Português na 1.ª pessoa - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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  «Antes de ser acessor de Cavaco, David Justino foi ministro da Educação de Durão Barroso.»
Público, 14/02/2016, p. 9.

Se o jornalista que legendou a imagem já tivesse sido assessor de imprensa, por certo não escreveria "acessor"…

Falava-se de exames, de ensino, de retenções, de dificuldades em língua portuguesa, da necessidade de ditados para conhecer e fixar a grafia, e eis senão quando aparece a legenda: «A partir do momento em que acaba o ciclo dos primeiros quatro anos, ou o aluno sabe, ou vai andar cocho» ("Princípio da Incerteza", RTP3, 13-02-2015), (...)

Se o apelido é Sanches,<br> porquê dizer Sánchez?!

Em Portugal, os profissionais de rádio e de televisão, salvo raras exceções, pronunciam o apelido do jovem futebolista do Benfica Renato Sanches como se se tratasse de um mexicano – logo, "Sánchez", com z –, sendo responsáveis pela disseminação do erro entre os adeptos em geral, não obstante o jogador só aparecer em público com o nome estampado corretamente nas costas da camisola. Não saberão ler? (...)

E que tal menos desleixo e mais brio profissional?

O jornal i e o semanário Sol passaram a seguir as novas regras ortográficas em vigor oficialmente em Portugal, terminado que foi o período de transição, tal como no Brasil. Não se pode dizer é que, pelo menos no primeiro caso, a opção tenha sido minimamente ponderada. (...)

Chrónica de Carnaval

A propósito da querela do Acordo Ortográfico, apresenta-se um texto que Frederico Lourenço escreveu e divulgou no dia de Carnaval de 2016 (9/02/2016) no mural da sua página do Facebook.

O grau centígrado: um fóssil terminológico

Muito se tem escrito e falado sobre a utilização do grau centígrado como unidade corrente de temperatura. Nos jornais, na rádio e na televisão, uns dizem «grau Celsius», e outros falam no «grau centígrado». Mas subsiste, para algumas pessoas, a dúvida aparentemente eterna: a forma correcta é «grau centígrado», ou «grau Celsius»? (...)

«Alguém lhos

«Serena e o dorminhoco Djokovic com os troféus do Open da Austrália do ano passado. Alguém lhos tiram das mãos?»

Diário de Notícias, 17/01/2016

«Alguém lhos tiram»?!!

(...)

O novo dialeto

«Se [José Leite Vasconcelos – que estudou a dialetologia e a glotologia portuguesa, elaborando um mapa com as suas variantes, em finais do século XIX] vivesse hoje, confrontar-se-ia decerto com uma nova variedade fonética, que despontou nas últimas décadas pelos territórios da província audiovisual-desportiva e alastrou célere ao espaço informativo generalista: suspeito que o respeitável erudito o viesse a apelidar de "caixodrês", um "falar" hodierno que emerge da cultura nativa das margens da bacia do Tejo ("homo tagus"), coeva da novel idade geológica do Antropoceno, sucessora do desgastado Quaternário por via da excessiva intervenção humana no corpo do planeta Terra. (...)»

É o <i>lifestyle</i>, <i>stupid</i>

«(...) Novos mistérios cosmopolitas surgem todos os dias, sempre vestidos à inglesa, como winelovers espalhados pelo lounge a discutir o último jantar vínico num espaço underground. Quase os conseguimos ouvir gabar a experiência fine dinning e o chill out do seu próprio lifestyle. Ouvimos, sim, mas não é fácil perceber. (...)»

Trabalho jornalístico publicado na revista do semanário Expresso de 22/01/2016, à volta do vocabulário que caracteriza o cosmopolitismo contemporâneo, inçado de excessos de anglicismos e não só, nos usos da língua em Portugal por estratos sociais mais contaminados por um certo «novo-riquismo lexical», como o define o linguista João Valente, ouvido neste artigo que transcrevemos na íntegra, a seguir, com a devida vénia aos autores e ao jornal português.

Talentos e talentaços

A utilização da língua portuguesa na RTP é a prova acabada do talentaço reinante nos programas da estação pública nacional. A desmedida é tal, que o idioma de Cesário Verde, para não estar sempre a citar o trinca-fortes do Camões, não chega.

Got Talent Portugal é um dos seus mais jubilosos programas, acabadinho de ser anunciado, por acaso no insuficiente idioma do meu vendedor de pêra-rocha. (...)