A sintaxe de «licenciado/mestre/doutor por...»
Confirmei no Dicionário Prático de Regência Nominal de Celso Pedro Luft que se escreve, tal como se ouve habitualmente, «sou licenciada em x PELA Universidade y» e «sou doutora(/doutorada) em x PELA Universidade y».
Pergunto, primeiro, se o mesmo se aplica – como seria de esperar – à designação mestre: é-se mestre em x POR [instituição de ensino y] (o dicionário referido é omisso neste ponto)?
Pergunto, depois, se é possível explicar gramaticalmente esta construção, que não é óbvia para mim.
Na frase «Sou licenciada pela Universidade y», «pela Universidade y» desempenharia, se compreendo bem, a função sintática de complemento agente da passiva – é a instituição de ensino que "licencia", i.e. que confere o grau académico de licenciado ao estudante. Não sei se este raciocínio está correto, e não consigo aplicá-lo aos outros casos: em «sou mestre pela Universidade y» e em «sou doutor pela Universidade y», o mesmo constituinte («pela Universidade y») não pode desempenhar a função sintática referida, parece-me. Conseguiriam explicar esta construção?
Obrigada pelo vosso precioso trabalho.
Imaginar na passiva e predicativo do sujeito
Como classificar a expressão «como um salvador» em «ele foi imaginado como um salvador»?
Uso transitivo do verbo ligar
Gostaria de saber se o verbo ligar pode ser usado como intransitivo na frase seguinte que aparece nas instruções de utilização de um dispositivo médico.
«Desligue o dispositivo e ligue novamente.»
Na minha opinião, nesta frase falta o objeto direto e, por isso, deve ser alterada da seguinte forma: «Desligue o dispositivo e ligue-o novamente.»
Muito obrigada pela resposta!
Entidades não humanas e o adjetivo simpático
Pode um sítio ser simpático? E um objecto? É a simpatia exclusiva dos seres vivos?
Conheço uma pessoa que regularmente afirma «este sítio é simpático» ou «este jantar é simpático», mas não consegue clarificar exatamente o que isso significa. Gera-se então a discussão do que significa ser simpático e se pode ser aplicável a lugares e objectos inanimados.
O dicionário Priberam define simpático como «que inspira simpatia». Consigo conceber que isso se aplique a um local (mas não uma refeição) até ler a definição de simpatia no mesmo dicionário: «Sentimento de atração moral que duas pessoas sentem uma pela outra.» Esta definição nem dá latitude para animais serem simpáticos (discutível), mas parece de todo fechar a porta a objetos. Isto é, até ler a definição de moral: «Não físico nem material (ex.: estado moral). = ESPIRITUAL.» Um sítio pode invocar uma atração espiritual, mas se formos por este caminho temo que já nos estejamos a afastar demasiado do cerne da questão.
Recapitulando: pode a palavra simpático ser aplicada a seres não vivos?
Associação de não e apenas
Muito obrigada pela vossa ajuda. Não sei o que faríamos sem o Ciberdúvidas. O vosso trabalho é excelente.
A minha dúvida é a seguinte:
«A música não apenas torna a aprendizagem mais agradável...» ou «A música não torna apenas a aprendizagem mais agradável»...
Qual seria a frase correta?
Muito obrigada pela vossa ajuda!
O advérbio ali como deítico e como anáfora
Consideremos a frase «As ruas de Lisboa estão animadas. Por ALI encontramos muitos turistas».
Qual é o valor do advérbio de lugar ali, nesta frase? Será anafórico?
Cordialmente.
«Comprar de alguém»
Eu normalmente não uso o a nesses exemplos. Falo «Comprei esse carro do Djalma».
Qual é o certo e porque quando busco na Internet aparece que comprar é um verbo transitivo direto?
Comprei esse carro a Djalma.
Vendi esse carro a João.
Comprei o carro a Carroção Veículos.
Esse tipo de coisa compra-se ao mangaieiro, que é mais certo ter.
Faça um bom desconto que eu só compro a você.
Desde já, obrigado.
Falda e fralda
«Falda da montanha» ou «fralda da montanha»?
Morfologia de cultura e solidário
As palavras cultura e solidário devem ser consideradas palavras complexas ou simples?
O que exclamativo + adjetivo
Em regra, para intensificar uma qualidade ou estado (adjetivos), utiliza-se advérbios.
Ex.: muito linda! ( adv + adj ) quão linda! ( adv + adj )
Há também a possibilidade de usar um advérbio para intensificar outro.
Ex.: muito longe. ( adv + adv ) quão longe. (adv + adv )
A dúvida persiste na utilização do que como advérbio.
Ex.: Que linda! (neste caso o que equivale ao quão, ou seja, advérbio de intensidade ligado a um adjetivo).
Que felicidade em vê-la! ( já neste exemplo o que não pode ser um advérbio, pois o termo está modificando um substantivo abstrato).
Que amor de pessoa.
Após breve pesquisa, obtive a seguinte conclusão: O que é um pronome indefinido, servindo para intensificar o grau do substantivo abstrato felicidade.
Gostaria de mais esclarecimentos sobre o assunto e se estou correto.
