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Textos de investigação/reflexão sobre língua portuguesa.
Quem fala assim não é gago nem gaga

Crónica do humorista português Ricardo Araújo Pereira glosando o tema do "sexo das palavras", publicada na revista  Visão, de 15 de janeiro de 2018.

Se adjectivar, não beba

«Quase tudo o que é brutal, hoje, é o rigoroso oposto do que era brutal no passado. Mas talvez nenhuma outra palavra tenha tido pior sorte do que o adjectivo genial», escreve o humorista português Ricardo Araújo Pereira, em crónica publicada na revista Visão de 11 de janeiro 2018, a seguir transcrita, na íntegra.

Dez palavras: na moda, mas feias

«A estética da palavra é uma mistura quase sinestésica do som, da textura silábica, do bom casamento (ou não) entre vogais e consoantes, da macieza (ou falta dela), da cor que, por vezes, lhe associo», escreve o autor nesta crónica que se transcreve a seguir do jornal “Público” do dia 16/11/2017, em que enumera as «10 palavras mais feias que por aí andam [no espaço mediático português] de braço dado com modismos ou encavalitadas em posologia tecnocrática.»

A palavra <i>calendário</i>

Sobre a palavra calendário e as suas muitas aceções – «calendário lunar», «calendário solar», «calendário gregoriano», «calendário escolar», «calendário eleitoral», «calendário desportivo»... –, nesta crónica da jornalista Rita Pimenta, no jornal Público de 17/09/2017.

Os sinónimos e os seus matizes*

«Está comprovado que o vocabulário médio de um falante do português diminuiu drasticamente ao longo das últimas décadas.Temos cerca de 110 000 palavras dicionarizadas, sem falar nas locuções, e o português básico está reduzido a menos de 1000 vocábulos.»

[crónica de Isabel Rio Novo, transcrita na íntegra, com a devida vénia, do blogue Escritores.online, com data de 23 de junho de 2017. Título da responsabilidade  editorial do Ciberdúvidas.]

A nobiliarquia do vocabulário

«De tráfico ou tráfego» – exemplifica o autor neste artigo* sobre uma série de palavras e expressões que, «com o correr dos tempos (...) têm resvalado para as baixezas do insulto» – «se originou trafi­cante». Mas há também o seu inverso: «Ascendem das bôcas populares para as classes elevadas, e aí se afidal­gam.»

* in Revista de Língua Portuguesa, n.º 12 Rio de Janeiro, 1912, pág. 69 e ss.), transcrito do terceiro volume da antologia Paladinos da Linguagem (edição Aillaud e Bertrand, Lisboa, 1921), organizada por Agostinho de Campos. Manteve-se a grafia e respetiva norma originais.

O verbo <i>arrear</i> e a forma <i>arriar</i>

(...) Utilizada no 4.º programa da 9.ª série do magazine televisivo Cuidado com a Língua!, a expressão «arrear cabo»*, como aí foi grafada, concitou algumas perplexidades: não seria, antes, «arriar [o cabo]»? (...)

* «Arrear (o) cabo» usa-se na linguagem náutico, quando, por exemplo, o mestre de uma rebocador manda libertar ou soltar o cabo amarrado ao cais ou ao navio que está a dar assistência de chegada ou de partida.

<i>Geringonça</i> a palavra que deu a volta ao texto

Sobre a palavra do ano 2016 em Portugal, na votação do passatempo promovido pela Porto Editora, e a sua conotação política – nesta crónica do autor, publicada no "Diário de Notícias" de 5 de janeiro de 2017.

475 anos de geringonça

Geringonça, a palavra escolhida como sendo a do ano em 2016 em Portugal, já existe há quase 500 anos. E, na sua origem, não tem nada a ver com máquinas e mecanismos.

[Henrique Monteiro, Expresso digital do dia 4/1/2017]

Sobre a palavra <i>normal</i>

«A palavra normal pode ser usada de forma diferente. Umas vezes dizemos que é uma coisa normal simplesmente para dizermos que é comum, que costuma acontecer em certo tipo de situações. Outras vezes, para afirmar que é mesmo assim que que deve ser; isto é, num sentido normativo ("O Normal é os juízes não darem entrevistas"). (...)»

 

[Luís M. FariaRevista do semanário Expresso, 12 de novembro de 2016]