DÚVIDAS

O valor imperfetivo de «começou a fazer...»
Gostaria que me esclarecessem quanto ao valor aspetual configurado no seguinte enunciado: «O João começou a fazer os trabalhos de casa depois do almoço.» A minha dúvida prende-se com o valor aspetual presente no complexo verbal «começou a fazer». Por um lado, parece poder ser imperfetivo; mas a utilização do pretérito perfeito deixa-me a pensar se deverá ser considerado perfetivo. Obrigado.
«Viagem a» x «viagem para»
Tenho uma pergunta sobre a preposição usada com o substantivo viagem. Estou a aprender português e, com muita frequência, tenho dúvidas nesse aspeto (na utilização de preposições depois de substantivos). Encontrei algumas páginas aqui, no Ciberdúvidas, sobre a regência do verbo viajar. Pelo que entendi, devemos usar sempre a preposição para depois deste verbo (não importa se a estadia é de longa ou de curta duração). Mas qual é a situação com o substantivo viagem? Devo dizer «Pretendo fazer uma viagem à Alemanha em agosto», ou «Pretendo fazer uma viagem para a Alemanha em agosto»? Agradeço antecipadamente a vossa ajuda!
Sujeito e infinitivo impessoal
Gostaria de tirar uma dúvida acerca da classificação do sujeito dos verbos no infinitivo impessoal. Encontrei algumas divergências nessas classificações: em alguns lugares, classificam como sujeito inexistente; já em outros, como um tipo de indeterminação do sujeito. Qual das duas acepções está corretas? Ou ambas estão e irá depender do contexto? Considere o seguinte exemplo: «Deve ser divertido fazer quadrinhos!» Entendo que «fazer quadrinhos» é o sujeito oracional da locução «deve ser». Mas em relação ao sujeito do verbo fazer, qual seria a classificação adequada? Sujeito inexistente? Ou indeterminado? Se houver indicação de algum material de leitura para aprofundamento desse aspecto específico, agradeceria bastante! Obrigada desde já!
Ainda «Ouviram-se os jovens»
Num texto de 13 de maio, é afirmado que o pronome pessoal se, na frase «Ouviram-se os jovens», tem a função de complemento agente da passiva. Penso que é errado e fundamento-me na Gramática do Português, da Fundação Gulbenkian, vol. I, pág. 390-394; 444-445. No contexto do ensino do português, o Dicionário Terminológico considera complemento agente da passiva o grupo preposicional presente numa frase passiva que corresponderia ao sujeito da frase ativa. Neste sentido, gostaria de conhecer bibliografia que considere agente da passiva o morfema se em passivas pronominais. Obrigado.
A sintaxe do verbo contribuir
Na frase «Temos de contribuir para que se limite o aumento da temperatura mundial», há quem diga que «para que se limite o aumento da temperatura mundial» é uma oração subordinada substantiva completiva e desempenha a função sintática de complemento oblíquo. Queria, contudo, saber como explicar o «para que», porque, nas gramáticas, aparece como uma locução subordinativa conjuncional final, que, por sua vez, introduz orações subordinadas adverbiais finais. Obrigada pela vossa atenção.
Posição do possessivo: «criação minha» x «minha criação»
1) Isto aqui é criação minha. 2) Isto aqui é minha criação. Quero saber se, no entendimento de vocês, faz diferença o lugar em que se coloca o possessivo meu. E, se puderem, justifiquem, por favor. Creio que, no primeiro caso, haja a indicação de que seja (apenas) uma criação e bem possível de ter outra(s) criação(ões). E que, no segundo caso, haja bem maior chance de ser só uma (aquela) criação na totalidade. Muitíssimo obrigado e um grande abraço!
ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de LisboaISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa