Pelourinho - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Português na 1.ª pessoa Pelourinho
Registos críticos de maus usos da língua no espaço público.

«Se não é uma manifestação do mal, o que dizer da “notícia” que afirmava que a GNR tinha “apreendido” 40 javalis que estavam “ilegalmente” em cativeiro» e insistia que os animais, “classificados como espécies cinegéticas”»?

 

Há dias – como este, referido pelo jornalista Wilton Fonseca (in jornal i de 23/12/2011 – em que a televisão portuguesa é um festival de erros e disparates.

 

Sou daqueles que pensam que a informação da RTP tem melhor qualidade do que a da TVI ou da SIC; como muitos, sigo com preocupação a discussão sobre o futuro da estação.

Porquê <i>blog</i> para o blogue do IILP?

Tem algum sentido que um espaço de «informações sobre promoção e difusão da língua portuguesa» – tutelado, ele próprio, pelo organismo com essas obrigações institucionais no âmbito da CPLP – prefira o nome em inglês blog, em vez de blogue1?

1 Forma há muito aportuguesada e, muito naturalmente, assim já registada pelos principais dicionários e vocabulários portugueses e brasileiros.

Revisores de texto residuais, editores residuais, chefes de redação e diretores residuais – as razões apontadas pelo jornalista Wilton Fonseca sobre «a maré de erros que ameaça afogar [um] jornal (…) que já teve um alto padrão de qualidade.»

 

Crónica publicada no diário português “i” de 9/12/2011 ainda à volta de nomes do Governo português e de tropeções na concordância verbal numa notícias de jornal.

 

Um caso de falta de atenção às regras de formação do plural e à sua utilização — aqui apontado pelo jornalista Wilton Fonseca, na sua coluna Ponto do i, no diário i, de 2/12/2011.

 

Que não haja dúvidas: o Governo [português] é pluralista e plural. Só nomes plurais foram nele admitidos: é o Passos, o Portas, o Relvas, a Cristas, o Santos (Pereira), o (Mota) Soares.

Palavras de uso menos corrente...

«Não con­sigo com­pre­en­der como é tão neces­sá­rio recor­rer a estran­gei­ris­mos (…) para expor ideias e opi­niões. (…) Com­pro o jor­nal e não per­cebo o que lá vem escrito.» À queixa-crítica de um leitor do diário português “Público”, responde o respetivo provedor, na sua crónica de 27/11/2011, que a seguir se transcreve na íntegra, com a devida vénia.

Redundâncias

Algumas das redundâncias mais repetidas nos media portugueses. «[São] como os juros que os bancos nos pagam pelos nossos depósitos (à ordem ou a prazo). Não acrescentam nada ao capital inicial. Um investimento linguístico a evitar.» Crónica do jornalista Wilton Fonseca no jornal i de 25/11/20011, que aqui se transcreve na íntegra, com os devidos agradecimentos ao autor e ao matutino lisboeta.

 

Veio no jornal: «Testemunhas oculares garantiram ontem ter visto entrar na Somália tropas da Etiópia.»

 

 

Numa admirável crónica no Expresso, Miguel Sousa Tavares descreveu a angústia do jornalista que quer “fechar” o seu artigo, mas sabe que a qualquer momento pode surgir um desenvolvimento importante.

Texto publicado no jornal i, sobre o mau uso na imprensa portuguesa do verbo ficar-se, no sentido de «restringir-se».

 

No mesmo artigo de jornal: «Lisboa seguiu a tendência positiva, mas ficou-se pelos 2,62 por cento (PSI 20)»; e mais adiante: «A valorização dos quatro bancos portugueses cotados no PSI 20 ficou entre os seis e os oito por cento.»

Em que é que ficamos: «ficar-se», ou «ficar»?