Da origem da palavra Natal à sua transcategorização de adjetivo para nome próprio: sobre estes temas trata a crónica da professora Carla Marques, no programa Páginas de Português, da Antena 2, do dia 12 de dezembro de 2021.
Da origem da palavra Natal à sua transcategorização de adjetivo para nome próprio: sobre estes temas trata a crónica da professora Carla Marques, no programa Páginas de Português, da Antena 2, do dia 12 de dezembro de 2021.
Sobre o plural de bolo-rei, relembra a professora Sandra Duarte Tavares que «neste composto, ambos os nomes vão para o plural» e, portanto, deve dizer-se bolos-reis. Este e outros quatro desvios em relação à norma-padrão, no uso de palavras alusivas ao Natal, preenchem este apontamento que a autora publicou na versão digital da revista Visão, em 8 de dezembro de 2021.
«A longevidade do Ciberdúvidas é fascinante. Diversas vezes ocorre o seguinte cenário: um indivíduo qualquer teve uma dúvida de ortografia no fim dos anos 90 para que nós, em 2021, pudéssemos usar a resposta a essa dúvida como arma de arremesso numa discussão com um amigo. É assumidamente um consultório, onde os portugueses vão tratar dores lexicais, etimológicas, semânticas ou gramaticais.» Assim se refere o humorista Manuel Cardoso ao papel pioneiro do Ciberdúvidas como serviço de aconselhamento, divulgação e debate sobre temas da língua portuguesa, que completa 25 anos de atividade em 15 de janeiro de 2022.
Texto publicado no portal Sapo 24 no dia 7 de dezembro de 2021 a seguir transcrito, com a devida vénia – e um agradecimento pelas (bem-humoradas) palavras de apreço ao Ciberdúvidas da Língua Portuguesa.
«A concisão também é uma virtude – e está a meio caminho entre o laconismo, de um lado, e a prolixidade, de outro. Se queremos ser compreendidos por nossos interlocutores, buscar a concisão é da máxima importância.» Com estas considerações, o tradutor e revisor de William Cruz dedica um apontamento à importância do estilo conciso, nem escasso (lacónico) nem abundante (prolixo) em palavras, de modo a conjugar clareza e brevidade na expressão verbal. Uma publicação de 31 de outubro de 2021 do mural Língua e Tradição, no Facebook.
As expressões idiomáticas – «formas de expressão próprias de uma língua que refletem a sua riqueza» – e o escasso espaço que ainda lhes está reservado no ensino português justifica esta reflexão de Inês Gama, que alerta para o risco de «cair no esquecimento uma parte estruturante e identificadora da língua portuguesa».
«Associar as dicotomias claro/escuro, luz/trevas ou dia/noite à concentração de melanina na pele é tão disparatado que se torna quase cómico», escreve o jornalista João Miguel Tavares*, discordando da deputada Joacine Katar Moreira e de todos os que, como ela, apontam a carga negativa associada à cor da pele em expressões e palavras herdadas dos tempos da escravatura e do colonialismo.
* Crónica disponível na edição de 7 de dezembro de 2021 do jornal Público, reproduzida a seguir, com a devida vénia, conforme a norma ortográfica de 1945 do original..
«A palavra portuguesa parece ter vindo do latim, mas por um caminho particular» – começa por dizer o professor Marco Neves (Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa) num apontamento do blogue Certas Palavras em 1 de dezembro de 2021, sobre a etimologia da palavra ilha. O comentário é também pretexto para referir a participação do autor nas III Jornadas de Língua Portuguesa do Mindelo, realizadas de 22 a 26 de novembro de 2021 com a organização do Centro de Língua Portuguesa Camões I.P. desta cidade cabo-verdiana, da Universidade de Cabo Verde e da delegação do Ministério de Educação de São Vicente. Mantém-se a ortografia de 1945, que é a adotada no texto aqui transcrito com a devida vénia.
«O “jajar” é uma das grandes armas da nossa cultura. Ao “jajarmos”, fazemos com que o mandador pareça impaciente, tirânico, caprichoso e surdo.» Crónica da edição de 5 de dezembro de 2021 do jornal Público e assinada pelo escritor Miguel Esteves Cardoso, que, a propósito do uso do advérbio já como resposta a ordens («já vou», «já ouvi», «já faço»), cria o verbo "jajar", um neologismo para denotar a atitude de quem acata uma ordem sem pressa e com má vontade. Mantém-se a ortografia de 1945 em que está escrito o original.
O apelido do nobel português da Literatura, Saramago, dá matéria à crónica da professora Carla Marques, que explora a origem silvestre da palavra e os sentidos que Saramago lhe acrescentou, no programa Páginas de Português, da Antena 2, do dia 28 de novembro de 2021
Uma nova palavra entrou no léxico da covid-19 – e pelas piores razões, como tudo o que está a atingir o mundo por via da pandemia do SARS-CoV-2 e da denominação oficial da variante B.1.1.529. Como em todas as anteriores, a Organização Mundial de Saúde optou por uma letra do alfabeto grego, a 15.ª, precisamente. Reproduzida para o português, como palavra esdrúxula, a sua grafia leva obrigatoriamente acento no primeiro o, com a correspondente prolação. Regra que não tem sido seguida na comunicação social portuguesa. como aponta a professora Lúcia Vaz Pedro.
Este é um espaço de esclarecimento, informação, debate e promoção da língua portuguesa, numa perspetiva de afirmação dos valores culturais dos oito países de língua oficial portuguesa, fundado em 1997. Na diversidade de todos, o mesmo mar por onde navegamos e nos reconhecemos.
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