Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Tema: Uso e norma
Mariana Alvarez Professora Porto, Portugal 2K

Gostaria de perguntar porque é que na seguinte frase: «Quando foram dizer a Hagrid que lhes abrisse a janela para poderem falar com ele», o verbo abrir vem no conjuntivo.

Sei que há mais construções de Quando + Verbo + Conjuntivo para além desta, como é o caso de: «Quando quiserem que vos diga o que sei, peçam!»

Mas também há outras construções similares em que isso não acontece, como é o caso de: «Quando disserem que não querem isso...» . No entanto, se mudarmos a frase um pouquinho, já vem no conjuntivo outra vez: «Quando disserem ao Francisco que vos abra a porta...»

Porquê estas diferenças?

Agradecia esclarecimento.

Maria Helena Cunha Professora Batalha, Portugal 3K

Gostaria de saber qual é o termo correto: «à tona de água» (como aparece na obra "A viúva e o papagaio") ou «à tona da água»?

Desde já agradeço a atenção.

Jorge Santos Lisboa, Portugal 1K

Escreve-se «casa editora» ou «casa-editora»?

Paulo Manuel Sendim Engenheiro Brasília, Brasil 1K

Como devemos fazer a análise sintática da seguinte frase: «É só não roubares, que não vais para a cadeia.»?

Tenho sérias dúvidas.

Considerar «que não vais para a cadeira» como o sujeito da frase parece-me muito acomodatício. Parece-me mais razoável considerar essa oração como uma oração coordenada explicativa como seria na frase: «Não roubes, que não vais para a cadeia».

Mas neste caso onde está o sujeito da oração «É só não roubares»? Será aqui o verbo "ser" impessoal como em «É meio-dia agora.»?

Podem-me ajudar?

Fernando Bueno Engenheiro Belo Horizonte, Brasil 2K

Gostaria, com a devida licença, de discordar de parte da resposta dada a José de Vasconcelos Saraiva, em 24/1/2020, a qual me causou grande estranheza.

Lá se diz:

«No entanto, e apesar da explicação acima dada, é importante citar a Gramática de Português da Fundação Calouste Gulbenkian (2013, p. 2102): «Quando o verbo da oração relativa é ir, embora o valor locativo seja direcional, pode também usar-se o pronome relativo não preposicionado: cf. a cidade onde eles foram é muito longe da minha.»

E se diz mais:

«Ora, esta passagem confirma que, com o verbo ir da oração relativa, podemos optar pelo advérbio aonde ou pelo advérbio onde com um valor locativo dinâmico sem que se incorra em erro.»

Digo eu: se «ir onde» é possível, então tudo é permitido... A entender-se como correta tal construção, é-se autorizado a dizer: "o lugar o qual (em vez de 'ao qual') ele foi é perigoso"; "o lugar que (em vez de 'a que') ele foi é perigoso"

A bem da verdade, não consigo entender por que uma passagem da referida gramática (sem citação da fonte, aliás) pode dar a "confirmação" para se fazer tal uso do advérbio "aonde", contrariando frontalmente a norma e o bom uso de centenas de bons escritores. Aonde se quer chegar com isso?

A propósito, quanto à frase de Camilo («Sabes onde vai bater o meu dinheiro»), na minha opinião, ele usou onde, porque é justamente o advérbio que deveria usar, remetendo a bater (com o sentido de «chegar», mas regendo a preposição em), e não ao verbo auxiliar (ir). Ele, como bom ser humano, poderia ter errado, e não deixaria de ser o consagrado escritor que é, mas não foi dessa vez.

Adolfo Marques Funcionário público Lisboa, Portugal 3K

Nunca soube muito bem o significado de relativo relativizar. Exemplos: «Aquilo é relativo. Tens de relativizar as coisas!» Julgo que neste contexto a palavra relativizar significa desvalorizar. Estou certo? Agradecia que me ajudassem a ficar mais seguro deste termo que se usa muito no dia a dia.

Jorge Santos Lisboa, Portugal 5K

"Trans-histórico", ou "transistórico"?

Djavan Vieira do Nascimento Estudante Recife, Brasil 1K

Uma questão de importância; corrija-me se estiver errado.

«As obras e seu respectivo valor haviam de ser avaliados» (avaliadas as obras, como também o valor; não havendo ambiguidade na sentença)

ou

«As obras e seu respectivo valor haviam de ser avaliadas» (avaliadas só as obras)?

Nesse caso, havendo a possibilidade de se subentender que seriam avaliadas as obras e o valor, haveria então ambiguidade, cabendo ao leitor interpretar o contexto? ) [creio que nessa sentença o termo «avaliadas» só pode se referir a «obras»].

Uma questão de importância do termo a concordar, ou uma restritiva de concordância?

Agradeço logo pela resposta. E parabenizo mais uma vez esse belíssimo trabalho do Ciberdúvidas da Língua Portuguesa.

Jan Duran Professor Barcelona, Espanha 14K

«A próclise é de rigor quando o verbo vem antecedido de certos advérbios (ainda, , sempre, , talvez, etc), ou expressões adverbiais, e não há pausa que os separe.»

A minha dúvida é esse etc. Quais são os advérbios que atraem os pronomes?

Felicidades pelo vosso trabalho!

Obrigado!

Raúl dos Santos Vilela Contabilista certificado Portalegre, Portugal 1K

Embora a palalavra "concertionista" não exista no vocabulário português, na minha muito modesta opinião, penso que a mesma deve ser usada quando se referir a um tocador de concertina.

Ao logo do tempo têm sido introduzidas outras palavras que não existiam mas que correspondem a uma designação correta. Ora, se um tocador de acordeão é designado acordeonista, um tocar de concertina também deve ser um "concertionista" ou "concertinista".

Obrigado.