Uma métrica para a variação intra e interlinguística
«[...] na escrita, a distância entre o português actual e o português do tempo de Camões é apenas ligeiramente inferior à distância, na actualidade, entre o galego e o português. Aproveitemos a proximidade — afinal, se conseguimos ler Os Lusíadas, também conseguimos ler em galego.»
O professor universitário, divulgador de temas linguísticos e tradutor Marco Neves apresenta um método – o da métrica da Perplexity Language Distance (Distância Linguística da Perplexidade) – para avaliar objetivamente a distância entre línguas e as suas variantes internas. As conclusões a que chegou um grupo de investigadores galegos é que o português e o galego evoluíram de maneira divergente a partir do século XV, até ao século XIX, para depois convergirem com o castelhano, que tem, desde cedo, importante interferência em ambos, mas de forma diferenciada. Transcreve-se com a devida vénia o presente artigo, mantendo a ortografia de 1945 adotada pelo texto original.