Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Área linguística: Semântica
Armando Dias Reformado Lagos, Portugal 1K

Há dias, num artigo de jornal, tropecei na seguinte frase:

«Não há dia que passe sem que a corrida presidencial nos Estados Unidos nos ponha o coração aos pulos. Nuns dias agarramo-nos ao mais ligeiro sinal positivo, noutros somos realistas: a economia deve garantir a Trump o seu segundo mandato.»

A minha dúvida: «... sem que a corrida presidencial nos Estados Unidos nos ponha o coração aos pulos», ou, antes, «... sem que a corrida presidencial nos Estados Unidos NÃO nos ponha o coração aos pulos» ?

Os meu agradecimentos.

Maria Silva professora Braga, Portugal 15K

Durante uma pesquisa acerca da subclasse dos advérbios, encontrei a seguinte explicação, dada no dia 1 de fevereiro de 2019, sobre os advérbios efetivamente, realmente e decerto: 'A subclasse dos advérbios efetivamente, realmente e decerto'. 

Considero que estes advérbios são de frase: 'Os advérbios de frase e os conectivos'.

Uma vez que as respostas foram dadas em anos diferentes (2010 e 2019), gostaria de saber se houve alterações, se alguma das explicações apresentadas não está correta, ou, estando as duas corretas, como poderemos distinguir as subclasses.

Desde já agradeço a atenção.

Cristina Castro Professora Porto, Portugal 1K

«[...] Ao todo, os cientistas da Universidade de Quioto dissecaram o cérebro de 51 cobaias humanas. Dissecar, neste caso, significa sujeitar 26 mulheres e 25 homens a exames psicológicos e neuronais. Os primeiros tiveram como referência a Escala de Felicidade Subjetiva – inventada por Lyubomirsky e Lepper em 1999 e que até hoje é usada pelos psicólogos. O instrumento serviu para medir o grau de felicidade geral de cada um dos objetos das experiências e quão intensamente foram capazes de sentir as emoções – tanto as negativas como as positivas. A esses objetivos acrescentou-se o nível de satisfação com as próprias vidas. Os segundos testes envolveram o uso de um aparelho de ressonância magnética, que captou as imagens do cérebro de cada um dos participantes. E os mais felizes, concluem os autores do estudo, tinham sempre mais massa cinzenta naquela área do cérebro [....].»

Pergunta: os vocábulos «cobaias humanas», «26 mulheres e 25 homens» e «participantes» mostram a presença de um mecanismo de:

A – coesão lexical.
B – coesão referencial.
C – coesão temporal.
D – coesão interfrásica.

 

Mónica Antunes Professora Póvoa de Varzim, PT 4K

Na frase «Enquanto não trouxermos o estrangeiro até à nossa língua, teremos ficado apenas a meio do caminho», qual é o valor da conjunção enquanto?

Muito obrigada.

Douglas Cameschi Advogado Campo Grande, Brasil 5K

Gostaria que me informassem se existe algum adjetivo específico para qualificar a pessoa que possui boa memória, que se lembra fácil e rapidamente das coisas. É comum usarmos a expressão memória de elefante, contudo desejo saber se há alguma forma mais formal de descrever a boa memória.

Desde já, agradeço a atenção.

José Soares da Silva Aposentado Amoreira, Óbidos, Portugal 3K

A expressão «ruço de mau pelo» tem qualquer coisa a ver com o romance Rosso Malpelo de 1878 do escritor italiano Giovanni Verga?

O romance conta a história de Rosso Malpelo, um garoto ruivo que trabalha numa pedreira de areia vermelha na Sicília. Pressionado pelos preconceitos da mentalidade popular acerca das pessoas com cabelos ruivos, Roso Malpelo não encontra afeto nem mesmo junto da própria mãe.

Ana Oliveira Psicóloga educacional Lisboa, Portugal 1K

O adjetivo quieto pode ser usado com o verbo ser? Por exemplo, a frase «o Manuel é um menino quieto» está correta?

Obrigada.

Bruno Micael Fernandes Estudante Barcelos, Portugal 2K

Antes de mais, parabéns pelo excelente trabalho realizado neste portal.

A minha questão é sobre a utilização da vírgula numa situação em específico.

Em diversos textos jornalísticos, tenho visto que a vírgula é colocada entre a função de determinada personalidade e o seu nome (exemplo: «Em comunicado, o diretor da Casa-Memória de Camões, António Coelho, refere que...»).

No entanto, já tive professores que me indicaram que a vírgula não deveria ser colocada nestes casos, até porque tinha um valor de restrição (ficando «... o diretor da Casa-Memória de Camões António Coelho refere que...») . Os mesmos professores indicaram, no entanto, que a vírgula deveria ser colocada quando as posições se invertem, isto é, quando surge em primeiro lugar o nome da personalidade e depois a função. Desta forma, a função ganha valor de explicação (exemplo: «Em comunicado, António Coelho, diretor da Casa-Memória de Camões»).

Solicitava uma clarificação sobre este assunto e qual a forma correta de utilização da vírgula.

Obrigado.

Arthur Santos Estudante São Paulo, Brasil 3K

Carlos Nougué em sua Suma Gramatical da Língua Portuguesa escreve: “

«"Não trabalhava faz dois anos" nem remotamente nos soa correta. E, no entanto, tão incorreta como "Não trabalhava faz dois anos" é "Não trabalhava há dois anos". Pois bem, use-se o verbo fazer ou o verbo haver, não se infrinja nunca o devido paralelismo ou correspondência verbal, e escreva-se corretamente: "Não trabalha há/faz dois anos" ou "Não trabalhava havia/fazia dois anos".»

Apesar de clara, a explicação não contém tantos exemplos. Fiquei, portanto, com certas dúvidas.

Estariam corretas construções como estas – «Aquelas ideias já foram esquecidas há tempos» e «Estive nos Estados Unidos há dois anos»–, porquanto Nougué prefere, por exemplo, «Decorreram dois anos que se casaram» a «Há/Faz dois anos que se casaram», considerando esta última como figura anômala?

Obrigado.

Ana Oliveira Psicóloga Educacional Lisboa, Portugal 6K

Bom dia! A minha dúvida prende-se com a utilização e interpretação, por exemplo, numa mesma encomenda, da palavra calças e par de calças. Como interpretar a expressão "par de calças" num contexto em que a pessoa, por exemplo, se refere a "calças" para indicar o modelo, mas ao efetuar a encomenda refere que pretende comprar "três pares de calças"? Devemos sempre assumir que neste tipo de situações (por exemplo, par de óculos) "um par" é apenas uma unidade, e por isso sinónimo de "calças", ou a interpretação matemática de "par" também pode ser aplicada corretamente (nesse caso, um "par de calças" poderá significar duas calças)? Quando num mesmo contexto se usa a mesma terminologia, a questão será fácil de interpretar mas, e quando no mesmo contexto surgem as duas terminologias?

Obrigada!