Diversidades - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Textos que versam sobre as variedades nacionais e regionais do português.
Por Rui Ramos

 

A
ananasi (ananás)

B
batisimu (baptismo)
bendele (bandeira)

F
felo (ferro de engomar)
fulele (flor)

K
kamela (camelo)
kaminyo (camião)
kazaka (casaco)
kopo (copo)
koyekola (estudar)
Kristo (Cristo)
kuruse (cruz)

L
lomingo (domingo)
loso (arroz)

M
makako (macaco)
manga (manga/fruto)
makuta (dinheiro)
manteka (manteiga)
matabisi (matabicho, gorjeta)
mesa (mesa)
mosantu/basantu (santo/santos)
mosikitele (mosquiteiro)

P
pilipili (piri-piri)

 

Será que só o malabarismo político ficou do nosso património dos Descobrimentos? Existem centenas de vocábulos que enriqueceram a língua portuguesa falada e escrita, como consequência dos contactos com o Oriente. Achei que algo desse património histórico-linguístico poderia ser recuperado através duma série de curtas narrativas histórico-biográficas. Se o meu vocabulário e o meu estilo têm muito de anacrónico, isso faz também parte da «diversidade» da lusofonia.

(...) Quando há uns meses o Secretário-Geral da Academia [Portuguesa da História], Revdo Pe. Henrique Rema, pediu-me para fazer a conferência comemorativa de hoje, eu pensei que talvez a minha origem indiana estivesse por trás do convite. Julguei também por um momento que fosse um desafio que se me lançava para testar o meu patriotismo em público. Poderia não ter sido nada tão conspiratório, e fez-me lembrar da paranóia e mal-entendidos que acompanharam o encontro de Vasco da Gama com o Orien...

Por Rui Ramos

O kimbundu é a língua da região de Luanda, Catete, Malanje e as áreas de fronteira no Norte (Dembos - variante crioula kimbundu/kikongo) e no Centro (Kuanza Sul - variante crioula kimbundu/umbundu). É falada por mais de um milhão e meio de pessoas.
Faz parte da grande família de línguas africanas a que a partir do século passado os europeus convencionaram chamar Bantu (bantu significa «pessoas», e é plural de muntu. Em Kimbundu mutu designa «pessoa», com o plural ...

I - Uma introdução metodológica

 

O meu interesse neste ensaio insere-se na problemática que vou definir. No que toca directamente e concretamente ao tema, limitar-me-ei somente à análise de alguns adágios ou provérbios concanis e de alguns cantos folclóricos para ilustrar a visão nativa de certos acontecimentos históricos e de certas atitudes coloniais, relativos à presença portuguesa em Goa, e que ficaram registados no consciente popular goês. São uns testemunhos folclóricos da intensid...

Por Rui Ramos

 

     Embora o português seja já língua-mãe de muitos luandenses, a verdade é que uma língua não existe isolada do que a rodeia, seja a política, a cultura, a sociedade, a história, as classes sociais e os seus costumes.

     A língua portuguesa em Luanda sofreu algumas alterações interessantes, especialmente no discurso oral, em grande parte fruto do seu contacto com a língua local, o mbundu (ou kimbundu).

Por Rui Ramos

Este é um complemento à lista já apresentada de termos de calão luandês, falado em Lisboa e suas zonas suburbanas por milhares de jovens angolanos provindos de Luanda. Note-se que quase todos esses jovens têm o idioma português como língua-mãe.

Por Rui Ramos

Actualmente, uma das novilínguas mais faladas na Grande Lisboa é o «luandês», desenvolvido nos últimos cinco anos com a exportação maciça de jovens de Luanda. Dia a dia surgem novos termos, reflexo de pura imaginação e exibicionismo.

Grande parte do grupo falante desse calão foge ao trabalho, fazendo-o apenas para sobrevivência, amontoa-se em apartamentos, vive de noite e ultimamente viciou-se a beber cerveja em garrafas grandes nas ruas, urinando constantemente. É um grupo com um gran...

Quem tenha consultado os cronistas portugueses da Índia, tais como João de Barros, deverá ter reparado que as suas «Décadas da Ásia» estão constantemente a utilizar expressões, que somente os especialistas do Oriente poderão hoje em dia compreender. Eis uma passagem: «Acudiu muita gente dos Canarins da terra, que folgavam ganhar jornal por lhes ser mui bem pago, o que causou em pouco tempo ser acabada, e os Gancares se virem a Afonso de Albuquerque, dizendo que ele era Senhor de Goa.... Afons...

Os “maquisards” da língua

A última frase de um texto transcrito pelo Ciberdúvidas é «E todos têm razão» (1). Frase essa que me faz refletir/reflectir muito sobre as discussões ininterruptas que tenho presenciado ou de que tenho notícia nos últimos tempos. Discussões a propósito, precisamente, da propriedade de quem fala e como fala o Português e da razão que seria um atributo distribuído com parcimônia/parcimónia aos falantes da língua e, apenas, a alguns falantes.