Transcrevo a definição de «fixação de texto» que Maria Isabel Faria e Maria da Graça Pericão registam no seu Dicionário do Livro (Coimbra, Edições Almedina, 2008):
«Trabalho de crítica textual, de natureza estilística e filológica, que consiste na combinação e escolha de variantes de textos diferentes conforme as edições deles existentes, tentando reconstituir um ortotexto1, um restauro do discurso específico do escritor. A fixação de um texto (no sentido de não se verificar a sua alteração) só foi conseguida quando do advento da imprensa, uma vez que até aí os copistas, involuntária ou involuntariamente[,] alteravam o que copiavam, no primeiro caso devido a distracções ou cansaço, e no segundo caso por nem sempre concordarem com as opiniões do autor cuja obra transcreviam; a tipografia, criando uma matriz do texto que era sucessivamente impressa, permitiu que ele continuasse íntegro, ressalvando-se apenas algumas (pequenas) alterações quando, no decorrer da impressão, se dava conta de certas incorrecções ou gralhas.»
1 O mesmo que «texto correto».