Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Área linguística: Semântica
Manuel Santos Aposentado Guimarães, Portugal 3K

Haverá alguma incorreção na expressão «centro de propagação do vírus», quando pretendemos referir o local de onde irradiou o contágio?

Não será um caso de abuso, incorreção, ou "novo-riquismo" (linguístico), o uso de epicentro (nesta e noutras circunstâncias idênticas) em vez de centro?

Muito obrigado.

Djavan Nascimento Estudante Recife, Brasil 3K

«O elemento foi pego em flagrante pela nossa equipe de força policial; com o mesmo* foi encontrada certa quantia em drogas, além de uma arma de fogo e dinheiro trocado".»

Usa-se com frequência o termo «o(a) mesmo» como recurso de retomada do termo citado anteriormente, (função dos pronomes?).Vejo certa construção usada na linguagem policial, como um jargão já consagrado; vi em alguns textos jornalísticos e, por incrível, ser empregado em algumas redações do ENEM a que tive acesso.

Gostaria de saber se é aceitável fazer certo uso, substituindo o pronome. Gostaria também da vossa opinião de como ficaria o trecho citado no começo, caso se substituísse o termo por um pronome, e gostaria de saber qual seria o pronome equivalente para a substituição.

Alguns colegas me apontaram como sendo o pronome ele, mas não achei tão formal o uso.

Agradeço atenciosamente a resposta.

Fernando Bueno Engenheiro Belo Horizonte, Brasil 2K

«Anda por retos caminhos, que assim vais plasmar tua integridade e a virtude será teu brasão.»

No período acima, a oração «e a virtude será teu brasão» é uma oração coordenada aditiva, já que se liga pela conjunção e com a oração anterior; ou é uma oração coordenada explicativa, como a oração anterior, coordenada com esta, mas mantendo sua condição de oração explicativa?

Agradeço desde já.

Gustavo Oliveira do Nascimento Psicólogo São Paulo, Brasil 1K

Gostaria de saber, por favor, se o pronome oblíquo átono o está correto na seguinte frase:

«Não queria discutir minhas reflexões. Na verdade, ainda não sei se o quero.»

Estaria correto omiti-lo, de acordo com a norma culta, como normalmente fazemos na linguagem coloquial? Se puderem me explicar, eu ficarei agradecido.

Muito obrigado pela ajuda.

Até mais.

Sávio Christi Ilustrador, quadrinista, autor literário e youtuber Vitória, Espírito Santo, Brasil 2K

Em inglês, há a palavra trapper, e, em espanhol, há a palavra tramposo (ambas seriam, em português, "armadilheiro", por de certo).

Armadilha em inglês é trap, e, em espanhol, é trampa. Qual será então o motivo de não haver a palavra "armadilheiro" em português? Embora eu já a tenha visto em certas traduções de histórias em quadrinhos, animações, videogames e jogos de cartas colecionáveis... mas, oficialmente, não existe em nosso idioma!

Olga Ferreira Professora Leiria, Portugal 3K

Gostaria que me esclarecessem, por favor, a seguintes dúvidas, por falta de consenso, sobre a análise sintática [dos constituintes] da frase seguinte: «A lua é como barca perdida.»

«barca perdida» –- predicativo do sujeito; «perdida» – modificador restritivo do nome. [...]

Tenho pesquisado em diferentes fontes linguísticas e não encontrei um único exemplo semelhante que me convença que «perdida» é um '«modificador restritivo do nome» inserido no predicativo do sujeito «como barca perdida».

Se o predicativo do sujeito é uma função sintática interna ao grupo verbal e que pode ser desempenhada por um grupo nominal, cujo núcleo do grupo é um nome, que o define, sendo neste caso «barca», e se o predicativo do sujeito está relacionado com o sujeito e completa o sentido do verbo copulativo ser, por que razão o segmento «barca perdida» não é apenas predicativo do sujeito, dado que predica a «A lua»?

Por outro lado, «barca perdida» está antecedida por «como», que introduz o segundo termo de comparação nesta frase. Então a «lua» é comparada a «barca perdida». Caso «perdida» seja um modificador restritivo do nome, restringe [o] quê, «barca»?

Se omitirmos o hipotético modificador restritivo do nome, o sentido do grupo nominal fica completo sem este? Considero que não! A frase fica agramatical: «A lua é como barca.» O modificador não é selecionado pelo nome «barca», pelo que [«perdida»] não pode ser um modificador restritivo do nome, ao contrário do complemento do nome, que é selecionado por um nome.

Por último, será que «perdida» é modificador restritivo do nome de «A lua», dado que completa o sentido do verbo copulativo ser e está relacionado com o sujeito «A lua»? Julgo que não! Mais uma vez a frase fica sem sentido: «A lua é como perdida.»

Face ao exposto, considero que os elementos da expressão «como lua perdida» são indissociáveis e, por isso, constituem o predicativo do sujeito de «A lua». [...]

Obrigada.

Miguel Miranda Lucas Estudante Bélem, Brasil 4K

Eu tenho dez anos, sou português, mas moro no Brasil, onde estudo no 5.º ano.

No Brasil, aprendo: porque(ê) e por que(ê), todos com diferentes significados, mas em Portugal penso que não usamos por quê e por que.

Queria saber quais são as regras em Portugal e o que dita o acordo ortográfico.

Obrigado.

Steve Mackenzi Estudante Santa Maria - RS, Brasil 1K

Recentemente vi uma postagem nas redes sociais com a seguinte frase: «Namore alguém que acredita na ciência e defende o SUS.»

Minha dúvida é: a forma certa não seria «Namore alguém que acredite na ciência e defenda o SUS»? Ou as duas formas estão corretas?

Desde já, agradeço.

Lu Wang Estudante Pequim, China 2K

Agradeço que me expliquem como analisar a frase «Ainda bem que tiveste uma boa classificação nas provas de apuramento.»

Quais as funções sintáticas de «ainda bem» e de «que» nesta frase?

Conceição de Maria Vasconcelos Lima Revisora de Textos Fortaleza, Brasil 2K

Tenho lido em textos que me são enviados para revisão a locução prepositiva «de acordo com» grafada da seguinte forma: «de acordo o», «de acordo a».

Na primeira vez que vi essa construção, pensei imediatamente que o autor teria escrito a locução e deixado inadvertidamente de inserir a preposição com. No entanto, o autor continuou a usar a mesma locução em outros trechos do texto, e depois eu a encontrei também em outros textos, o que é suficiente para que eu comece a pesquisar em busca de encontrar a fonte desse tipo de construção ou alguma coisa que justifique o seu emprego.

Gostaria de saber se essa regência existe e deve ser acatada na língua culta.

Obrigada.