Marco Neves - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Textos publicados pelo autor
ABC da Tradução
Por Marco Neves

Um livro* utilíssimo, com a vantagem de se ler num ápice, não só porque é um pequeno volume, mas também  – sobretudo – porque o estilo coloquial de Marco Neves tem uma ação pedagógica notável.

De estrutura ternária, este livro apresenta uma introdução de A a Z, que identifica sucintamente os principais temas e preocupações do trabalho de tradutor. Passa depois, na segunda parte, à descrição dos recursos, das ferramentas e das tarefas que constituem esta atividade, ao mesmo tempo que distingue os seus diferentes atores, dos tradutores aos gestores de projeto, não esquecendo quem faz revisão. A terceira secção, mais extensa, é dedicada às muitas armadilhas linguísticas que podem causar dissabores, embora muitas tenham de ser relativizadas como ónus natural da tradução.

O estilo de escrita é, sem dúvida, uma vantagem. É que, não sendo a exposição propriamente esquemática, a discussão das funções, das ferramentas e dos problemas é sempre feita quase em discurso direto, como se o autor estivesse presente e disposto a ajudar os leitores. A intenção é iminentemente prática; mas a linguagem utilizada e, ao longo do texto, a maneira como não se desiste de encontrar o lado acessível  do que é complicado conseguem cativar quem lê e quer perceber.

Em síntese, uma obra essencial para profissionais e leigos – e também dirigido a quem emite juízos apressados sobre traduções e legendagem, para aprender a moderar instintos de crítica infundada.

* Edição da Guerra & Paz

Cf. 

Qual é a língua mais antiga do mundo?
Continuidade e mudança linguísticas

«Qual é a língua mais antiga do mundo?» – é a pergunta que intitula e desencadeia as considerações que o tradutor, escritor e professor universitário Marco Neves escreveu no blogue Certas Palavras (02/08/2018) e mais tarde incluiu num livro de sua autoria, Palavras que o Português Deu ao Mundo: Viagens por Sete Mares e 80 Línguas, editado em 2019 (ver apresentação na Montra de Livros; manteve-se a ortografia do original transcrito, que não segue o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990).

E se falássemos todos a mesma língua?
Teríamos um um mundo mais pacífico?

«As diferenças entre línguas – escreve nesta crónica* o professor universitário e tradutor português  Marco Neves – picam a criatividade humana de maneira diferente. Só para dar um exemplo muito nosso: Camões nunca teria escrito Os Lusíadas noutra língua, pois o ritmo, o vocabulário e as rimas da nossa língua levaram-no por certos caminhos. No fim, criada a obra, pôde ser traduzida para as outras línguas. É apenas um exemplo, mas um exemplo que mostra como a diversidade linguística enriquece todas as culturas, através da faísca criativa do contacto entre línguas — e ainda através da tradução, que traz obras criadas numa língua, com a sua maneira de levar os falantes a dizer certas coisas, para as outras línguas. (...)»

Quem inventou o nosso alfabeto?
As origens das letras com que escrevemos o português

Longa história têm as letras com que se constrói a escrita. Provavelmente inventada pelos Sumérios, na antiga Mesopotâmia, terá sido, no entanto, a partir dos hieróglifos usados pelos Egípcios que os Fenícios souberam criar um conjunto de sinais que estão na base de grande parte dos alfabetos usados no mundo. Os Gregos deram o seu contributo com a criação de signos claramente vocálicos, e os Romanos definiram a forma da maioria das letras com que se escrevem muitas línguas contemporâneas, entre elas, claro, o português. Mas outras letras foram surgindo, como conta o tradutor e professor universitário Marco Neves no seu blogue Certas Palavras, num texto publicado em 13 de setembro de 2019, que a seguir se transcreve com a devida vénia (manteve-se a ortografia, anterior à do Acordo Ortográfico de 1990; todas as imagens provêm do original aqui transcrito).

Delícias do português numa boca alemã
Palavras engraçadas aos ouvidos de uma alemã

Há palavras e expressões que para nós, falantes de língua portuguesa, são perfeitamente banais. No entanto, para um falante de língua estrangeira, estas mesmas palavras e expressões podem ser engraçadas e, ao mesmo tempo, estranhas, tanto em percebê-las como em pronunciá-las. Neste artigo publicado originalmente no portal no Sapo 24*, o  professor  universitário e tradutor Marco Neves lista e explica  algumas destas palavras e expressões, depois de ter assistido em Lisboa a uma conferência comemorativa dos 30 anos de Português nas instituições europeias e do que nela contou uma funcionária alemã da Comissão Europeia.

* Crónica escrita conforme a norma anterior ao Acordo Ortográfico de 1990, disponível igualmente no blogue  do autor Certas Palavras, com a data de 1/09/2019.