O nome/substantivo coletivo cacho, derivado «do latim capulu-, "punhado; mancheia"», designa diferentes realidades (cf. Grande Dicionário da Língua Portuguesa, da Porto Editora, 2010):
— no domínio da botânica (um cacho de uvas, um cacho de bananas);
— os anéis de cabelos encaracolados em conjunto pendente.
O termo cacho é, também, usado com sentido figurado com o sentido de «embriagado» na expressão «estar com um cacho», sugerindo a ideia de que a pessoa ingeriu (o líquido) de muitos cachos de uvas.
Para qualquer um destes nomes/substantivos, independentemente do seu sentido, não há dúvida de que a forma analítica do aumentativo se aplica a todos:
— com a junção de um adjetivo que indique aumento, como grande ou enorme: um grande cacho (de uvas, de bananas, de caracóis) e em «está com um grande cacho»; um cacho enorme.
Relativamente à(s) forma(s) sintéticas, não encontrámos registo de nenhuma forma atestada pelas gramáticas, pelos dicionários e vocabulários ortográficos. Resta-nos, então, recorrer ao processo de formação do aumentativo previsto pelos gramáticos, que consiste no emprego dos sufixos aumentativos usados em português: -ão, -zão, -alhão, -arrão, -zarrão, -eirão, -aço, -arra, etc. Teremos, assim, várias formas de aumentativo, como por exemplo: cachão, cacharrão; cachozão.
Trata-se, portanto, de aumentativos que não se encontram dicionarizados nem estabilizados, que podem ocorrer em situações informais, em casos de uso da linguagem familiar e corrente, para se traduzir uma situação em que se realce, pela positiva ou pela negativa, a ideia/imagem de um determinado cacho.