DÚVIDAS

«Todas as músicas que sabe(m) bem ouvir»?
Ouço diária e insistentemente numa estação de rádio a frase seguinte, que me parece incorreta: «Todas as músicas que sabem bem ouvir.» Esta frase, tal como é dita, parece querer significar que as músicas é que sabem ouvir, e até muito bem(!) quando o que creio que o autor da frase deverá querer significar é que nos sabe bem ouvir todas essas músicas. Tendo como propósito este último significado, não se deveria dizer: «Todas as músicas que sabe bem ouvir»? Gostaria de conhecer a vossa opinião sobre estas questões (correção e significado).
Casos de sujeito do verbo haver
Nós somos um grupo de estudantes que gostara de tirar uma dúvida em relação ao verbo haver. Estamos a elaborar um trabalho onde temos de saber a diferença entre o havia e o haviam, mas surgiu uma dúvida. Sabemos que na utilização do havia não há sujeito, e que na utilização do haviam existe sujeito, mas, se o sujeito no haviam for «ele», continua a ser haviam, ou passa para havia? Por exemplo, na frase: «Ele informou os colegas que haviam perdido a pen.»
O uso correto dos tempos verbais
Por favor, analisem as seguintes frases: 1) «Os sindicalistas pediram à direção da Petrobras que garantisse que não haveria demissões.» 2) «Os sindicalistas pediram à direção da Petrobras que garanta que não haverá demissões.» Segundo um linguista brasileiro (Pasquale Cipro Neto), em 1, toda a ação parece circunscrita no passado, razão pela qual foram usadas as formas verbais garantissem (pretérito perfeito do subjuntivo) e haveria (futuro do pretérito do indicativo). Já em 2, foram usadas as formas verbais garanta (presente do indicativo do subjuntivo) e haverá (futuro do presente do indicativo). Segundo seu raciocínio, em 2, indica-se que, se houver demissões, elas ocorrerão no futuro (haverá), mas em relação ao presente (garanta). Já em 1, indica-se que, se houvesse demissões, elas ocorreriam no futuro em relação a todo o fato informado, que parece circunscrito ao passado (pediram). Relativamente ao mesmo tema, analisem o seguinte trecho, retirado da revista Veja (14/03/12): «Presidenta Dilma ordenou ao ministro dos Portos, Leônidas Cristino, que lance até junho o edital de concessão dos portos federais.» Conforme algumas respostas sobre o mesmo tema no Ciberdúvidas, o tempo verbal da subordinada (lance) deve concordar com o da principal (ordenou), que não ocorre nos exemplos acima, porque há um entendimento por aqui (Brasil) – não sei se certo – de que, apesar de a ação da oração principal estar no passado, a ação que se espera da subordinada é para o futuro. O que podem dizer sobre isso?
O uso de amandar
Insisto na questão da utilização do verbo amandar. Se se considera correto utilizar alguns verbos precedidos de a, ex.: assentar, que tem o mesmo sentido de sentar, alevantar quando é o mesmo que levantar, etc. Então qual a explicação para que não seja correto utilizar amandar, quando este termo tem sentido diferente de mandar? É diferente «mandar uma carta pelo correio» ou «amandar a carta pela janela»?
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