Diversidades - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Textos que versam sobre as variedades nacionais e regionais do português.
O que é o ucraniano?
Génese e elaboração de uma língua eslava
Por Ukraïner

«Hoje, sabe-se que a língua ucraniana não existe por si só. Está relacionada com muitas outras línguas, que são as chamadas línguas eslavas. As semelhanças entre as diferentes línguas eslavas não são acidentais. Eles criam um complexo sistema de correspondências.»

Tradução de um trabalho publicado em inglês na plataforma do projeto Ukraïner em 24 de novembro de 2021, a respeito da génese e evolução da língua ucraniana. Apresentam-se as primeiras secções deste texto, dedicadas às origens do ucraniano e à sua elaboração, da Idade Média ao começos do século XX.

 

 

«A ida da corte portuguesa para o Brasil <br> criou um sentimento de unidade»
Ministro Carlos França sobre o bicentenário da independência do Brasil

«[A] chancelaria do Brasil, o Itamaraty, é uma casa com 200 anos a pensar a soberania nacional, uma herança de 1808 que redundou na independência em 1822 por Pedro I. Era uma Independência, mas ao mesmo tempo havia ligação com D. João VI que continuava rei de Portugal. É uma história única.» Declarações, à jornalista Isabel Lucas*, do ministro brasileiro dos Assuntos Exteriores, Carlos França, a propósito da comemoração em 2022 do bicentenário da independência do Brasil e no contexto da visita deste diplomata a Portugal, onde também deixou o instrumento de ratificação do acordo de mobilidade na CPLP.

*Entrevista incluída no jornal Público  de 13/03/2022, a seguir transcrita na íntegra, com a devida vénia. Manteve-se a norma ortográfica de 1945, conforme o original.

Na imagem, A Chegada de Dom João VI à Bahia (1952), de Cândido Portinari (1901-1962).

 

 O estranho caso da sobrevivência do lusotropicalismo
Uma narrativa perversa de identidade nacional

«A realidade socioeconómica portuguesa de hoje é marcadamente racializada na dimensão laboral, na dimensão geográfica e habitacional das áreas metropolitanas, nas desigualdades de acesso a espaços e bens públicos, na política e na comunicação social e mesmo na cidadania, nacionalidade e mobilidade. É como se a situação colonial tivesse sido transplantada para a ex-metrópole e o discurso lusotropical sobrevivesse como linguagem da negação.» Ensaio do antropólogo português Miguel Vale de Almeida publicado no jornal digital Setenta e Quatro em 10 de março de 2022. O autor revela como a ideia de lusotropicalismo, proposta pelo brasileiro Gilberto Freyre, foi transposta e se inscreve nas dinâmicas sociais, na vida culural e académica bem como até na discussão política do Portugal de hoje, em contexto pós-colonial.

Português: uma língua à portuguesa nas Caraíbas?
O papiamento de Curaçau

«[...] Sobre o papiamento podemos dizer com segurança que é uma língua com uma intrigante proximidade às nosssas línguas ibéricas, com uma história que passa pelas conversas dos escravos, dos judeus sefarditas fugidos do Brasil, da mistura de europeus, africanos e nativos americanos.» 

Texto do tradutor e professor universitário Marco Neves, dedicado ao papiamento, uma língua crioula falada na ilha de Curaçau, nas Caraíbas e que faz parte do Reino dos Países Baixos. Transcreve-se com a devida vénia o artigo publicado no blogue Certas Palavras em 14 de outubro de 2018, mantendo-se a grafia do original, que segue a norma ortográfica de 1945.

O português e as línguas da Ucrânia
Também a propósito de bilinguismo na história de Portugal

«Falo em russo, mas posso mudar para o ucraniano quando é mais apropriado, visto que as duas línguas são tão semelhantes entre si como o português e o espanhol. Frequentemente na televisão ou em apresentações de livros as pessoas conversam nas duas línguas simultaneamente.» 

Apontamento* do tradutor Serge Lunin, falante de russo e de ucraniano,  dando conta da história da sua aprendizagem do português, cuja história lhe serve de mote para uma reflexão sobre o bilinguismo na Ucrânia.

 *Texto apresentado pelo professor universitário Marco Neves, que o incluiu no seu blogue Certas Palavras em 6 de fevereiro de 2017, com tradução de Ivan Mestre. Escrito segundo a norma ortográfica de 1945, seguida pelo original.

 

Cf. A situação linguística na Ucrânia: apontamentos históricos

 

 

A russofonia e a geopolítica
A importância dos blocos geolinguisticos

«[É] no seio de uma mesma comunidade linguístico-cultural que há real solidariedade, tanto a nível interno como externo. É desde logo por isso que, não obstante toda a retórica político-mediática, ninguém está realmente disposto a sacrificar-se pela Ucrânia.» Considerações de Renato Epifânio, professor universitário e presidente do Movimento Internacional Lusófono, em artigo*  em que  sublinha a importância da definição dos blocos geolinguísticos – anglófono, francófono, russófono, hispanófono, lusófono – como fator de solidariedade internacional, a propósito do conflito geopolítico e também geolinguístico entre a Rússia e a Ucrânia. 

*in jornal Público em 23 de fevereiro de 2022

 

 

Espiões, gangues e militantes no ciberespaço
A terminologia do crime no mundo digital

«Nos últimos anos, tem existido um esforço crescente de toda a comunidade de cibersegurança para compreender quem são e como atuam os agentes da ameaça, identificar quais são as suas tácitas, técnicas e procedimentos (TTP) e reconhecer motivações e objetivos» – escreve o professor universitário Paulo Batista Ramos, em artigo publicado na revista Sábado em 17 de fevereiro de 2022, em que explica vários termos e siglas à volta do cibercrime e do ciberterrorismo.

Do valor da(s) língua(s) materna(s) e da diversidade linguística
Sobre o Dia Internacional da Língua Materna (22 de fevereiro)

«[...] [P]romover o ensino em língua materna pode esbarrar com obstáculos dificilmente transponíveis por comunidades que falam línguas minoritárias, menorizadas e até em risco de extinção, distintas das oficiais ou oficializadas dos estados a que pertencem, e geralmente pobres» – observa a professora uiniversitária e lingusita Margarita Correia em crónica publicada no Diário de Notícias em 21 de fevereiro de 2022 e com a qual a autora, identiifcando os desafios do multilinguismo em vários países da CPLP, assinalou o Dia Internacional da Língua Materna.

As dez línguas de Portugal
O que é uma língua?

«[...] [O] site [Ethnologue] encontra dez línguas em Portugal! E nem sequer incluíram o inglês algarvio.» Comentário irónico do professor universitário Marco Neves num artigo dedicado à diversidade linguística que é possível identificar em Portugal e no qual se inclui também uma reflexão sobre o que vem a ser o valor de uma língua. Transcreve-se, com a devida vénia, o texto publicado no portal Sapo 24 em 23 de maio de 2021, mantendo a ortografia de 1945 aí adotada.

Qual é a distância entre o galego e o português?
Uma métrica para a variação intra e interlinguística

«[...] na escrita, a distância entre o português actual e o português do tempo de Camões é apenas ligeiramente inferior à distância, na actualidade, entre o galego e o português. Aproveitemos a proximidade — afinal, se conseguimos ler Os Lusíadas, também conseguimos ler em galego.»

O professor universitário, divulgador de temas linguísticos e tradutor Marco Neves apresenta um método – o da métrica da Perplexity Language Distance (Distância Linguística da Perplexidade) – para avaliar objetivamente a distância entre línguas e as suas variantes internas. As conclusões a que chegou um grupo de investigadores galegos é que o português e o galego evoluíram de maneira divergente a partir do século XV, até ao século XIX, para depois convergirem com o castelhano, que tem, desde cedo, importante interferência em ambos, mas de forma diferenciada. Transcreve-se com a devida vénia o presente artigo, mantendo a ortografia de 1945 adotada pelo texto original.