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Por Ciberdúvidas da Língua Portuguesa

À carvalhiça, ou carvalho-anão, dá-se o nome científico de Quercus lusitanica, a recordar que é no território da antiga província romana da Lusitânia que este arbusto é mais frequente. Mas, se a espécie é abundante no país chamado Portugal desde a Idade Média, porque não "Quercus portugalensis"? Que critérios existem para a formação de um nome botânico alusivo a Portugal? Onde procurar as formas latinas mais adequadas para essa denominação? No consultório, apresenta-se uma resposta que deixa várias indicações para uma escolha criteriosa. Entre as novas dúvidas a esclarecer, também se encontra uma questão sobre a análise sintática de expressões como «tira de papel». E até que ponto se considera correto o emprego da locução «é que»? As opiniões já foram mais reticentes, mas a expressão tem hoje enorme vitalidade tanto na fala como na escrita.

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A abreviatura OK (também escrita o. k.; cf. Dicionário Houaiss), criada na língua inglesa, ao que se sabe, há 175 anos, tem grande popularidade, encontrando-se em quase todas as línguas do mundo. O português não é exceção: de caráter informal (mesmo em inglês), a palavra OK é abundantemente usada na oralidade e nas mensagens difundidas por meios eletrónicos. A rubrica O Nosso Idioma divulga um artigo que assinala precisamente o aniversário e o triunfo desse anglicismo que, a bem da nossa riqueza idiomática, pode ser substituído, por «está bem» (coloquialmente «"tá" bem»), «certo», «de acordo», por um formal «com certeza» e por muitas outras expressões.

No Pelourinho, Edno Pimentel também aborda a questão do uso da língua na troca de mensagens pelo computador ou por telemóvel, focando a confusão reinante com as construções relativas introduzidas por preposição («as pessoas pelas quais tenho consideração», e não *«as pessoas "que" tenho consideração», e menos ainda *«as pessoas "nas quais" tenho respeito»). Na mesma secção, Paulo J. S. Barata revela um erro que ameaça consolidar-se no discurso dos médicos portugueses: "estadio"; e José Mário Costa é surpreendido por um incorretíssimo "entreteram-se" em direto, pela televisão. Finalmente, em Acordo Ortográfico, divulga-se um texto do jornalista Henrique Monteiro publicado no semanário Expresso, a propósito de mais um episódio da polémica que se arrasta em Portugal à volta da nova ortografia.

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 Ainda a propósito dos conflitos entre norma e uso, a rubrica Ensino propõe mais outro debate, conduzido pelo jornalista Alberto Dines no programa televisivo do Observatório de Imprensa brasileiro, em 24/05/2011, com a participação dos especialistas Deonísio Silva, Sérgio Nogueira e Marcos Bagno. Partindo da frase em epígrafe, da autoria do jornalista brasileiro Otto Lara Resende (1922-1992), a acesa discussão apresentada em vídeo entende-se no contexto da grande polémica gerada no Brasil em torno de um livro didático que descrevia usos do chamado "falar errado"; o tema, porém, excede o gigantismo brasileiro, acabando por dizer respeito a toda a comunidade de países de língua portuguesa. Deverá a norma permanecer alheada de variantes e inovações surgidas em registos mais populares ou mais utilitários? Mas, dando espaço a tais formas de expressão, eventualmente menos elaboradas, não será que a língua se arrisca a comprometer o rigor e a clareza de pensamento?

 

Quanto ao consultório, esclarecem-se dúvidas sobre a definição dos termos universais linguísticos e vocábulo; a formação de bicharada; os verbos da família de palavras de roda; a classe de palavras de aproximadamente; a função sintática de graciosamente numa frase.

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«A grande missão de um professor [de Português] é transformar o aluno num poliglota dentro da sua própria língua, [para] ele saber das variantes e utilizá-las adequadamente.»

As palavras são de Evanildo Bechara, conhecido gramático e académico brasileiro, que as proferiu numa entrevista concedida a Jô Soares no programa emitido pela Rede Globo em 2002. Recordemos este apontamento (também na rubrica Ensino) pela simplicidade com que o entrevistado esclarece velhas e temidas dúvidas de gramática e ortografia; assinale-se ainda o seu interesse para a discussão de um problema particularmente agudo no Brasil, mas igualmente sentido em todos os outros países de língua portuguesa (mesmo em Portugal): o conflito entre língua popular e língua culta, em especial no contexto escolar.

 

Outras entrevistas de Evanildo Bechara, a respeito de política de língua, ficam também disponíveis, a partir desta data, na rubrica Acordo Ortográfico (entrevistas de 2008 e 2013). Esta atualização inclui o consultório, onde se fala da sintaxe do verbo distar, do decalque do inglês «os locais» (= «moradores») e ainda da origem do topónimo Bardeiras.

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Celebra-se em 21 de março o Dia Mundial da Poesia, comemoração criada em 1999 pela UNESCO com o objetivo de promover o gosto por esta forma de expressão literária. Em Portugal, a data é assinalada com vários acontecimentos, entre eles se salientando as atividades organizadas pelo Centro Cultural de Belém e pela Casa Fernando Pessoa, em Lisboa.

A celebração fica ainda marcada em Portugal por uma notícia curiosa: a criação de um poeta artificial, o PoeTryMe, por Hugo Gonçalo Oliveira, investigador na Universidade de Coimbra (UC). Como explica a página que a UC dedica ao PoeTryMe, trata-se de «um sistema informático inteligente que se apoia em redes de palavras, relacionadas de acordo com os seus sentidos, e em padrões de versos, obtidos a partir da análise de poesia escrita por humanos, gerando a partir daí poemas em língua portuguesa sobre as mais diversas temáticas».

Entretanto, resta-nos desejar ao PoeTryMe os maiores êxitos, já que os poetas da língua portuguesa têm sabido marcar o seu lugar no mundo, desde o tempo dos trovadores até à contemporaneidade. E saudemos aqui também a poesia com "Liberdade", de Fernando Pessoa, na voz do ator português João Villaret (1913-1961):

 

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Nos arquipélagos dos Açores e da Madeira, o português de Portugal apresenta traços inconfundíveis que permitem distinguir um grupo de dialetos insulares em contraste com os falares do continente (cf. Gramática do Português, da Fundação Calouste Gulbenkian, 2013, p. 105). Para uma primeira abordagem a este tema, saliente-se um apontamento do professor e escritor Victor Rui Dores, que mostra como nas nove ilhas açorianas a história e o Atlântico contribuíram para a criação de um património linguístico muito variado.

 

 

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Sobre Macau, atualmente uma região administrativa especial da República Popular da China, foi-se fazendo a ideia de o número de falantes de português ter pouca expressão, apesar dos mais de quatrocentos anos de história com Portugal (cf. Mário Filipe, "Macau e a situação futura da língua portuguesa", Revista Camões, n.º 7, 1999, pp. 102-106). Mas, para nada ser como dantes, a língua de Camões agora é moda e prolifera naquele território: com efeito, a comunicação social revela que o crescimento económico do Brasil, de Angola e de Moçambique tem levado os chineses a interessarem-se cada vez mais pelo português, de tal maneira que as autoridades incentivam a transformação de Macau num centro de excelência para aprendizagem do idioma, com grande oferta de cursos por parte de entidades públicas e privadas. O facto é salientado por Cármen Amado Mendes, investigadora da Universidade de Coimbra e autora do livro Portugal, China e as Negociações de Macau (publicado em inglês), considerando sem sentimentalismo: «enquanto houver interesse da China no mercado lusófono, a língua e o legado lusófono mantêm-se em Macau». 

Cf. Qual a língua mais falada em Macau?

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Que nome se dá ao grau dos substantivos que expressa uma ideia de diminuição ou redução (por exemplo, carrinho)? Em O Nosso Idioma, Edno Pimentel conta um episódio da vida escolar, a propósito do termo diminutivo, frequentemente deturpado como "diminuitivo" (texto original publicado em 13/03/2014).

Na rubrica Acordo Ortográfico, foi atualizada a página que reúne ligações a artigos e notícias saídos na sequência da aprovação, em Portugal, pela Assembleia da República, da Resolução 890/XII/3.ª em 28/02/2014, a qual recomenda ao Governo a «criação urgente de um Grupo de Trabalho sobre a Aplicação do Acordo Ortográfico» no país: a nova referência é de um texto de D´Silvas Filho, com o título O descontentamento com o Acordo Ortográfico.

Quanto ao consultório, esclarecem-se e discutem-se questões relativas:

– às locuções «em aberto», «por vez», «em memória de» e «de baixo»;

– ao particípio passado (e, por vezes, adjetivo) satisfeito;

– ao substantivo gene;

– a datas comemorativas.

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O parlamento galego aprovou por unanimidade, em 11/03/2014, a iniciativa legislativa popular Valentín Paz-Andrade, a qual visa reforçar os laços culturais e linguísticos da Galiza com Portugal, mediante uma maior implantação do português no sistema de ensino galego e a facilitação do acesso à rádio e televisão lusas. Aqui fica um breve registo da Televisão da Galiza sobre este acontecimento.

E, ainda a propósito do aprofundamento das relações da Galiza com o mundo de língua portuguesa, cabe assinalar a apresentação em Lisboa, em Braga e no Porto do romance O Crânio de Castelao, resultado da colaboração de autores galegos com escritores de Portugal, Cabo Verde e Timor-Leste. Sobre o lançamento desta obra, leia-se uma crónica da jornalista galega Montse Dopico, em linha no blogue Magazine Cultural Galego.  

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 Todas as gramáticas escolares incluem os ditongos na descrição do sistema fonológico do português. O mesmo fazem gramáticas de referência e outras obras especializadas. Mas o que é um ditongo, afinal? Esta é uma das questões abordadas no consultório, onde também se discutem a origem do sobrenome ou apelido Chuvas e a etimologia do topónimo Pombal – e, já agora, diz-se «em Pombal», ou «no Pombal»?