DÚVIDAS

A conjunção subordinativa comparativa quanto
Eu e alguns colegas entramos numa boa discussão gramatical devido à frase: «Circe faz você tão tentadora quanto à mais bonita sobremesa.» Entendemos que o acento indicativo está equivocado (estamos corretos?); mas apresentamos uma divergência: a frase está equivocada, pois apresenta apenas um artigo ou uma preposição? Não consigo ver a frase citada apresentado a preposição; porque, em estruturas semelhantes, a "preposição" não aparece; porém fiquei na dúvida. Obs.: Eu entendo que «quanto a» significando «em relação a» tem preposição; mas a estrutura da frase citada parece-me muito com as estruturas dos graus dos adjetivos que não usam a preposição. Desde já, agradeço-lhes a enorme atenção.
Hamurabi e Hamurábi
O nome Hamurabi é bastante citado na academia, sobretudo em trabalhos relacionados à história do Oriente Médio. A minha dúvida é: qual a sílaba tônica do nome? Em teoria seria oxítono, dada a ausência de acento gráfico, mas se pronuncia como paroxítono e, se assim o é, não teria de ser acentuado na penúltima sílaba? O nome foi de fato aportuguesado, já que perdeu a germinação do m (Hammurabi), sendo reduzido a um só, mas por que não houve acentuação? Obrigado.
A grafia de Perafita
Meu comentário é acerca da palavra perafita. Presumidamente, até 1990 se escrevia, em Portugal, “pera-fita”, e no Brasil “péra-fita” (para distinguir de pera, preposição, e pêra, fruta), segundo o Acordo Ortográfico de 1945 e o Formulário Ortográfico de 1943. Porém, hoje em dia, não tenho certeza de como se escreve: os dicionários que consultei – o Aulete, a Infopédia, o Priberam e o dicionário da Academia de Ciências de Lisboa registram unanimente perafita, sendo que o verbete não consta nos dicionários Michaelis e Houaiss. O Vocabulário Ortográfico do Português não difere. Agora – e surge daí uma confusão – no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa da Academia Brasileira de Letras aparece apenas a grafia hifenada pera-fita. Então, às perguntas: essa palavra perdeu, ou não, o hífen desde 1943? Como? E seria por analogia com “pára”, “pêra”, etc. que o VOLP optou por eliminar o acento na grafia sem hífen? Infelizmente não tenho como acessar vocabulários ortográficos de outros períodos (além do atual e do de 1911) para descobrir mais. Reconheço que essa pergunta é mais uma tese do que uma pergunta, então sou receptivo a quaisquer comentários, mesmo que não sejam bem respostas. Obrigado.
A expressão «cabeça de cartaz»
Antes de mais, parabéns pelo vosso excelente trabalho. Recorro frequentemente ao Ciberdúvidas desde há muitos anos e fico sempre esclarecido. Quanto à pergunta que me levou a contactar-vos: à luz do Acordo Ortográfico de 1990, o termo "cabeça-de-cartaz" redige-se com ou sem hífens? Já vi diversas fontes defenderem que os hífens se mantêm, enquanto outras defendem o contrário. Ou seja, não consigo chegar a uma conclusão. Podem esclarecer-me? Obrigado e bom trabalho. 
ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de LisboaISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa