Publicidade e expressões idiomáticas
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Publicidade e expressões idiomáticas
1. Seja com motivações consumistas, seja para promover a cidadania, o discurso publicitário traz-nos muitos estrangeirismos, mas as exigências apelativas levam-no também a explorar incessantemente os recursos do português, produzindo frases e ditos criativos que se fixam na fala e na escrita. Uma exemplificação deste fenómeno é um trabalho publicado pelo jornal português Observador em 4/11/2015 p. p. – e que aqui fica transcrito, com a devida vénia ao autor., o jornalista Tiago...
O recorrente tropeção no plural de acordo
1. Deixamos, de novo, uma chamada de atenção para esse tropeção tão recorrente na prolação do plural da palavra acordo, nomeadamente nos comentários e notícias que se vão ouvindo no audiovisual português, nestes intensivos dias à volta de um eventual entendimento dos respetivos partidos para uma solução governativa de esquerda. Diz-se /acôrdos/, com "o" tónico fechado, tal como se se diz no singular /acôrdo/. Como aqui e aqui se recorda. E, ainda, aqui.
2. Com...
Anglicismos, apostos, advérbios...
1. O consultório traz novas perguntas que confrontam as tarefas de análise e classificação gramaticais com as subtilezas do funcionamento da língua:
– Que é um "bibliopaper"? Não haverá forma de evitar o anglicismo paper? E que dizer do latinismo alumnus, semanticamente anglicizado? Porque não «antigo aluno»?
– Numa frase como «satisfeito, o pai felicitou o filho», qual é a função sintática de satisfeito? Será que um adjetivo pode ser um aposto?
– A...
Um mau uso do hífen... onde ele menos se esperaria
1. A presente atualização centra-se na forma das palavras e, em especial, nos equívocos e nas oscilações que podem afetar a sua estabilidade. Assim, no Pelourinho, José Mário Costa assinala um mau uso do hífen na expressão «bom senso»... onde menos se esperaria («Convenhamos que é, no mínimo, surpreendente um erro destes no anúncio de um colóquio pretensamente científico sobre a ortografia»*). E, na rubrica O nosso idioma, divulga-se mais uma crónica de Edno Pimentel, na qual o...
Uma greve de fome... "humanitária"?!
1. Depois do «caos "humanitário"» e da «tragédia "humanitária"», o adjetivo humanitário conhece nova e discutibilíssima colocação, nas notícias sobre o caso do luso-angolano Luaty Beirão, na sequência da sua detenção e da de outros 14 ativistas políticos, acusados pelo governo de Angola de conspiração para um golpe de Estado. «Greve "humanitária" e de justiça» é como se classifica este tipo de protesto.
«O rapper e ativista angolano Luaty Beirão, internado sob detenção numa...
As marcas africanas da língua portuguesa
1. Sabemos que o profundo contacto do português com as línguas de África não se tem limitado a este continente. Em Portugal são numerosos os africanismos de diferente proveniência, e hoje, por exemplo, a expressão bué parece estar consagrada na oralidade. Mas, no Brasil, a colonização acarretou a deslocação em massa de africanos para trabalhar como escravos, e o resultado de todo este (doloroso) processo teve, naturalmente, impacto na língua atualmente falada pelos...
«Ser de trás da orelha» e outras expressões no português de todos
1. Quantas vezes se diz ou se ouve dizer: «a mim, ninguém me faz o ninho atrás da orelha» – que é como quem diz «a mim, ninguém me engana». Outras expressões incluem igualmente a palavra orelha, muitas delas alusivas a situações negativas: «andar de orelha murcha» («andar triste»), «ficar com a pulga atrás da orelha» («ficar desconfiado»), «estar farto até às orelhas» («ficar sem paciência»), «dar um puxão de orelhas» (em sentido figurado), «fazer orelhas moucas» («fazer de conta que...
Das gralhas à gramática – passando pelo galego
1. As gralhas – ou seja, os erros tipográficos – serão inevitáveis, mas há muitas que, afinal, apenas disfarçam a falta de conhecimento da língua. No Pelourinho, a diferença é posta em relevo com um comentário de José Mário Costa sobre erros da escrita jornalística que ocorrem, por exemplo, quando se confundem palavras que podem ser homófonas (eminente/iminente), ou se deixa de hifenizar devidamente certos compostos e derivados...
O português em Espanha e os apelidos (sobrenomes) na berlinda
1. A formação de palavras novas (neologismos) no português e nas suas línguas irmãs (o espanhol, o francês, o italiano, entre outras) é o tema do III Congresso Internacional de Neologia nas Línguas Românicas, que se realiza na cidade espanhola de Salamanca (na imagem) nos dias 22, 23 e 24 de outubro p. f. Como sublinha o texto de apresentação desta iniciativa, este encontro «pretende abordar a neologia num momento em que a hibridação e a mestiçagem das línguas é sinal dos tempos atuais, uma época em que...
Brasileirismos, a língua em Angola, a palavra véspera e o festival literário Fólio, em Óbidos (Portugal)
1. Em Portugal, será legítimo o uso de expressões provenientes do Brasil? Se as diferentes variedades do português, no atual processo de globalização, entram em contacto, e umas são influenciadas por outras, deverão existir limites que contenham esse intercâmbio? Este é, no fundo, o debate associado a duas das questões que, neste dia, o consultório põe em linha, a respeito do uso de gato/gata em referência a pessoas e da expressão «não se enxerga»; uma terceira pergunta...
