DÚVIDAS

O empréstimo chapitô
Há dias, numa notícia sobre a situação em que se encontram as companhias de circo em Portugal por causa das restrições da pandemia, "tropecei" na palavra «chapitô», como substantivo comum:  «O primeiro ano dos artistas de circo fora do chapitô.» Confesso, desconhecia por completo; nem encontrei dicionarizado  a palavra  como substantivo comum. Só  conhecia em maiúscula, o nome da escola de circo Chapitô. Muito agradeço o esclarecimento.  
O hífen e bebé como elemento de composição
Como bem se sabe, o género do nome bebé não está marcado morfologicamente, mas sim sintaticamente através do uso, por exemplo do artigo definido («o bebé»/«a bebé»). Não obstante, casos há em que não é possível recorrer a essa diferenciação através de um determinante, pelo que é habitual, ainda que também sintaticamente, estabelecer a diferença de género com o recurso à justaposição dos nomes menino ou menina (p. ex.: «Vende-se roupa de "bebé menina”»). Ainda que seja infrequente encontrar tal composição hifenizada, não estaríamos perante um caso de uma palavra composta através da justaposição de dois elementos de natureza nominal que, além de manterem o seu próprio acento, formam também uma unidade sintagmática e semântica (à semelhança da já lexicografada bebé-proveta), pelo que deveria ser grafada com hífen (p. ex. “bebé-menina”/“bebé-menino”)? Agradeço, desde já, a vossa resposta e atenção!
Orações começadas por para
Examinem-se as seguintes frases: «Carlota disse ao filho para não voltar à cidade.» «Ela lhe pediu para não chamá-la de Doquinha.» «No auge da aflição, seu companheiro gritava-lhe para não sair do lugar.» Gostaria de saber sobre a legitimidade das orações iniciadas por para. São um caso de contaminação sintática? De coloquialidade? Como analisar esse tipo de orações? Obrigado.
A sintaxe do verbo perguntar
Vi  [no Ciberdúvidas] que o verbo perguntar pede objeto indireto. Porém. o Google apresenta um dicionário exibindo o mesmo verbo como transitivo direto na primeira entrada com o sentido de "fazer pergunta(s) a; interrogar", e cita como exemplo a frase "o detetive perguntou todos os suspeitos". (Para abrir a página, procurar por "dicionário perguntar".) Gostaria que pudessem explicar o por quê da diferença. Obrigado!
Os complementos verbais do português entre falantes de espanhol
Sou professora de Português em Espanha e, com frequência, observo que os meus alunos elaboram frases como: – Gostaste do filme? Sim, gostei dele. – Pratico natação e como gosto muito dela, vou à piscina duas vezes por semana. Produz-me muita estranheza este uso do pronome pessoal para substituir realidades que não são pessoas. Nas minhas aulas, eu nunca uso o pronome pessoal nestas estruturas. Simplesmente respondo: – Gostaste do filme? Sim, gostei. / Gostei, gostei muito. – Pratico natação e como gosto muito, vou à piscina duas vezes por semana. Porém os meus alunos fazem estas pronominalizações de forma natural. Duvido que seja por influência do espanhol, dado que a construção deste verbo é completamente diferente. Penso que não é correto, mas, às vezes, já me fazem duvidar. Gostava de poder explicar bem o porquê e como não encontrei informação sobre o assunto, pensei que era uma boa questão para este espaço. Antes de acabar, queria deixar constância do meu mais sincero agradecimento pela extraordinária ajuda que este site me oferece na preparação das minhas aulas. Muito obrigada!'
«De vídeo» e «em vídeo»
Sou tradutor profissional e gosto muito do vosso trabalho, considerando-o extremamente útil e importante, especialmente para os tradutores profissionais. A minha pergunta é: Qual das duas frases nos exemplos abaixo é correta? (refiro-me à preposição "de" ou "em" que precede a palavra "vídeo") – Isilda Gomes dirige-se aos portimonenses em mensagem de vídeo; – Não foi a única iniciativa do Papa, que também enviou uma mensagem em vídeo aos participantes. As minhas tentativas de encontrar uma resposta convincente na Internet não deram resultado. Desde já agradeço a atenção dada à minha pergunta.
ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de LisboaISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa