O adjetivo estantio é efetivamente um regionalismo – da região portuguesa do Minho. Nada há que impeça o seu uso, a não ser esse mesmo facto, o de a palavra não ser usada, ao que parece, noutras regiões do mundo de língua portuguesa. É possível que o vocábulo tenha a mesma origem que o castelhano estantío, «fraco, frouxo», que se relaciona com estante, «relativo ao gado que pasta constantemente no mesmo termo jurisdicional» (cf. dicionário da Real Academia Espanhola). Refira-se que o regionalismo estantio está registado nos Apontamentos acerca do Falar do Baixo-Minho (Lisboa, edição da Revista de Portugal, 1957, p. 150), de F. J. Martins Sequeira, conforme a entrada que seguidamente se transcreve (manteve-se a morfologia do exemplo, típica do falar popular): «ESTANTIO- estacado, pasmado, assarapantado: "Eh, rapariga, parece que ficastes estantia."»