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Por Ciberdúvidas da Língua Portuguesa

Vocabulário Ortográfico Atualizado da Língua Portuguesa — assim se intitula o novo vocabulário ortográfico elaborado pela Academia das Ciências de Lisboa e apresentado em sessão académica realizada em 5 de dezembro último. Definindo, em Portugal, a escrita correta das palavras conforme o Acordo Ortográfico de 1990, esta obra soma-se, no referido país, a outras duas publicadas com a mesma finalidade, a saber:*

— o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, coordenado por Malaca Casteleiro e publicado em 2009 pela Porto Editora;

— e o Vocabulário Ortográfico do Português, desenvolvido pelo Instituto de Linguística Teórica e Computacional (ILTEC) e adotado oficialmente em Portugal pela Resolução n.º 8/2011 do Conselho de Ministros.

No lançamento do vocabulário da ACL, foi também feita a apresentação do Glossário de Termos Militares, a cargo do Instituto de Estudos Superiores Militares, o qual, quando finalizado, integrará o Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea.

*O Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa da Academia Brasileira de Letrasé relativo ao português do Brasil.

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Como já noticiámos, a Ciberescola, através de protocolo efetuado com a Direção-Geral da Educação (DGE), inicia em janeiro de 2013 um projeto de ensino em regime de aprendizagem combinada (b-learning) a alunos estrangeiros do ensino básico a frequentar escolas portuguesas.

No âmbito deste projeto, a Ciberescola está a recrutar falantes de português e simultaneamente de crioulo cabo-verdiano, crioulo da Guiné e bangla para serviço de tradução e acompanhamento na preparação de aulas. O serviço é remunerado (enviar CV para anissimamente@gmail.com).

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A Academia das Ciências de Lisboa lança neste dia, pelas 18h00, um novo Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa. Observe-se que este evento se verifica três anos depois do comunicado que anunciava uma nova edição do Vocabulário da Língua Portuguesa (VLP), nos termos do Acordo Ortográfico de 1990.

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Há muito que no português-padrão se neutralizou o contraste fónico entre o ch de chave e o x de xaile (não assim em certos dialetos), mas a ortografia manteve a diferença gráfica, lançando os incautos em numerosas armadilhas. Vem isto a propósito da atualização do Pelourinho com um apontamento de Paulo J. S. Barata sobre a frequente confusão entre xeque (como em xeque-mate) e cheque (bancário). Entretanto, nas novas respostas, sobressaem os tópicos relativos à etimologia de nomes próprios (onomástica), à sintaxe e à morfologia.

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aqui tínhamos assinalado a publicação do estudo Potencial da Língua Portuguesa, coordenado por Luís Reto, reitor do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa-Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE-IUL), e o impacto de uma das suas conclusões: a língua portuguesa vale 17% do Produto Interno Bruto. Não admira, pois, que a obra em referência continue no centro das atenções: no dia 5 de dezembro de 2012, quarta-feira, pelas 19:30, em Lisboa, o Camões-Instituto da Cooperação e da Língua acolhe a apresentação pública desta obra pelo professor universitário e político português Marcelo Rebelo de Sousa. Também num dos canais de televisão de Portugal, na RTP1, o português está em foco, com a emissão de 3 de dezembro, segunda-feira, do programa televisivo Prós e Contras, dedicada a questões para reflexão e debate sobre o valor da língua.

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O insulto é socialmente incorreto, mas não deixa de ser bem ilustrativo de como a palavra pode ser ação. Nestes tempos conturbados, que o diga Abel Barros Batista, professor catedrático da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, que, numa crónica publicada na revista Ler, Livros & Leitores e transcrita em O Nosso Idioma, faz, com certa ironia, a seguinte consideração, talvez para choque dos adeptos de palavras meigas:

«Insultar é por vezes exigido pela indignação e pela dignidade ou pela satisfação de mandar uns canalhas à tábua, como disse Fernando Assis Pacheco, todas motivo legítimo. E para isso tem de haver liberdade!»

E que liberdade temos nós para formar novas palavras como aprendibilidade e "ciclistar"? É este um dos pontos em debate nas perguntas deste dia, que, como sempre, abrangem igualmente problemas de sintaxe e morfologia.

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«Portugal foi um país de marinheiros.» Isso reflete-se na língua? É a pergunta feita na emissão do programa Língua de Todos de sexta-feira, 30 de novembro (na RDP África, às 13h15; com repetição no dia seguinte às 9h15). Outro assunto aí abordado: a realização de uma campanha, por exemplo, de segurança rodoviária, por uma entidade pública, inclui-se no conceito de publicidade? E qual é a forma correta: «os homens vão construir», ou «os homens irão construir»? 

Nota: O Língua de Todos fica interrompido desde esta data, tal como o programa Páginas de Português, transmitido pela Antena 2, aos domingos.

* Hora de Portugal continental.

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A flexão do verbo negociar continua a suscitar dúvidas, como mostra a nova atualização. Afinal, diz-se negocio ou negoceio? A verdade é que se aceitam as duas formas, embora regionalmente se notem tendências de uso divergentes. No Brasil, o verbo conjuga-se regularmente, como qualquer verbo acabado em -iar: negocio, negocias, negocia... negociam (cf. Dicionário Houaiss). Mas, em Portugal, a analogia com os verbos em -ear, levou a que negociar pudesse também ser conjugado como custear (custeio ~ negoceio).

Esta irregularidade lusitana não escapou ao filólogo e gramático prescritivista Rodrigo de Sá Nogueira, que, há já algumas décadas, lhe fez o seguinte comentário (Dicionário de Erros e Problemas da Linguagem, 1.ª edição, 1969; a 3.ª edição é de 1989):  «"[...] muitos verbos [terminados em -iar] conjugam-se hoje como [os terminados em -ear], como: anseio, comerceio, negoceio, odeio, premeio, presenceio, remedeio, sentenceio, etc. respectivamente de: ansiar, comerciar, negociar, odiar, premiar, presenciar, remediar, sentenciar". — Estas formas, pois, são erradas, mas são factos consumados, e, por isso, não as podemos repudiar.»

Sobre a conjugação destes verbos, consulte-se o Portal da Língua.

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No discurso político e mediático, são muitos os que usam a palavra previsão para ilusão própria e alheia, de modo a disfarçar convicções falíveis e simples palpites — observa o jornalista Henrique Monteiro num apontamento publicado no semanário Expresso e transcrito na rubrica O Nosso Idioma. Igualmente de equívocos discursivos, e em especial das armadilhas do pronome relativo, nos fala Wilton Fonseca numa crónica para o jornal i, disponibilizada desde esta data no Pelourinho. Finalmente, no consultório, dê-se relevo a uma resposta de Edite Prada, acerca de uma questão que tem martirizado os professores de Português em Portugal: como identificar um adjetivo relacional?

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1. Andam a confundir bastonário com mandatário, mas estas duas palavras não são sinónimas, recorda Paulo J. S. Barata, no Pelourinho. E a locução «à frente» não significa o mesmo que «em frente», como se explica também no consultório, onde são esclarecidas outras dúvidas, da ortografia à semântica lexical, passando pelo uso dos tempos e modos verbais.

2. Enquanto projeto sem fins lucrativos e de acesso gracioso, o Ciberdúvidas depende do apoio de quantos, por esse mundo fora, gostam e querem saber mais sobre a língua portuguesa. Se quer ajudar, junte-se à campanha SOS Ciberdúvidas (esclarecimentos pelo endereço sosciberduvidas@gmail.com).

3. As sessões em linha do Programa de Aprendizagem Colaborativa dos Cibercursos são uma forma simples e segura de aprender a conversar em português. Informações sobre este programa e as aulas dos Cibercursos aqui, nas Notícias e no grupo Cibercursos no Facebook.