Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Área linguística: Ortografia/Pontuação
Ricardo Lopes Servidor público Brasília, Brasil 8K

Consciente das diferenças quanto à normatização do uso dos porquês nas variantes europeia e americana da língua, eu, como brasileiro e utilizador da segunda, gostaria (ou gostava) de saber se são corretas, de acordo com a variante americana, as formas a seguir. Penso que o são: «E o prenome, escolhido sabe-se lá o porquê, bem poderia induzir em erro» e «o prenome, escolhido sabe-se lá por quê, bem poderia induzir em erro».

Ney de Castro Mesquita Sobrinho Vendedor Campo Grande, Brasil 2K

Pelo o que se lê no Aulete Digital, depreende-se que croça (ou crossa, em outra grafia) é palavra que designa o báculo (bastão episcopal) como um todo, isto é, desde a extremidade superior recurvada até a inferior reta. Além disto, em outra acepção e por metonímia, é o nome apenas da parte recurva superior, a qual forma uma espécie de gancho ou espiral.

Pois bem, quando vejo em livros e enciclopédias a referida palavra, parece ser nesse último sentido, pois não raro aparecem junto ilustrações, geralmente fotográficas, mostrando essa parte superior do báculo rica e artisticamente trabalhada, com imagens de santos e símbolos cristãos entalhados no meio da madeira que a forma, ou até mesmo toda ela feita de ouro ou prata, neste caso também com adornos ricos, incluindo pedras preciosas. Daí surgiu-me a dúvida se croça (ou crossa), nesse último significado mencionado no parágrafo anterior, denomina a parte superior do bastão episcopal, somente quando é ricamente confeccionada, ou também quando é simples, tendo somente a voluta, sem enfeite nenhum, como sói acontecer com a maioria dos báculos episcopais, ao menos com os que tenho visto aqui no Brasil.

Quanto a grafia da referida palavra, a tendência dos hodiernos dicionários brasileiros da língua portuguesa parece ser a preferência pela forma crossa, por amor à etimologia imediata, o francês crosse, o qual vem do frâncico, ou germânico, krukkya.

Parece ser coisa certa que crosse é a origem mais próxima da nossa croça, uma vez que aquela palavra francesa tem justamente o mesmo significado: báculo episcopal. Além de tudo, croza, da língua espanhola, graficamente parecida com croça, tem também o mesmo sentido, provindo igualmente de crosse, segundo o Diccionario de la Lengua Espanhola, em linha, da Real Academia Espanhola. Sendo assim, seria melhor mesmo escrever crossa, abandonando de vez a grafia pseudoetimológica croça, desde há muito a mais usada na nossa língua.

Por favor, a luz refulgente do Ciberdúvidas, tanto sobre a questão semântica quanto a respeito da ortográfica.

Aline Gamero Osti Estudante de Direito Arapongas, Brasil 4K

Sou estudante do curso de Direito e, em uma prova da matéria Linguagem Forense, a professora deu uma questão, com uma frase ambígua, perguntando qual o motivo da ambiguidade e solicitando a correção.

Quero saber se consigo desfazer a ambigüidade da frase corrigindo a pontuação: «Proibido o uso de colete salva vidas no pedalinho sem camisa» colocando a expressão «no pedalinho» entre vírgulas.

Zilda Mara Peixoto Blogueira Rio de Janeiro, Brasil 3K

Quais são as duas interpretações possíveis para a seguinte frase: «Pode escrever: Caderno é Tilibra.»?

E quais as duas conjunções que podem ser colocadas no lugar dos dois-pontos (:)?

Elsa Afonso Redatora Porto, Portugal 22K

Gostaria de tirar a seguinte dúvida:

Como devemos escrever o verbo encontrar neste caso: «Não encontrámos as bolachas», ou «Não encontramos as bolachas», sendo que queremos dar o sentido de que estamos à procura, mas não estamos a conseguir encontrar?

A acção é considerada passada ou presente conforme a intenção de continuar a procurar, ou não?

Miguel Caldas Jurista Lisboa, Portugal 2K

Escreve-se subadquirente, ou sub-adquirente?

Rui Almeida Diretor financeiro Ponta Delgada, Portugal 26K

Como se escreve dossier na língua portuguesa, é dossiê, dossier, ou não existe?

Cláudia Trindade Revisora de texto Lisboa, Portugal 6K

Segundo depreendo do AO90, as palavras cujos prefixos terminem na mesma vogal que o segundo elemento devem separar-se com hífen. Exceção feita ao elemento co-. Contudo, em diversas obras consultadas, os prefixos re- e entre- surgem aglutinados ao elemento seguinte. O Portal da Língua Portuguesa faz um belo e vazio jogo de anca e não lista nenhum destes casos. Pergunto, dado que não existe um VOLP, qual é a referência que devo seguir?

Cláudio Alexandre Duarte Estudante Coimbra, Portugal 4K

Aproveito a vossa resposta n.º 30 079 para fazer uma pergunta. Nesse caso, para manter uma certa coerência com aquilo que os senhores dizem no terceiro parágrafo, não se deveria escrever (e pronunciar) VlaDÍmir e BaRÍS (em vez dos já muito disseminados VladiMIR e BÓris)? Segundo aquilo que um falante de russo me informou, a palavra Vladimir é paroxítona, e a palavra Boris é oxítona, para além de a letra russa o ser pronunciada de um modo parecido ao nosso â fechado, quando não é acentuada. Correcto? Estendo a minha pergunta para todos os casos em que, na tradução/transliteração para o português, tornou-se corriqueiro fazer a deslocação do acento.

João G. Pais Estudante Lisboa, Portugal 7K

Gostaria de saber qual a grafia correta em português da capital do Montenegro, que em sérvio e em montenegrino se escreve Подгорица, e que normalmente se encontra em português na forma Podgorica.

Tendo-me deparado com formas aportuguesadas (como Podgórica), questionei-me se a utilização do c seria a mais correta neste caso, já que a informação da pronúncia que encontrei dizia [ˈpɔdgɔˌriʦa]. Não serão Podgorítesa/Podgoríteza ou Podgóritsa/Podgóritza melhores alternativas? Onde colocar a acentuação? Colocar um e entre o d e o g?