugal 3K

Creio que percebo o sentido de por entre (aliás, uma resposta anterior do Ciberdúvidas fortaleceu-me nessa opinião). No entanto, pergunto-me se podemos sempre usar entre onde por vezes nos parece melhor por entre.

Acabo de ler uma frase que termina com «ouvindo o sussurro do vento entre as árvores». Neste caso, parece-me que o correto deve ser «por entre as árvores», como se estivéssemos a falar de um movimento que ocorre no interior da floresta... Não sei se estou a ser claro.

Em suma, gostava de saber se há alguma diferença clara entre entre e por entre. No exemplo que acabo de dar, não deveria ler-se por entre?

Muito obrigado.

João Lázaro Professor de Português Madrid, Espanha 645

Na minha profissão, sendo hispanofalantes a maioria dos meus alunos, deparo-me sistematicamente com o que me parece ser um uso indevido da preposição por (e as suas contrações), mas não tenho a certeza de como lhes explicar esta questão.

Vejo muitas vezes formações como:

O jogo foi cancelado pela tempestade. (devia ser «por causa da tempestade»)

Estamos confinados pela Covid. (devia ser «por causa da Covid»)

Não posso sair pela porta, visto que não tenho a chave. (pretende-se dizer «tenho de ficar em casa por causa da porta»)

A lei foi escrita pelo presidente, que cometeu um crime. (pretende-se dizer «por causa do crime do presidente»)

Os erros nas duas últimas frases parecem-me particularmente graves; gera-se confusão com as preposições de movimento e com os agentes da passiva. No entanto, há outras situações em que, aparentemente, podemos usar tanto por como «por causa de»:

A caravela, pelas suas características, era a embarcação ideal para navegar naquelas condições. (ou "por causa das suas características")

O livro, pela sua dificuldade, tem de ser lido por partes. (ou "por causa da sua dificuldade")

O empregado, pela sua experiência, devia ser promovido. (ou "por causa da sua experiência")

Como posso explicar em que casos posso ou não usar ambas as alternativas?

Muito obrigado desde já.

Sara Afonso Professora de ballet Porto, Portugal 3K

«Denominada de...» é errado?

Deve ser escrito, sem exceções, sem preposição?

Carlos Herrero Professor Portugal 1K

Qual das seguintes formas é a correta? De forma a as pessoas poderem passar, temos de desimpedir o caminho. De forma às pessoas poderem passar, temos de desimpedir o caminho. A preposição de não se contrai com artigos quando seguida de formas verbais no infinitivo. Acontece o mesmo com a preposição a?

Muito obrigado pela vossa atenção.

Lucas Ximenes Escritor Porto Velho, Brasil 12K

Gostaria de saber se eu posso ou não usar vírgulas antes da preposição "com".

Vou citar algumas frases de exemplo, que sempre me confundem.

«João me encarou, com os olhos abertos.»

«Leslie segurou a corda enquanto falava, com os olhos brilhando de entusiasmo.»

«Rose lançou um olhar furioso, com sua cabeça balançando.»

Na literatura inglesa, esses casos são mais difíceis de acontecer, pois eles costumam remover o com e deixar a frase intacta. Levantei uma dúvida sobre isso e me foi dito que o com deixaria as frases mais genuínas, pois, caso contrário, soaria a tradução.

Ou seja, o "com" é ou não necessário?

Flávio Gomes Instrutor de Inglês Belo Horizonte, Brasil 1K

Visto que o verbo preocupar(-se) rege a preposição com antes de substantivos, a seguinte frase tem de obrigatoriamente ser «Doroteia, na verdade, está preocupada com se Dante não está sentindo sua falta», ou, neste caso, podemos dizer simplesmente «Doroteia, na verdade, está preocupada se Dante não está sentindo sua falta»?

E por qual motivo?

Fernando Bueno Engenheiro Belo Horizonte, Brasil 1K

Examinem-se as seguintes frases:

«Carlota disse ao filho para não voltar à cidade.»

«Ela lhe pediu para não chamá-la de Doquinha.»

«No auge da aflição, seu companheiro gritava-lhe para não sair do lugar.»

Gostaria de saber sobre a legitimidade das orações iniciadas por para. São um caso de contaminação sintática? De coloquialidade? Como analisar esse tipo de orações?

Obrigado.

Pedro Campos Professor de Português (língua não materna) Malmö, Suécia 1K

Pode a preposição de ser considerada uma conjunção completiva nos seguintes exemplos?

(1) Está na hora de ir para a cama.

(2) Gosto de passear no parque.

(3) Preciso de me deitar mais cedo.

Obrigado.

Maria Adriana Almeida Professora Matosinhos, Portugal 1K

Gostaria de saber como classificar a oração iniciada por "sem que" na seguinte passagem de um texto de Hélia Correia:

« Este Sermão revela-se um prodígio, um alto jogo de prestidigitação. Alegoria bem engendrada, sim, porém há muitas alegorias igualmente capazes. Todas servem para que se diga o que se quer dizer sem que se arrisque frontalmente o leitor.»

Parece-me estar presente uma ideia de concessão / oposição...

Estamos perante uma oração subordinada adverbial concessiva ou a uma coordenada adversativa ?