Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Área linguística: Fonética
José Alves Professor Brasil 433

Gostaria de saber como é que a pronúncia do "e" átono, que era pronunciado como "i", passou a ser pronunciado como /ɨ/.

Também gostaria de saber se esse é um fenómeno que ocorre com todos os is átonos, e não somente os que derivam dum "e" átono.

Em galego-português, ou até mesmo no período pré-clássico, o "e" átono era registrado, na escrita, como um "i", devido a harmonização vocálica, processo que ainda acontece no Brasil, como é possível observar em palavras como "pepino" antes também escrita como "pipino", e até mesmo quando eram nasais, como em "mentir" (mintir), "mentira" (mintira), "ensinar" (insinar), que aparecem escritas assim até em Os Lusíadas.

Sempre me pergunto como é que uma mudança tão grande como essa foi "desfeita", e o "e" que tinha passado para um "i" é agora um "ɨ", e no caso das nasais, voltou a ser pronunciado como "e".

Ana Mafalda Pinto Profissional de turismo Mem-Martins, Portugal 468

Já ouvi vários professores de Português para estrangeiros explicarem que o R carregado é gutural e comparam-no com o castelhano dizendo que este não o é. Inclusive tenho visto videos no YouTube a exemplificarem como se deve pronunciar o tal erre gutural.

Também uma minha professora de inglês que dava aulas de português para estrangeiros me explicou que muitos dos seus alunos não conseguiam fazer o tal erre (gutural). Ou seja, ela ensinava esse erre como o R português de referência.

Para mim esse erre é um regionalismo que tem crescido em Lisboa e nos meios de comunicação social. Para mim o R é alveolar. Estou errada?

Obrigada

Vladimir Galakhtin Professor de Russo Língua Estrangeira Barcelona, Espanha 539

Gostava de saber se existe algum estudo acerca da pronúncia da sequência "ti" (contigo, sítio, tirar) no Português Europeu (PE).

Tendo o russo como língua materna (em que o referido fenómeno da palatalização de quase todas as consoantes é muito frequente e fonologicamente obrigatório), percebo estes sons como ou bem palatalizados – [kõⁿ.'tʲi.gu] –, palatais – [kõⁿ.'ci.gu] – ou até aspirados – [kõⁿ.'tʰi.gu].

A diferença é ainda mais notória se comparados com as respectivas realizações fonéticas do cognato espanhol contigo em que o referido efeito acústico nunca (?) ocorre.

Estaria muito agradecido se me pudessem indicar se este fenómeno fonético existe em PE e, se possível, alguma refêrencia bibliográfica que trate do mesmo.

Obrigado pela atenção!

Leidinelson de Jesus Castro Miranda Estudante Marituba, Brasil 660

Quais as diferenças articulatórias entre vogais e consoantes?

Francisco Mesquita Reformado Arcozelo, Portugal 571

Será que "fálár", "ládrár", "págár", "lárgár" e... "gánhár" terão a mesma asneira comum ?

Como "curenta" (40), "riu" (rio), "Lôres" ou "Lólé" (Loulé)?

 

Ryt Asjakle Estudante Brasil 850

Por que alguns autores, em relação ao grau de abertura/timbre das vogais, dizem que podem ser fechadas ([i] e [u]), semifechadas ([ê] e [ô]), semiabertas ([é] e [ó]) e abertas ([a]); enquanto outros, porém, dizem que elas podem ser abertas ([a], [é] e [ó]), fechadas ([ê], [ô], [i] e [u]) e reduzidas ([a], [i] e [u])?

Qual é o certo? Ou eu que não entendi direito quanto ao timbre?

Desde já, obrigado.

Joana Branco Professora Lisboa, Portugal 520

Há a possibilidade de, na evolução de totu- para todo, aceitar a dissimilação como hipótese de processo fonológico? Ou apenas a sonorização é válida?

Obrigada.

Hakeel Gabriel Professor Luanda, Angola 636

No Dicionário Infopédia, a transcrição fonética de como – seja como advérbio seja como forma do verbo comer – é ['kumu].

De acordo com a norma-padrão, está correta? Qual é a fundamentação teórica, uma vez que não se deve fechar a vogal da sílaba tónica da palavra?

Lucas Tadeus Estudante Mauá, Brasil 385

Estava a assistir a um vídeo na rede sobre o dialeto de Açores e vi que eles, assim como o Brasil, cortam o erre do infinitivo, ou seja, eles falam "amá(r)", "comê(r)", "ri(r)".

O que me fez perguntar o quanto parecido de Portugal o Brasil é.

Lembrei de outras questões, como por exemplo alguns brasileiros usarem o pronome pessoal de caso reto ele como se fosse de caso oblíquo.

Daí a pergunta: qual dialeto de Portugal se assemelha mais ao português do Brasil?

Patrícia Sanches Desempregada Faro, Portugal 640

Gostaria de saber qual o plural de glúten. É "glútenes" ou "glútens"?

Agradeço desde já a atenção dispensada.