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Por Ciberdúvidas da Língua Portuguesa

O Dicionário Terminológico (DT), destinado a apoiar o ensino da gramática escolar em Portugal, manteve muitos termos tradicionais, mas também trouxe outros que não eram habituais na didática da língua. Por exemplo, porque se diz que é oblíquo o «complemento oblíquo»? Será porque é um constituinte gramatical «não perpendicular nem paralelo» ou «enviesado» (cf. Dicionário de Língua Portuguesa da Porto Editora e Dicionário Priberam da Língua Portuguesa)? Ou chama-se assim simplesmente para nos complicar a vida, porque se define igualmente como «malicioso» (cf. idem)? Nada disso, porque, afinal, o termo tem história antiga — conforme se explica numa das novas respostas, também dedicadas aos constituintes morfológicos, aos contrastes de género e ao valor semântico das preposições.

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A emissão do programa Língua de Todos de 23 de novembro, na RDP África, às 13h15* (com repetição no dia seguinte 9h15*), inclui uma conversa com o diretor-geral de Educação, Fernando Reis, do Ministério da Educação de Portugal, a propósito da colaboração que a Ciberescola da Língua Portuguesa vai desenvolver experimentalmente com duas escolas portuguesas: os estabelecimentos Domingos Jardo, em Sintra, e Alexandre Herculano, no Porto. Recorde-se que a Ciberescola desenvolve a produção de materiais para apoio do ensino do Português como língua materna e língua não materna ou estrangeira (sobre os novos testes-diagnósticos que permitem ao aprendente determinar o nível de proficiência em que se encontra, ver aqui).

Quanto ao programa Páginas de Português, na Antena 2, informamos que este continua interrompido.

* Hora de Portugal continental.

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A Ciberescola disponibiliza testes-diagnósticos para o aprendente de Português-Língua Estrangeira (PLE) poder ter uma ideia do nível de  proficiência em que se encontra: testes-diagnósticos para o nível A2; testes-diagnósticos para o nível B1; testes-diagnósticos para o nível C1. Esta aferição é relevante não apenas para a inscrição nos cursos, mas também a partir do registo na Ciberescola, para a realização autónoma de exercícios interativos.

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O romance romântico Amor de Perdição, de Camilo Castelo Branco, deverá voltar a ser estudado por todos os alunos do ensino secundário português, na sequência da revisão das metas curriculares para aquele nível de ensino. Escrito em apenas 15 dias na Cadeia da Relação do Porto, onde o autor estava preso sob a acusação de adultério, Amor de Perdição é talvez a obra mais popular deste autor português.

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São preocupantes algumas das conclusões do livro branco A Língua Portuguesa na Era Digital, apresentado num encontro internacional que se realizou em 17 de novembro, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa. Apesar de, mundialmente, contar com mais de 220 milhões de falantes e de figurar entre as cinco línguas mais usadas quer no Twitter quer na internet em geral (o Brasil é o quinto país que mais utiliza a rede), a verdade é que o português tem falta de apoio tecnológico em áreas como a tradução automática ou a análise de texto. Sobre o estudo agora divulgado, leia-se no semanário Expresso uma reportagem que reúne declarações dos investigadores portugueses António Branco, Isabel Trancoso e Amália Mendes.

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Em Portugal, o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, durante as comissões parlamentares de Negócios Estrangeiros e Orçamento e Finanças, que decorreram no passado dia 14 na Assembleia da República, defendeu que, no próximo ano, o objetivo do seu ministério será o de reduzir em 4,2% as despesas do ministério, mantendo no entanto opções estratégicas no que toca ao ensino do português no estrangeiro.

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Fundador da Sociedade de Língua Portuguesa, Vasco Botelho de Amaral (1912-1980) notabilizou-se em Portugal, em meados do século XX, como um brilhante divulgador de questões atinentes aos usos e às normas do português. Em 12 de novembro de 2012 comemorou-se o seu centenário, marcado pela reedição do Grande Dicionário de Dificuldades e Subtilezas da Língua Portuguesa. Na rubrica Notícias damos o justificado relevo à efeméride. Nesse texto, escrito pela filha, Margarida Botelho de Amaral Freire, salienta-se, entre outros aspetos, a polémica suscitada, à época, por algumas das interpretações filológicas e sociais das obras de Vasco Botelho de Amaral: «Ele próprio reconhece as suas ideias como "revolucionárias", firmadas por "processos iconoclastas na pregação por uma Filologia mais humana, liberta de idolatrias que amesquinham a Língua".»

Entre os tópicos tratados no consultório, sobressaem a variação entre registo e registro, um emprego paradoxal do verbo prometer e o caso de verbos com complementos de dupla construção.

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Jorge Amado nasceu há cem anos, e multiplicam-se as iniciativas para assinalar a importância do seu legado literário e cívico. Em Lisboa, decorre (de 12 a 16 de novembro de 2012) a 2.ª sessão do Colóquio Internacional 100 Anos de Jorge Amado, intitulada "O Escritor, Portugal e o Neorrealismo". Na abertura do evento, Vânia Chaves, presidente da Comissão Organizadora do colóquio, frisou que Jorge Amado é «o mais universal dos escritores brasileiros e aquele que contribuiu e contribui para manter apertados os laços que unem os falantes de língua portuguesa dos quatro cantos do mundo». Evoque-se também aqui a memória do escritor baiano, com uma reportagem do canal brasileiro TV Cultura:

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Um erro insipiente pode tirar impacto ao mais brilhante dos textos, convertendo-o num escrito incipente, ou seja, de principiantes. A tal risco, que não é mero trocadilho com homófonos, se refere Paulo J. S. Barata num apontamento, no Pelourinho. Na mesma rubrica, uma crónica de Wilton Fonseca, publicada no jornal i, denuncia o ilogismo da expressão «próximos do prazo de validade».

Entretanto, nas Controvérsias, D´Silvas Filho dissente dos critérios adotados pelos vocabulários ortográficos publicados em Portugal, ao passo que, entre as novas respostas, se releva o uso da estrutura comparativa «tão/tanto... quanto...», equivalente a «tão/tanto... como».

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Em Portugal, com a visita da chefe do governo alemão, Angela Merkel, mais uma vez a comunicação social se defronta com o feminino de chanceler: diz-se «a chanceler», ou «a chancelerina»? Ambas as palavras estão corretas, mas casos como este, de concorrência vocabular, são muitas vezes resolvidos pela prevalência de apenas uma das formas. Muito dependerá certamente da continuidade no cargo desta ou de outras figuras femininas.

Nesta atualização, também se denuncia a falta de clareza da língua usada em Portugal, nas instâncias oficiais e na vida política — o diagnóstico é feito pela linguista Ana Martins, em artigo publicado no jornal Público e disponível no Nosso Idioma. Finalmente, no consultório, fala-se de história da língua e de sintaxe dos verbos, não esquecendo os diferentes registos linguísticos, distinção essencial para a seleção das palavras mais adequadas a um dado contexto de comunicação.