DÚVIDAS

O nome ilimitude
Gostaria de saber se o emprego da palavra "ilimitude" é correcto, em comparação com ilimitação ou ilimitabilidade. Ou seja, procuro o termo que significa «qualidade ou estado do ilimitado» – o que me conduz para "ilimitude" Porém, não encontro no dicionário este termo, embora o encontre em alguns trabalhos de filosofia. Preferia não usar o termo ilimitação, pois induz o significado de «acção ou efeito de não ter limite» – quando o que procuro é «qualidade ou estado» Ilimitabilidade poderá ser uma alternativa, que, adicionalmente, encontro no dicionário. Contudo, por simples questão de gosto, tendo para "ilimitude". Não estou certo de que esta palavra exista ou que esteja correcta. Muito obrigado. N. E. – O consulente segue o Acordo Ortográfico de 1945.
Artigo definido, substância ativa e nome comercial
Normalmente ao escrever um texto utilizo um artigo definido antes do substantivo, que no meu caso é uma substância ativa, e geralmente omito o referido artigo definido quando faço referência ao nome comercial da referida substância ativa. Um exemplo genérico disto seria: «O paracetamol pode ser tomado com ou sem alimentos» versus «Ben-u-ron pode ser tomado com ou sem alimentos». Gostaria de saber se isto está de facto correto e como justificar/substanciar estes casos específicos.
Disjuntivo, conjuntivo e adjunto
Considerando que a Porto Editora considera disjunção como substantivo correspondente ao verbo disjungir, pergunto se deveremos relacionar o adjetivo disjuntivo e o substantivo disjuntor com o verbo disjungir ou disjuntar? Por analogia, deveremos considerar conjunção como substantivo correspondente ao verbo conjungir? E, quanto ao adjetivo conjuncional, no adjetivo conjuntivo e ao substantivo conjuntiva, deveremos relacioná-los com os verbos conjungir ou conjuntar? Por último e também por analogia, deveremos considerar adjunção como substantivo correspondente ao verbo adjungir? E, a respeito do adjetivo e substantivo adjunto ou do substantivo adjutor e do adjetivo adjutório deveremos relacioná-los com o verbo adjungir ou juntar? E se não for abuso solicito que acrescentem conjunto aos vocábulos conjunção, conjuncional, conjuntivo e conjuntiva. 
Pronomes átonos em sequência: «Arrepia-se-me a pele»
Saúdo calorosamente todos os profissionais do Ciberdúvidas. Ouço frequentemente a estrutura «arrepia-se-me (a pele, por exemplo)». Gostava de ter um parecer mais profissional sobre esta questão. É uma estrutura natural num discurso em português padrão? Será um traço oralizante, certamente válido noutros contextos, mas não aqui? Cumpre as regras de formação presentes na nossa língua? Cumprimentos.
Predicativo do complemento oblíquo
Estou com dificuldades em analisar sintaticamente a frase «Fiz do recreio uma festa». A minha primeira intuição foi considerar o constituinte «uma festa» complemento direto e o constituinte «do recreio» complemento oblíquo. Mas fazendo a substituição pronominal do complemento direto não me soa muito gramatical a frase «Fi-la do recreio». Parece-me que aqui o verbo fazer se comporta como um verbo transitivo direto, no sentido de «Transformei o recreio numa festa». Neste caso «o recreio» seria complemento direto e «uma festa» seria predicativo do complemento direto. Substituindo o complemento direto pelo pronome, ficaria «Transformei-o numa festa», o que é perfeitamente gramatical. O problema da primeira fase é que em termos de sentido ela é equivalente à segunda frase, mas as categorias sintáticas não me parecem encaixar bem. Outro exemplo: «Fiz o João feliz». Aqui não me parece haver dúvidas: «o João» complemento direto e «feliz» predicativo do complemento direto («Fi-lo feliz»). Mas, retomando o primeiro exemplo, eu poderia dizer, com um significado semelhante: «Fiz do João uma pessoa feliz». E, com a estrutura do verbo fazer, o complemento direto passaria a ser «uma pessoa feliz» e «do João» complemento oblíquo. Mas mais uma vez não me parece muito gramatical a construção: «Fi-la do João.» Obrigado.
Complemento do adjetivo e pronome lhe
Gostaria de saber se de facto estou a analisar de forma correta a seguinte frase: «Este encontro entre o desejo de tornar Camões acessível a todos e a realidade de um autor reverenciado, mas pouco lido, tem sido um desafio.» Sujeito: «Este encontro entre o desejo de tornar Camões acessível a todos e a realidade de um autor reverenciado, mas pouco lido.» Predicado: «tem sido um desafio» Predicativo do sujeito: «um desafio» Agora, quanto ao sujeito, vejo um grupo nominal principal («Este encontro») e um complemento do nome encontro: «entre o desejo de tornar Camões acessível a todos e a realidade de um autor reverenciado, mas pouco lido» Continuando a análise em caixinhas dentro de caixinhas, este complemento do nome é constituído por dois grupos nominais, sendo o primeiro «o desejo de tornar Camões acessível a todos», e o segundo «e a realidade de um autor reverenciado, mas pouco lido». Deixarei para depois a análise deste último complemento que integra uma oração coordenada adversativa. Para já interessa-me esclarecer o constituinte «entre o desejo de tornar Camões acessível a todos». É composto por um grupo nominal «o desejo» e por sua vez por outro complemento do nome «de tornar Camões acessível a todos» assegurado por uma oração subordinada completiva. Gostaria de proceder à análise sintática independente desta oração completiva: «Camões» seria complemento direto do verbo tornar;«acessível a todos» seria predicativo do complemento direto «a todos», complemento do adjetivo acessível. A minha dúvida é esta: é defensável a ideia de que «a todos» seja complemento indireto?. Exemplo: «Eu tornei Camões acessível a todos»/ «Eu tornei-lhes Camões acessível» (parece-me pouco gramatical). Obrigado e bom trabalho.
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