Acordo Ortográfico - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Português na 1.ª pessoa Acordo Ortográfico controvérsias
Questões relativas ao Acordo Ortográfico.

A polémica, de novo. Foi assim nos anos 90, quando a Assembleia da República ratificou o Acordo Ortográfico (AO). E já assim tinha sido em 1911, a propósito da chamada «reforma de Gonçalves Viana», muito boa, por sinal, mas considerada, na altura, «contraproducente, selvagem, antipatriótica, inoportuna, descriteriosa, antifilosófica, mal fundamentada, ridícula...».

Está em curso a ratificação, pela Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), de um acordo ortográfico. E as pessoas posicionam-se, umas a favor, outras contra.

Para se tratar este assunto, talvez seja pertinente lembrarmo-nos do que é a ortografia: a arte de escrever correctamente as palavras de uma língua. Mas o que significa correctamente? Neste contexto, correctamente significa «de acordo com uma ...

A mãi e o pae da ortographia portugueza

Precisamos de variar a variação das variantes do português. Não tenho a propósito do acordo ortográfico nenhuma grande paixão. Acho natural que as línguas mudem e parece-me inevitável que algumas dessas mudanças se efectuem pela força do uso (seja através da importação do estrangeiro, seja por corrupção, modismos e neologismos) e outras pelo uso da força (a via normativa, vulgo acordo ortográfico)....

A actual controversia orthographica remonta á reforma de 1911, a qual teve duas consequencias notaveis e nefastas: no plano da lingua escripta, a physiognomia graphica da lingua portugueza foi profundamente alterada - attente-se no titulo e no primeiro periodo d’este artigo graphados em orthographia antiga que ninguem terá difficuldade em ler; no plano social e político, a ortografia, consignada em texto legal, tornou-se questão de Estado e passou a depender do arbítrio da classe política.

Babel e outras confusões

O disposto no Acordo Ortográfico, quanto às grafias facultativas, «reintroduz no sistema ortográfico português a situação babélica a que 1911 veio pôr cobro» (Ivo Castro e Inês Duarte, A Demanda da Ortografia Portuguesa, p. 34).

I. Sobre o que se disse num Prós e Contras da RTP 1

A `legitimidade´ do novo Acordo está no facto de que todos os países interessados (sete na altura) o assinaram. A `legitimidade´ de poder entrar em vigor está no facto de que concordaram que só três o ratificassem. Como já quatro o fizeram, estes podem `legitimamente´ decretar que está em uso nos respectivos países quando entenderem. Todos os argumentos contra são enganadores

Manuel Alegre garante que não votará a favor do Acordo Ortográfico. O protocolo é debatido na Assembleia da República a 15 de Maio [de 2008], e Alegre assegura que não cumprirá a orientação do PS. «Posso votar contra, abster-me ou não votar, estou dividido. Admito tudo menos votar a favor, por aquilo que disse e escrevi, pelas dúvidas que tenho, e porque há um património que temos de preservar», diz ao ...

Se Portugal e o Brasil têm o direito de possuírem ortografia própria, por que razão é que Angola, Moçambique e os outros países lusófonos também não a hão-de ter, até ficarmos «orgulhosamente sós»?

E qual é a língua que resiste a oito ortografias?

Os poderosos gostam de dizer que os outros não são «os donos» das coisas sobre as quais eles decidem. É redundante, e um bocadinho estúpido, e, precisamente por isso, funciona — pelo menos intimida. Os escritores, por exemplo, não são «os donos» da Língua — e não se vai cancelar um acordo ortográfico só pelo amor serôdio que alguns escribas dedicam a consoantes mudas e outras chinesices (por alguma razão o Prós e Contras que a RTP dedicou [no dia 14 de...

Temos fundadas dúvidas de que os diversos debates realizados não têm esclarecido a opinião pública sobre a utilidade e urgência do Acordo Ortográfico.

Sobretudo porque têm insistido em duas falsas questões:

1.ª — Alguns querem emendar o texto do Acordo por julgarem a sua opinião mais científica que a da Comissão que o negociou no Rio: Lindley Cintra, Malaca Casteleiro, Costa Ramalho, Helena Rocha Pereira, Maria de Lurdes Belchior e Fernando Cristóvão, pela parte portuguesa, e em...