Estou cursando um preparatório para concurso e em uma das aulas o professor nos disse que podemos usar o pronome consigo com referência a primeira pessoa do singular eu. Por exemplo: «Eu caminhava e falava consigo sobre o que ocorreu ontem.»
Perguntei a ele se deveria usar o pronome comigo ao invés do consigo. Ele disse que ambas as formas podem ser aceitas em uma prova de concurso. Porém, depende de a bancada julgar correto ou não.
Segundo ele, o professor, temos muitos autores de gramática da língua portuguesa que divergem quanto ao uso desse pronome com referencia ao pronome eu.
Preciso de ajuda quanto a esta questão e desde já agradeço.
Tenho dúvidas nas expressões de cortesia usadas por telefonistas. Quais as correctas?
1.
a) «Bom dia, em que lhe posso ser útil?»
b) «Bom dia, em que posso ser-lhe útil?»
2.
a) «Bom dia, em que posso ajudar?»
b) «Bom dia, em que o/a posso ajudar?»
O pronome em b) é absolutamente indispensável?
Gostaria de obter mais informação sobre as fórmulas de tratamento (ex.: uso da terceira pessoa do singular para demonstrar distanciamento, etc.).
Obrigado.
Sei que em Portugal é comum misturar o pronome vocês com o pronome vós, mas já que o Ciberdúvidas dá consultorias lingüísticas, o que necessariamente repousa na gramática normativa, não teria sido melhor ter sugerido «Pintai a vossa vida da melhor forma», em que haveria uniformidade de tratamento?
Gostaria de saber como tratar um padre no Brasil, tanto na forma verbal como, e principalmente, na forma escrita.
Obrigada.
É correto dizer: «Falta-te juízo!»? Em outras palavras, é possível usar pronome oblíquo de segunda pessoa quando o verbo pedir um objeto indireto? Seria melhor dizer: «Falta juízo a ti»?
Sei que o mais correto seria dizer: «Falta-lhe juízo». Porém, quero manter a conjugação na segunda pessoa, como é possível?
Grato.
Gostaria de ver esclarecido o uso de V. Ex.ª — quando se aplica abreviado e por extenso, como em Vossa Excelência.
Obrigada.
O que há de errado com as expressões "nós vamos" e "vós ides". Como se justifica que não se usem em vez das "a gente vai" e vocês vão". Será da moda ou é algo da língua portuguesa?
Obrigado.
Li uma resposta aqui no Ciberdúvidas onde se falava sobre os pronomes pessoais no Brasil. Diz-se que esse uso é incorrecto na linguagem formal. O que quero saber é então como é que se pode fazer a diferença entre o ouvinte (você), e uma terceira pessoa (ele/ela). Se estou a falar com um homem a quem chamo de «você», no Brasil ou em Portugal, e, nós dois estamos a falar de outro homem (o Senhor Martin), como se pode especificar de quem se fala se digo algo como: «(No telefone) Você sempre fala do mesmo caso. Já lhe disse que isto é tão importante para si/você quanto para mim. O Senhor Martin estará aí durante umas horas e depois partirá consigo/com você. Apesar de tudo isto, receio que não poderei vê-lo.»
Isto aqui é um texto que inventei neste momento. Talvez não seja tão genuino, mas há muitos casos assim. Agora, como se pode especificar de quem estou a referir-me aí? Sei que poderia dizer «ver o Senhor Martim», mas seria redundante. Tampouco «ver você» estaria correcto. Isto, como se sabe, leva também muita gente do Brasil usarem «te» com o pronome «você», i.e. «Deixe que eu te diga. Você vai ficar surpreendido». Esta trapalhada de pronomes, porém, também acontece em Portugal com «vocês», i.e. «Quero dizer-vos que vocês são muito simpáticos». No complemento indirecto já se diz: «Quero dizer a ele», «Vou mostrar a vocês que não é difícil». Em espanhol, esta diferença faz-se com o chamado «a pessoal», i.e. «Lo veo a usted», «Lo veo a él», «Los llevo (a ellos/a ustedes)».
Então, como se pode dizer isto correctamente?
Seja com «vocês, eles/elas» em Portugal, ou, «você, ele/ela» no Brasil.
Eu sempre soube que estes usos são incorrectos, embora sejam utilizados como a norma. Quando uso «vocês», sempre faço a concordância com «lhes, os/as, seu(s)/sua(s)», mesmo que sempre veja e escute os portugueses fazerem a discordância com «vos, vosso(s)/vossa(s)». Em outra resposta no Ciberdúvidas, leio que este uso de «vos, vosso» em Portugal é mais provinciano, que o que se deve ensinar aos estrangeiros é usarem «lhes, os/as, seu» com «vocês». Mas, muitas das fontes para aprender português (de Portugal) que eu usei, ensinam «vos» como o complemento directo e indirecto que vai com «vocês», junto com «vosso». Por que é isto? Fiquei surpreendido quando o vi. Apenas começava a aprender português, e falando já espanhol, sabia que isso era errado. Até hoje, nego-me a usar «vos, vosso» com «vocês». Prefero usar o pronome «vós» e as suas formas verbais antes do que isso. No principio, tinha medo de que seria eu o «errado» nos olhos (e nos ouvidos) dos portugueses.
Uma última pergunta tendo a ver com este tema, em Portugal, é aceitável o uso de «você» e «com você» em vez de «si» e «consigo»?
Oxalá possam esclarecer as minhas dúvidas.
Muito obrigado.
Este é um espaço de esclarecimento, informação, debate e promoção da língua portuguesa, numa perspetiva de afirmação dos valores culturais dos oito países de língua oficial portuguesa, fundado em 1997. Na diversidade de todos, o mesmo mar por onde navegamos e nos reconhecemos.
Se pretende receber notificações de cada vez que um conteúdo do Ciberdúvidas é atualizado, subscreva as notificações clicando no botão Subscrever notificações