Pelourinho - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Registos críticos de maus usos da língua no espaço público.
Marteladas na língua portuguesa
Sobre o uso do anglicismo voucher

«Um termo com pêlos eriçados, que [...] soa a pobreza vocabular, ecoa a pedantismo, transpira vaidade saloia, transborda de deslumbramento pacóvio perante a palavra estrangeira» – assim se refere Guilherme de Almeida ao uso do anglicismo voucher, que pode ser substituído por palavras bem enraizadas no português como vale, talão ou cheque e demais palavras compostas relacionadas.

Mais uma hamburgueria de nome inglês?
Visitar o Porto sem ouvir falar português

O atual crescimento urbano, a especulação imobiliária e o turismo massificado acarretam uma aculturação que impõe o inglês nos nomes das lojas e até no atendimento em restaurantes, suplantando o português. A cidade do Porto não escapa a esta vaga, como revela a jornalista Catarina Pires num apontamento entre nostálgico e crítico, saído  no Diário de Notícias de 6 de maio de 2019.

O elegante <i>vintage</i>

De como o estrangeirismo vintage atropelou o vernáculo antigo ou clássico.

<i>Master Class</i>, porquê?!

Qual o sentido de se dar um nome em inglês, Master Class, a um programa de rádio – e logo da rádio pública portuguesa, em parceria com a Sociedade Portuguesa de Autores – que visa a «promoção da música portuguesa e, em especial, ao apoio a novos autores que componham e interpretem em língua portuguesa»?

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Não vou pronunciar-me quanto à aceitabilidade da prática, o meu comentário é apenas de teor linguístico.Tenho visto um uso crescente da palavra inglesa nude (da forma francesa obsoleta nud, do latim nudus) na imprensa brasileira para referir a foto nua de alguém que se manda na Internet.

Aparentemente, Marcelo

Apontamento que o escritor, ensaísta e linguista português Fernando Venâncio publicou na sua página do Facebook, em 14/12/2014, sobre o uso incorreto de aparentemente à francesa ou à inglesa, ou seja, como decalque semântico dos advérbios modalizadores apparemment e apparently.

 

Marcelo Rebelo de Sousa  [no seu comentário político, na TVI] conseguiu não chegar aos 20 empregos de «aparentemente», mas andou lá perto.

Por uma campanha de alfabetização de economistas,  <br>gestores e deputados
O jargão profissional, espécie de língua estrangeira

A propósito da audição, na comissão de inquérito do parlamento português, dos três principais envolvidos no caso do Banco Espírito Santo (caso BES) – Ricardo Salgado, José Maria Ricciardi e Pedro Queiroz Pereira –, o comentador Daniel Oliveira critica o jargão opaco e anglicizado de economistas, gestores e deputados numa discussão que, sendo pública, deveria tornar-se linguisticamente transparente e acessível ao comum dos cidadãos. E, já agora, imune a imprecisões muito comuns no meio quando se trocam os biliões pelos mil milhões...

[Texto publicado no jornal Expresso em 11/12/2014, a seguir transcrito com a devida vénia.]

(Des)memórias do cárcere...

«[…] no final do dia, Salomé Santos foi reenviada para a sua cárcere precária […]. Sexta-feira, Salomé Santos pode, então, sair da sua cárcere […]»

RTP, 14 de maio 2014, a propósito da detenção de uma portuguesa em Punta Cana (República Dominicana)

Campeão português. Logo, em inglês.

Media Open Day chamou o Benfica – ou melhor, quem lhe (des)trata da comunicação mediática – ao bónus de 15 minutos que deu aos jornalistas, num treino da sua principal equipa de futebol, vencedora do campeonato português deste ano, o 33.º da sua história. E como há ainda dois outros títulos nacionais assegurados ou em vias disso, o mais popular clube português, de facto, não podia ter encontrado melhor maneira de se anunciar aos portugueses. Em inglês, pois então1.

De dicionário em punho  <br>  para decifrar os anúncios e a publicidade... em inglês

«Não é fácil encontrar emprego ou trabalho hoje em dia [em Portugal]» - diz Wilton Fonseca, a propósito da presença maciça de anglicismos nos anúncios de ofertas de trabalho (crónica original publicada no jornal português i).