Pergunta:
Por que na língua portuguesa não existe um padrão para muitos dos nomes de cidades e dos países do mundo. Por exemplo Botswana/Botsuana, New York/Nova York/Nova Iorque, Zimbabwe/Zimbábue/Zimbabué, Moscou/Moscovo, etc.
Quando escrevo um artigo posso aleatoriamente escolher a ortografia com que me sinto mais confortável?
Resposta:
A escolha não é aleatória, mas tem muito que ver com o conhecimento que se tem do uso dessas formas – e por isso é mesmo necessário estar em contacto com a cultura ou com comunicação social dos países de língua portuguesa.
Em Portugal, usa-se Nova Iorque e Moscovo; já quanto a Botswana e Zimbabwe, grafias com uso internacional, há formas portuguesas, Zimbábue ou Zimbabué e Botsuana, mas estas ainda não alcançaram uso generalizado. Refira-se, aliás, que o Código de Redação do português para as instituições europeias fixa como norma as formas Botsuana e Zimbabué (nomes oficiais: República do Botsuana e República do Zimbabué). No Brasil, usa-se Moscou e também se emprega Nova Iorque; além disso, existem as formas Zimbábue e Botsuana, usadas nos jornais, não sistematicamente. É de supor que, por enquanto, outros países de língua portuguesa sigam as formas usadas em Portugal, à semelhança do que ocorria com a ortografia (até 2009, o Acordo Ortográfico de 1945 vigorava em Portugal e nos países africanos lusófonos), mas não foi possível reunir dados fiáveis para esta resposta.
Em suma, o uso não é feito ao acaso a respeito de Nova Iorque e Moscovo/Moscou. Há maior oscilação com as formas Zimbabwe e Botswana: em Portugal, recorre-se muitas vezes às formas internacionais, enquanto, no Brasil, certa imprensa usa formas já adaptadas à ortografia do português.