Português na 1.ª pessoa - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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O cair das máscaras
Etimologia, a propósito da covid-19 e do 25 de Abril de 1974

«As palavras máscara em português e em espanhol, masque em francês e mask em inglês terão todas a mesma origem, i.e., a palavra maschera, com o significado de "rosto falso", atestada no século XIV, na obra de Giovanni Boccacio, autor que, tal como Dante Alighieri, era natural de Florença, berço da língua italiana.»

Artigo da linguista Margarita Correia publicado no Diário de Notícias de 25 de abril de 2022, no qual se aborda a etimologia da palavra máscara a propósito do levantamento da obrigação de usar máscara depois das fortes restrições aplicadas no quadro da pandemia de covid-19.

Paisagens linguísticas
A multimodalidade da comunicação contemporânea

«A paisagem linguística representa os variados modos de uso das línguas/linguagens nos espaços sociais e públicos das cidades, revelando que as nossas sociedades são cada vez mais multilíngues, multiculturais e globalizadas.»

Sobre o conceito de «paisagem linguística», a crónica da linguista Edleise Mendes (Universidade Federal da Bahia) para o programa Páginas de Português, na Antena 2, em 24 de abril de 2022.

 

48 expressões e palavras nos 48 anos do 25 de Abril
Modas, modismos, neologismos e incorreções mediáticas

Assinalando os  48 anos do 25 de Abril em Portugal, a professora Carla Marques apresenta 48 palavras e expressões que caracterizam a língua na atualidade, porque a forma como se fala «como outros produtos humanos, não fica indiferente a esta ação do tempo e também ela é permeável às alterações e acompanha os novos tempos abrindo espaço a muitos fenómenos que a alteram, tanto no sentido positivo como no negativo.»

Um novo museu em Lisboa sobre o <i>quake</i> de 1755?!!
Inaugurado mesmo ao lado do Palácio do PR... português

Lembrar o terramoto que destruiu Lisboa, em1755, com nome em inglês, só se for para visitantes anglófonos...

O perfil ideal de um formador de professores
Um conjunto integrado de indicadores essenciais

«Tal como o perfil de um bom professor não se pode medir por um único ângulo, o perfil de um formador de professores também não se pode medir apenas por ter tido ou não experiência profissional nos ensinos básico e/ou secundário».

Considerações de Carlos Ceia, professor catedrático da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, num artigo de opinião saído no jornal Público em 18 de abril de 2022. O autor manifesta-se quanto ao estudo Perfil académico e profissional de professores do ensino superior que asseguram a Formação Inicial de Professores, do Edulog, portal da Fundação Belmiro de Azevedo, no qual se alerta para a existência de lacunas curriculares de tipo científico e/ou profissional num terço dos formadores de professores em Portugal. Mantevem-se a norma ortográfica de 1945, seguida pelo texto original.

Dez palavras portuguesas de origem catalã
E um dígrafo importado do sul de França

«[F]oi numa viagem às montanhas que separam a Catalunha das terras occitanas que ganhei a pancada das línguas. Aos 14 anos, fui a Andorra com a minha família, todo contente de mapa na mão (não havia GPS), ansioso por entrar num país tão pequeno que parecia de brincar.» O professor universitário e divulgador de temas linguísticos Marco Neves sublinha o significado da Catalunha não só no plano pessoal mas também para a história do léxico da língua portuguesa, num apontamento publicado no blogue Certas Palavras em 12 de abril de 2022.

 

 

Abastardamento bélico da linguagem
A palavra genocídio no contexto da guerra da Ucrânia

Abordando o uso recorrente do termo genocídio nas declarações de dirigentes direta ou indiretamente envolvidos na guerra da Ucrânia, o professor universitário e especialista em Direito Vital Moreira assinala que «[...] nem no caso ucraniano nem no caso russo se verificam [...] elementos da noção de genocídio», em publicação do blogue Causa Nossa em 16 de abril de 2022.

Páscoa
Origem e significados (novos e velhos)

A professora Carla Marques apresenta uma crónica dedicada ao percurso da palavra Páscoa das suas origens até chegar ao português.

 A ciência em português e espanhol
As consequências nocivas da anglofonização na comunicação científica

«Se, por um lado, é certo que a anglofonização global da ciência é benéfica como ferramenta de colaboração, de pluralidade e de inclusão [...], é igualmente certo, por outro lado, que ela tem consequências nocivas para o desenvolvimento, como a exclusão de investigadores e académicos que não escrevem em inglês e o distanciamento das comunidades dos leitores, os próprios cientistas e os demais setores sociais, cada vez mais interessados e dependentes do conhecimento científico.»

Artigo de opinião da linguista Margarita Correia publicado no Diário de Notícias em 4 de abril de 2022, a propósito da publicação do O português e o espanhol na ciência: notas para um conhecimento diverso e acessível, apresentado Conferência Internacional sobre as Línguas Portuguesa e Espanhola, CILPE-2022 (Brasília, 16-18 de fevereiro), da Organização de Estados Ibero-americanos (OEI) e subordinada ao tema "Línguas, cultura, ciência e inovação". A autora sublinha a necessidade de incentivar a comunicação cinentífica nas línguas portuguesa e espanhola como forma de resistir à pressão do inglês.

As palavras comidas
A expressão «come-se» referida a restaurantes

«[O] comentário mais frequente quando alguém se pronuncia sobre a qualidade de um restaurante é "come-se". Alguma vez leu "come-se" num comentário sobre um restaurante? Pois, eu também não.»

Crónica do escritor Miguel Esteves Cardoso incluída no jornal Público em 5 de abril de 2022. O autor comenta, à volta da comida e da restauração, a expressão «come-se», que faz parte de uma série de expressões usadas em Portugal que ocorrem coloquialmente e só raramente afloram na expressão escrita. Respeitou-se a grafia original, conforme a norma ortográfica de 1945.