Para o jornalista Luís Osório, em artigo publicado no semanário Sol , em 19/2/2013, o ensino da língua materna é «um crime contra o futuro» e «uma viagem aos infernos». Diz ele: «Na disciplina de Português não se viaja pelo pensamento. Atraca-se num lodo de gramática, campo árido para burocratas da língua que são o prolongamento de tudo o resto.»
Negando esta visão traumática, Sandra Duarte Tavares considera, nas Controvérsias, que a escrita de bons textos não dispensa nas aulas a explicitação das regras gramaticais. E, no Pelourinho, um apontamento de Paulo J. S. Barata sublinha a importância das noções de sujeito e predicado para o uso adequado da vírgula. Finalmente, no consultório, para sossego dos mais preocupados, revela-se que saber o que são sinónimos não é crime.
Como sempre, pode-se aceder a todos os conteúdos aqui em linha pelo Facebook e por uma nova aplicação para smartphones, criada com o apoio da Fundação Vodafone.
O Pelourinho disponibiliza o texto de despedida do provedor do leitor do jornal Público, José Queirós, que deixa uma advertência generalizável a certa escrita jornalística de hoje. Na rubrica Acordo Ortográfico, um artigo também originalmente publicado no Público, da autoria do tradutor Jorge Candeias, contesta os números apresentados em A Falsa Unidade Ortográfica. Quanto às novas respostas em linha, releva-se a diferença entre provérbio e expressão idiomática bem como a questão (da falta) do uso do artigo definido na Lei n.º 46/2005, sobre a limitação dos mandatos dos autarcas portugueses.
Estes conteúdos estão igualmente acessíveis pelo Facebook e por uma nova aplicação para smartphones, criada com o apoio da Fundação Vodafone.
Em Portugal, as metas curriculares da disciplina de Português, publicadas em agosto de 2012, continuam a gerar polémica, desta vez, por causa das metas de fluência de leitura oral. Espera-se, por exemplo, que um aluno do 4.º ano de escolaridade saiba ler, no mínimo, 125 palavras por minuto (pág. 28), valor muito acima dos máximos apurados em programas de monitorização do desenvolvimento desta competência. José Morais, professor catedrático da Universidade Livre de Bruxelas e coautor das referidas metas, declara que a opção tomada foi a de «apresentar um valor aproximado para ser obtido». Para Dulce Gonçalves, professora e investigadora da Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa, os valores fixados são absurdos, se não mesmo inexplicáveis, atendendo à investigação recente. Sobre este assunto, o programa Sexta às 9 (RTP1) dedicou uma reportagem, acessível aqui (ver a partir dos 17' 20").
Falar e escrever não é só uma questão de seguir regras gramaticais e convenções normativas. É preciso conhecer as realidades mencionadas pela língua, ou seja, é preciso cultura. Justamente a propósito da falta dela, o Pelourinho disponibiliza mais um texto de Wilton Fonseca, publicado no jornal i, sobre a desastrada troca de Serralves, no Porto, por "Serra Alves".
E não será a chamada "resignação" do Papa Bento XVI uma forma anglicizada de referir este acontecimento? A resposta está no consultório, onde se abordam também as relações semântico-referenciais dos nomes próprios Europa, Portugal e Lisboa, os valores aspetuais de certas construções verbais e o uso do verbo silenciar numa situação de protesto.
Há espaço ainda para falar do português de Angola, na rubrica O Nosso Idioma, com um apontamento sobre o verbo manter, como sinónimo de casar e, coloquialmente, já não conjugado como ter.
Estas e outras respostas, com os demais textos aqui em linha, estão igualmente disponíveis no Facebook e numa aplicação para smartphones (com o apoio da Fundação Vodafone).
Apesar de, na Ciberescola, a base de dados de exercícios interativos superar as 1000 entradas e de já contarmos com cerca de 50 aulas de português língua estrangeira/língua não materna prontas a “usar”, a verdade é que, pelo facto de aí haver necessidade de um registo, estes recursos nem sempre estão suficientemente visíveis.
Por outro lado, sentimos, desde muito cedo, a necessidade de fornecer, aos nossos colegas professores, materiais de ensino de português língua estrangeira/ língua não materna que estivessem mais facilmente acessíveis e com a possibilidade de serem levados para a aula, sem muita perda de tempo.
Ora, neste momento, conseguimos já atingir o número de 100 entradas de materiais em PDF: fichas (gramática, vocabulário e escrita), textos adaptados e guiões de aula. Esperemos poder alargar este número a um ritmo cada vez mais acelerado.
Continuamos a dar conta de alguns aspetos do património linguístico de Portugal, desta feita a propósito do falar algarvio e da história da toponímia:
– em O Nosso Idioma, Paulo J. S. Barata comenta o regionalismo colmeadinho;
– no consultório, assinala-se o contraste entre os sufixos -elo e -el, que ocorrem em vários topónimos (Lordelo, Pinhel), e regista-se o uso de rapioca.
Estas e mais respostas, com todos os textos em arquivo, estão acessíveis no Facebook e numa aplicação para smartphones (com o apoio da Fundação Vodafone).
O futuro não é risonho para as chamadas línguas minoritárias. Pense-se no mirandês, o vernáculo da Terra de Miranda, em Portugal: no século XIX, estimava-se que era falado por cerca de 15 000 pessoas; hoje, os falantes são cerca de metade, ao que parece, todos bilíngues. E, no entanto, nas últimas décadas, é provável que nunca se tenha publicado tanto em mirandês (Os Lusíadas estão traduzidos) nem se tenha feito tanto pela promoção da cultura associada a esta língua asturo-leonesa. Tal é o balanço de uma reportagem, da autoria de Rosa Ramos e publicada no jornal i em 16/2/2013, com a qual a rubrica Diversidades lembra também que o património linguístico de Portugal não se limita ao português. Mais informação sobre o mirandês aqui.
No consultório, entre outras destrinças, definem-se os significados de iniciático, de rosa-de-toucar e da locução «como tal». Estas e mais respostas, com todos os textos em arquivo, estão acessíveis no Facebook e numa aplicação para smartphones (com o apoio da Fundação Vodafone).
«Antigamente, os pirralhos dobravam a língua diante dos pais, e se um se esquecia de arear os dentes antes de cair nos braços de Morfeu, era capaz de entrar no couro.»
Assim evoca Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) um passado infantil, por palavras e expressões de antanho, num texto intitulado Antigamente e incluído na Antologia a partir deste dia. No consultório, comenta-se o uso do adjetivo ordinal quingentésimo e do adjetivo reptiliano.
Recorda-se que uma seleção dos conteúdos do Ciberdúvidas está disponível no Facebook e numa aplicação para smartphones (com o apoio da Fundação Vodafone).
No 6.º programa da 8.ª série do Cuidado com a Língua! (RTP 1, dia 18/02, às 22h20), pergunta-se: porquê rastro, no Brasil, e rasto, em Portugal – sendo a primeira forma a mais vernácula? Mistérios da língua, nesta emissão dedicada ao mundo dos detetives, entre enigmas, mistérios e… anagramas. Outro caso escalpelizado: a diferença entre siglas e acrónimos, e os (muitos) “tropeções” à sua volta.
* Na RTP 1, repetição aos domingos, às 11h00 (hora de Portugal continental). Também, na RTP Internacional e na RTP Internacional Ásia, aos sábados, às 19h45, na RTP África, aos domingos, às 11h00, na RTP Internacional América às sextas, às 4h45, na RTP Mobile, às segundas, às 22h30 (hora de Portugal continental).
O ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Paulo Portas, garantiu aos deputados da Assembleia da República que não há divergências entre Portugal e o Brasil quanto à aplicação do Acordo Ortográfico de 1990 (AO). Paulo Portas desmentiu assim notícias segundo as quais o governo brasileiro teria paralisado o processo de adoção das novas regras, esclarecendo que «o que [este país] fez foi ampliar de três para seis anos a entrada em vigor total do acordo», pelo que esta vai verificar-se no Brasil no final de 2015. Recorde-se que, em Portugal, o prazo do período de transição para a plena entrada em vigor do AO termina em 13 de maio do mesmo ano.
Este é um espaço de esclarecimento, informação, debate e promoção da língua portuguesa, numa perspetiva de afirmação dos valores culturais dos oito países de língua oficial portuguesa, fundado em 1997. Na diversidade de todos, o mesmo mar por onde navegamos e nos reconhecemos.
Se pretende receber notificações de cada vez que um conteúdo do Ciberdúvidas é atualizado, subscreva as notificações clicando no botão Subscrever notificações