O nosso idioma - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Textos de investigação/reflexão sobre língua portuguesa.
O <i>foco</i> e o <i>focado</i>
Chavões da moda mediática

«Ter o foco em...», «manter o foco» e «estar focado» estão na moda nos media portugueses. É o treinador de futebol que diz que a sua  equipa «está focada» só no próximo  jogo, o jornalista que repete o «foco» atribuído pelo treinador ou o ministro que lança para as exportações o «enfoque» do Governo. Chavões que se usam como solução para resolver os mais variados problemas. Porém, como todos os modismos, contribuem para a redução dos recursos lexicais. 

Sejamos claros
Subterfúgios da nominalização

O discurso formal, incluindo o da comunicação mediática, é fértil em nominalizações, pelas quais se substituem verbos – por exemplo, combater e corromper – pelos nomes correspondentes – combate e corrupção. É uma estratégia que deixa por identificar o agente da ação, porque as «[...] as nominalizações, ao transformarem o processo (verbo) numa coisa (nome), sugam as pessoas para fora da frase». Considerações da linguista Ana Sousa Martins num texto lido na rubrica "Cronigramas" do programa Páginas de Portuguêsemitido no dia  20 de janeiro de 2019

Almece e atabefe *
Duas palavras de origem árabe que querem dizer o mesmo no Alentejo

É sabido que a herança da língua árabe perdura no centro e norte de Portugal através dos muitos empréstimos que o português, no seu período de formação, absorveu ao longo da  Idade Média. Almece e atabefe são dois exemplos, como denominações de produtos do leite, para surpresa do escritor português Miguel Esteves Cardoso, conforme relata na crónica que escreveu para o jornal Público do dia 25/01/2019**, com o título "Ou atabefe".

 

**Manteve-se a norma seguida no diário português, anterior ao Acordo Ortográfico de 1990.

As palavras e as emoções
O vocabulário da harmonia na comunicação

A harmonia em casa ou no trabalho pode e deve encontrar-se na capacidade de comunicar palavras de sentido positivo, com intenção construtiva. É a recomendação da professora e consultora linguística Sandra Duarte Tavares no texto a seguir transcrito, originalmente publicado na edição digital da revista Visão, em 22/01/2019.

42 belíssimas palavras que deixaram de ser utilizadas
Palavras que caíram no esquecimento.
Por VxMag

Lambisgoia, lanfranhudomalotapoloremeladosebasirigaita e suso são algumas das 42 palavras que caíram em desuso com o tempo – como se aponta neste  texto em linha no portal  Vortex Magazine, a seguir transcrito na íntegra, com a devida vénia.

 

Quando as metáforas deixam de ser metáforas
Os danos físicos da agressividade verbal

Numa visita que fez ao Bangladeche, o papa Francisco equiparou a maledicência ao terrorismo e certas palavras a armas de destruição. A ideia encontra apoio na investigação científica, que aponta para a capacidade da agressividade verbal de se repercutir nas nossas redes neuronais como um verdadeiro dano físico interno. Terá a metáfora papal tanta realidade como um murro na cara? A linguista Ana Sousa Martins comenta a questão, no apontamento que se segue, lido na rubrica "Cronicando" do programa Páginas de Português, emitido na Antena 2,  no dia 13/01/2019.

Relógio
As origens metafóricas do instrumento que mede o tempo

As metáforas não são apenas artifícios possibilitados pela linguagem. Os instrumentos denominados relógios – do grego hōrológion, «quadrante solar em que se lê a hora», por via latina – são também «[...] metáforas porque fazem a mesma operação, no plano dos objetos, que as palavras fazem no plano do texto», revela a cronista brasileira Sofia Nestrovski, autora do artigo que, com a devida vénia a seguir se transcreve, do jornal Nexo (em 20/01/2019).

Populismo e  <i>fake news</i>*
A contranarrativa à linguagem discriminatória e às informações falsas

«As pessoas são imersas em bolhas de informações falsas e tendenciosas, em que as opiniões são apresentadas como factos e em que o recurso a ferramentas como a publicidade política microssegmentada” contribui para a eficiência dessa desinformação e manipulação.» (...)

* in Populismo, fake news e politicamente correcto: a relação entre a linguagem e os movimentos, Público de 21/01/2019

<i>América</i>
Sobre o nome e o gentílico dos Estados Unidos da América

«Objetivamente – lembra a autora neste  texto*  –, a palavra América designa as três Américas. [Só que] na comunicação normal entre as pessoas, América designa Estados Unidos da América.» (...)

* apontamento lido na rubrica "Cronicando" do programa Páginas de Português , emitido na Antena 2, no dia 6/01/2019.

Falar em público: cinco erros a evitar
Uma competência que se aprende

«Falar em público não é uma competência inata, aprende-se!», considera a professora Carla Marques, em artigo publicado na Leya Educação de janeiro de 2019, em que enumera cinco erros que quem fala em público deve evitar de todo.