Português na 1.ª pessoa - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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A dissonância do adjetivo <i>impactante</i>
Um modismo piroso e feio

Impactante é uma das palavras da moda. Usada para destacar o cariz positivo de algo que se avalia é a palavra disponível para se dizer bem, muito bem... As outras palavras que poderiam ser usadas voltam a ficar na prateleira. 

A saga dos erros cometidos na RTP
Com três propostas concretas do Provedor do Telespetador para a sua diminuição

Nova intervenção do Provedor do Telespetador da televisão pública portuguesa, Jorge Wemans, no  programa Voz do Cidadão*, sobre os «múltiplos e demasiado frequentes» erros no uso da língua portuguesa nos diversos canais da RTP

* emitido no dia 2 de fevereiro de 2019, com a colaboração da professora Sandra Duarte Tavares.

 

 

Todos inocentes, todos cúmplices
Uma evocação do autor da celebrada frase «O óbvio ululante»

Nelson Rodrigues (1912 – 1980)  –  dos mais talentosos e criativos escritores em língua portuguesa (foi jornalista, romancista, folhetinista, ainda hoje considerado o mais influente dramaturgo do Brasil)  – recordado neste  artigo de Ruy Castro  sobre a sua faceta mais conhecida de cronista de costumes e de futebol. «O sol de derreter catedrais» ( para definir o Rio de Janeiro no verão), «Os jovens têm todos os defeitos dos adultos e mais um − o da inexperiência» e «O óbvio ululante» foram algumas das saborosíssimas frases de toda uma galeria de imagens e expressões ainda hoje celebradas. 

in Diário de Notícias de 2 de fevereiro de 2019

Dez palavras que Portugal deu aos ingleses
Alguns lusismos da língua inglesa

São muitos os anglicismos identificáveis no uso do português contemporâneo. Mas quem  imaginaria que a língua inglesa guarda algumas palavras com origem no português? Um texto do professor universitário e tradutor Marco Neves, que o publicou como crónica no portal Sapo 24 e no blogue Certas Palavras em 3/02/2019.

A Polícia
Uma situação e um erro recorrentes em Angola

Verbos como deter, manter, reter ou entreter, derivados de ter, são muitos vezes conjugados (erradamente) como se fossem verbos regulares da 2.ª conjugação – como acontece no português falado Angola, como aponta o autor, nesta crónica  publicada no semanário Nova Gazeta de 31 de Janeiro.

Ensinar gramática
Por que método?

Em Portugal, aceita-se frequentemente que a tradicional exposição em aula de conteúdos gramaticais, embora vigore na prática, é contraproducente no desenvolvimento de competências, sendo preferível uma abordagem indutiva. Ana Sousa Martins, coordenadora da Ciberescola da Língua Portuguesa, dá conta de como comparou os dois métodos no texto que segue, lido na rubrica "Cronicando" do programa Páginas de Português, pela Antena 2 transmitido em 27/01/2018 .

20 frases feitas e o seu significado
A expressividade no discurso

Confundidas frequentemente com os provérbios populares, as frases feitas caracterizam-se por ter um sentido implícito. Outra particularidade das frases feitas: a facilidade de memorização, têm dicção fácil, facilidade de compreensão e brevidade de palavras. É, o caso, entre outras, de «fossanga», «aguçar o dente», «baralhar e tornar a dar», «bater com o nariz na porta», «dar corda aos sapatos», «é esperto, mas não caça ratos», «encanar a perna à rã», «não andar (muito católico» ou «ser mais papista que o Papa» – como se regista nesta lista disponível no portal brasileiro NCultura, com data de 29 de janeiro de 2019.

O <i>foco</i> e o <i>focado</i>
Chavões da moda mediática

«Ter o foco em...», «manter o foco» e «estar focado» estão na moda nos media portugueses. É o treinador de futebol que diz que a sua  equipa «está focada» só no próximo  jogo, o jornalista que repete o «foco» atribuído pelo treinador ou o ministro que lança para as exportações o «enfoque» do Governo. Chavões que se usam como solução para resolver os mais variados problemas. Porém, como todos os modismos, contribuem para a redução dos recursos lexicais. 

A palavra é... <i>ideologia</i>
Conhecimento e opinião no debate político brasileiro

Há quem use a palavra ideologia para se referir a certas doutrinas, pressupondo que há forças políticas que não têm preocupações ideológicas, porque o que defendem é simples e natural como a realidade. Sucede, no entanto, que o conhecimento que temos está longe desse idílico acesso direto ao real, pelo que, na vida política (ou na religiosa, desportiva e até mesmo científica), é necessário admitir que a discussão é feita de crenças em todos os quadrantes, da esquerda à direita. A propósito do presente clima político brasileiro, o linguista brasileiro Aldo Bizzocchi dá conta do debate à volta da palavra ideologia, falando doutros dois termos relacionados com a questão do conhecimento e da opinião, na tradição grega, denominados, respetivamente, por episteme e doxa (este que tem a mesma raiz de dogma e doutrina). Vídeo que o autor realizou, com um pequeno texto introdutório (também aqui transcrito), para o seu canal Planeta Língua, no Youtube.

Predicativos, adjuntos e os dois modos de estar
A análise do verbo estar no Brasil e não só

No Brasil, as frases «ele está doente» e «ele está na sala» são analisadas de maneira diferente. Na primeira, está é um verbo de ligação, e doente, um predicativo do sujeito; mas, na segunda, o mesmo verbo é considerado intransitivo, e a expressão «na sala» constitui um adjunto adverbial*. O linguista brasileiro Aldo Bizzocchi revela que o uso intransitivo («ele está na sala») pode ser compreendido no contexto do funcionamento de estar como verbo de ligação, também evidenciando o contraste destas frases do português com as suas homólogas na língua inglesa. Texto do referido autor publicado no seu blogue Diário de um Linguista em 22/01/2019.

* Em Portugal, no contexto da terminologia gramatical atualmente empregada no ensino não universitário – a do Dicionário Terminológico –considera-se que, em ambas as frases, o verbo estar é sempre um verbo copulativo, pelo que tanto o adjetivo como a expressão adverbial desempenham as funções de predicativo do sujeito.