Resistir significa, desde a sua origem «ficar firme», «aguentar». Esses são os sentidos que continuam a ser atualizados em plena guerra entre Rússia e Ucrânia, como recorda a professora Carla Marques nesta sua crónica.
Resistir significa, desde a sua origem «ficar firme», «aguentar». Esses são os sentidos que continuam a ser atualizados em plena guerra entre Rússia e Ucrânia, como recorda a professora Carla Marques nesta sua crónica.
«Há 7000 anos, quem vivesse à volta do estuário do Tejo ouviria palavras de viajantes de outras zonas da Ibéria, que falariam [várias] línguas antigas. Não seria impossível encontrar falantes do basco da época, do tal ibérico, de línguas mais próximas que hoje não têm nome — e ainda palavras das línguas do Norte de África. Não se ouviria, certamente, uma só língua. É difícil reconstruir a paisagem linguística desses tempos. Temos apenas vislumbres.»
Texto do tradutor e professor universitário Marco Neves, dedicado à história das línguas que se falaram em Lisboa, das mais remotas, pré-indo-europeias, até à implantação medieval do galego-português na cidade que veio a tornar-se a capital do reino de Portugal. Transcreve-se com a devida vénia o artigo publicado no blogue Certas Palavras em 6 de março de 2022, mantendo-se a grafia do original, que segue a norma ortográfica de 1945.
«Além da exposição principal e permanente, o Museu tem exposições temporárias que são verdadeiras experiências artísticas, sensitivas e culturais.» Crónica da linguista Edleise Mendes (Universidade Federal da Baía) incluída na emissão do programa Páginas de Português pela Antena 2, em 27 de fevereiro de 2022. A autora assinala a reabertura do Museu da Língua Portuguesa em São Paulo, corrida em 31 de julho de 2021, recordando a sua história e dando conta de como este espaço recuperou o anterior dinamismo e se refez dos estragos causados pelo incêndio que o destruiu em 2015.
A importância do ensino da morfologia derivacional no contexto do Português como Língua Estrangeira (PLE) é o tema de uma reflexão de Inês Gama, que considera que «no ensino da formação de palavras, cabe ao professor dotar os aprendentes de estratégias que lhes permitam entender o funcionamento do léxico da língua, nomeadamente os processos que intervêm na sua criação, como é o caso da derivação».
O conflito na fronteira entre a Ucrânia e a Rússia abre caminho à palavra guerra, cuja origem e evolução se explora na crónica da professora Carla Marques.
«O conflito entre a Rússia e a Ucrânia está não só a abalar o mundo como também, no caso português (e noutros não será diferente), a própria língua, que se vê na necessidade de referir novas realidades e de designar locais, pessoas ou acontecimentos respeitantes a realidades distantes e com pouca tradição de referência na língua», refere-se neste apontamento dos professores Carla Marques e Carlos Rocha dedicado a questões lexicais que emergem na língua a propósito da atualidade noticiosa em torno do diferendo entre os dois países.
«Presidente, para quem não sabe, é o particípio presente do verbo "presidir". Assim era no latim (praesidente(m), no acusativo). Ora, no particípio presente, apenas existe uma forma, seja para o masculino, seja para o feminino» – afirma o professor universitário Carlos André, num artigo onde analisa a questão do género do ponto de vista etimológico e morfológico. Apontamento da página de Facebook do autor, em 13 de fevereiro de 2022 (artigo aqui transcrito com a devida vénia).
Um portal na internet com informação da oferta e da procura de emprego criado pela Câmara Municipal de Viana do Castelo. Com nome em inglês porquê?
«[N]esse mundo sem fronteiras que é a Internet não faltam os policiamentos linguísticos e as discriminações contra aqueles(as) que ousam ferir o ideal do português padrão, correto, incorruptível. Para os que rompem com esse ideal não faltam adjetivos como “burros”, “ignorantes”, “assassinos da língua”, “analfabetos”, entre muitas expressões que circulam nas redes. Mas que português castiço seria esse?»
Crónica da linguista Edleise Mendes incluída no programa de rádio Páginas de Português (Antena 2), em 13 de fevereiro de 2022, a respeito de como o uso dos meios digitais levanta questões importantes sobre usos informais e norma linguística, especialmente no Brasil.
«Como é que guerra e varrer têm a mesma origem, mas significados tão diferentes» A respeito da etimologia mais remota da palavra guerra, no contexto da crise política e militar na Ucrânia, um apontamento que o professor universitário e tradutor Marco Neves publicou no blogue Certas Palavras 13 de fevereiro de 2022.
Na imagem, guerreiros francos. Fonte: "The Frankish way of war" in Weapons and Warfare. History and Hardware of Warfare (consulta em 17/02/2022).
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