Porquê e-sports ou, e-games ou e-commerce, se há alternativas em português?
Porquê e-sports ou, e-games ou e-commerce, se há alternativas em português?
Uma controvérsia suscitada pelo consulente Paulo Medeiros, a propósito do texto «Não faz sentido», com a devida réplica da autora, Ana Martins.
Depois de expressões como desde logo, com o sentido da expressão castelhana «desde luego» ou o modismo "futebolês" do desde, o comércio português também sofre a sua infiltração, com o termo rebaixas, influenciado pelo vocábulo castelhano rebajas, em vez saldos, fixado numa montra de uma loja da Baixa de Lisboa ... de origem espanhola.
O recorrente interviu, desta vez por via de um jornal português que já contou nos seus quadros excelentes revisores de imprensa.
«Usar palavras positivas», «ser mais assertivo», «comunicar com cortesia», «falar menos, ouvir mais» e «falar e escrever sem erros» – recomenda, para um melhor relacionamento, Sandra Duarte Tavares, neste texto publicada na edição digital da revista Visão do dia 13 de janeiro p.p.
Reabitar, reabituar, reaprender, reconstruir, recuperar, redizer, reemendar, refazer, reforçar, reintegrar, relançar, remanusear, remoçar, renegar, reparar, repassar, requentar, resguardar, ressaltar, ressentir, ressurgir, restaurar, restituir, retardar, retrair, rever, revisitar, revolver – verbos que pressupõem a repetição e convocam uma multitude sentimentos. É o caso do «belo verbo rezumbir, que fala de uma coisa (…) inesperada: o ruído que se faz a voar» – escreve o autor neste texto publicado na Revista do semanário “Expresso” de 6 de janeiro de 2018.
Se nas salas de cinema portuguesas o título foi sempre traduzido, qual a razão de se manter o origina Star Wars, 40 anos passados da estreia do primeiro dos oito filmes da saga criada pelo realizador George Lucas? Tal como já tinha acontecido com o filme Dunkirk...
Associação Caboverdeana de Lisboa, União Caboverdeana (na Noruega), União Caboverdeana, Caboverdeanamente (filme) – são alguns exemplos, recentes e antigos (muitos deles até em textos literários), de um uso incorreto do gentílico de Cabo Verde.
A 19 de novembro de 1935, Fernando Pessoa, já muito debilitado, escreve o seu último poema na língua materna: «Há doenças piores que as doenças.» Mas é em inglês que redige a última frase, dez dias depois. O que terá levado a fazê-lo é o que permanecerá irrespondível e a causar alguma estranheza – como escreve neste texto a professora Maria Eugénia Alves, assinalando os 82 anos do falecimento do maior poeta português do século XX.
* Em português: «Não sei o que o amanhã trará.»
«(…) Só penso como estas expressões serão entendidas por uma boa fatia da sociedade portuguesa, envelhecida, analfabeta, muitas vezes, aldeãos esquecidos numa província cada vez mais longínqua das grandes cidades litorais onde a “civilização” acontece com halloweens, blackFridays/weeks, marginalizando, criando fossos, insistindo num progresso que ignora continuamente a sua língua materna e promove um país a duas velocidades. (…)»
Este é um espaço de esclarecimento, informação, debate e promoção da língua portuguesa, numa perspetiva de afirmação dos valores culturais dos oito países de língua oficial portuguesa, fundado em 1997. Na diversidade de todos, o mesmo mar por onde navegamos e nos reconhecemos.
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