O nosso idioma - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Português na 1.ª pessoa O nosso idioma
Textos de investigação/reflexão sobre língua portuguesa.
Em defesa do dicionário
Uma ferramenta poderosa

«Consultar o dicionário não é uma chatice que interrompe o curso de sua leitura; é, na verdade, um indício de que você está lendo com a inteligência desperta a ponto de distinguir as coisas que você entende das que não entende, as coisas que você conhece das coisas que não conhece.»

Apontamento que o tradutor e revisor de textos William Cruz publicou no mural Língua e Tradição no Facebook em 21 de fevereiro de 2021.

A intérprete da pronúncia
Os sotaques do Brasil na voz de Elis Regina (1945-1982)

«Brincava com a voz, cantava rindo, chorando, resmungando, imitando vozes e sotaques, da impostação à la Ângela Maria ao caipirês de Renato Teixeira e ao bexiguês de Adoniran Barbosa. Da dicção afetada das socialites ao timbre rouco de Louis Armstrong, tudo era pretexto para um malabarismo melódico-rítmico-fonético. Elis explorou como poucos as potencialidades da voz e fala humanas ao cantar. Mas, além das vozes e sotaques que simulava, tinha sua própria pronúncia, que evoluiu ao longo da carreira, confirmando o traço camaleônico de sua personalidade.» — escreve* o linguista Aldo Bizzochi nesta evocação da cantora brasileira Elis Regina (1945-1982), que, além do talento musical, mostrava uma admirável flexibilidade na apropriação de traços regionais  do português do Brasil.

Publicação do blogue Diário de um Linguista em 19 de março de 2021.

Qual é a origem dos parabéns?
A história de um empréstimo

«A palavra é tão feliz que nunca a usamos no singular! Se alguém se atrever a desejar «parabém!», é capaz de encontrar uma careta de estranheza... Porquê este plural? E qual será a origem da palavra, que usamos nós e todos os que falam português (e galego, já agora)?» São questões a que o professor e tradutor Marco Neves dá resposta, em artigo publicado no portal no SAPO 24 e no blogue Certas Palavras em 14 de março de 2021. 

A nova bazuca europeia
Da forma ao conteúdo

Da bazuca, conhecido plano de recuperação da União Europeia, até à bazuca, arma de guerra ou instrumento de música, esta é a viagem proposta pela professora Carla Marques na sua crónica emitida no programa Páginas de Português do dia 17 de março, na Antena 2

 

À volta da cassete e dos empréstimos
Dos galicismos que vieram para ficar

Como afirma a professora Carla Marques, «galicismos há que entraram, de forma mais ou menos discreta, na língua e foram ficando». A partir da palavra cassete, e a propósito do falecimento do seu inventor, o holandês Lou Ottens,  recordam-se alguns dos muitos casos de empréstimos ao francês.

As muitas faces (linguísticas) da mulher
Nas línguas românicas e germânicas

«O italiano donna provém do latim domina, “senhora, mulher casada, dona da casa” (e, posteriormente, “dona de casa”), e tem, portanto, a mesma etimologia que o português dona.» Esta e outras relações etimológicas das palavras que, em diferentes línguas românicas e germânicas, se usam para designar uma mulher constituem o tema deste apontamento do linguista Aldo Bizzocchi.

Publicação do autor no seu blogue Diário de um Linguista, em 8 de março de 2021.

As mulheres e o nome das atividades que exercem
As profissões no feminino

«São, sobretudo, aspetos sociais e culturais os que geram constrangimentos à adoção das formas femininas de alguns nomes de atividades, cargos e profissões»,  não as estruturais gramaticais –  escreve*a linguista Margarita Correia, a propósito da passagem do Dia Interncional da Mulher, em 8 de março de 2021.

*Artigo publicado pelo Diário de Notícias em 8 de março de 2021.

 

Em Portugal, <i>Antropocénico</i> (e não <i>Antropoceno</i>)
O que se distingue o impacto da atividade humana sobre o planeta

Em Portugal, para referir a época que se distingue pelo impacto da atividade humana sobre o planeta, deve empregar-se Antropocénico, tal como se usam as formas Oligocénico, Miocénico e Pliocénico, sempre com a terminação -énico. Parecer que o professor universitário e paleontólogo Carlos Marques da Silva, da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, elaborou para o Ciberdúvidas a propósito da resposta "Antropoceno e Antropocénico" (Consultório, 02/03/2021).

Comentário inédito, escrito propositadamente para o Ciberdúvidas. Mantém-se a ortografia usada pelo autor, anterior à norma em vigor.

As curiosidades do 31 e a boa estrela de um aniversário
A propósito dos 31 anos do jornal Público

 A pretexto da passagem do 31.º aniversário do jornal Público, algumas curiosidades à volta do número 31 e do seu simbolismo recolhidas pelo jornalista Nuno Pacheco neste artigo transcrito, com a devida vénia, do jornal Público em 4 de março de 2021. Segue a norma ortográfica de 1945.

O parque de diversões da língua
Trocadilhos e jogos linguísticos do Brasil

«Brincamos com as palavras como uma criança brinca com uma bola ou um pião: não para atingir um objetivo através do brinquedo, mas o brinquedo é o objetivo, o fim em si. Como diria Rubem Alves, quem brinca não quer ir a lugar nenhum, quem brinca já chegou.» O linguista brasileiro Aldo Bizzochi reflete sobre exemplos de como é fácil brincar e fazer partidas com a língua.

Apontamento publicado na página Língua e Tradição, no Facebook, em 1 de março de 2021.