Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Área linguística: Léxico
Afonso Marques Estudante de Engenharia Física Coimbra, Portugal 2K

Considero-me razoavelmente puritano na escrita de português e algumas situações ficam-me na memória. Relembro uma aula de Português em que o meu Professor insistia no uso de substantivos como «motivo» ou «razão» em vez de «porquê». Um exemplo: «Quero saber o porquê de estares chateado» deveria-se escrever (e dizer) «Quero saber a razão/o motivo de estares chateado».

Esta premissa do «não uso» da palavra «porquê» como substantivo entrou-me na cabeça e, na maioria das vezes que vejo alguém escrever ou ouço alguém dizer «o porquê», faço questão de referir o supracitado. Usar «o porquê» é menos correto? Mais feio?

Obrigado!

Lanito Molita Estudante Lisboa, Portugal 2K

No plural de avesso, que é avessos, pronuncia-se a sílaba tónica -ves- com e aberto (é) ou com e fechado (ê)?

Eu sei que avesso se pronuncia com e fechado (ê). E no feminino, portanto avessa e avessas? Pronunciam-se as sílabas tónicas com e aberto (é) ou com e fechado (ê)?

 

Armando Dias Reformado Lagos, Portugal 1K

«Petro [de Luanda][Primeiro] ´"D'Agosto" vão "duelar" esta tarde» – ouvi há dias numa rádio angolana, por regra sempre muito inventiva no léxico usado. Em Portugal, no chamado futebolês, usa-se muito o substantivo duelo. Por exemplo: no jogo tal, a equipa Y ganhou (ou perdeu) os principais duelos individuais. Alguém das minhas relações duvidou do acerto do uso do verbo, embora eu tenha opinião contrária: duelo + ar = duelar.

Estou certo ou errado?

Muito obrigado.

Catarina Moreira Mãe Lourinhã, Portugal 1K

Gostava de saber se o verbo temperar também se pode referir a temperatura, ou seja ter como sinónimo amornar. Por exemplo, posso dizer: «vou temperar a água para tomar banho»?

Grata.

Silvia Zamecnikova Tradutora Bratislava, Eslováquia 1K

Encontrei a informação de que certos substantivos formam o plural com a mudança de timbre.

Corpo (ô) – corpos (ó), forno (ô) – fornos (ó) etc.

E gostava de saber se o mesmo fenómeno acontece também com a letra e na sílaba tónica.

Mês – meses, vez vezes.

O «e fechado» no singular abre-se no plural?

Obrigada pela resposta.

Pedro Saraiva Estudante Covilhã, Portugal 2K

Sei o que se entende por uma «pessoa teórica» e uma «pessoa pragmática». Mas uma vez ouvi alguém mencionar que os alemães são teórico-pragmáticos...

O que é alguém "teórico-pragmático"?

Podem dar um exemplo, fazem favor? 

Joaquim Fernández Tradutor Barcelona, Espanha 1K

Encontrei na web o uso de «as/umas druidas» e consultei vários dicionários para verificar o feminino de druida". Só no Priberam online encontrei druidesa ou druidisa, e o de José Pedro Machado regista druidisa. Nem no da Academia das Ciências nem no Houaiss encontrei referências.

Assim, a minha questão é a seguinte: qual é o feminino de druida, e, no caso de se aceitar "druidesa" e "druidisa", alguma destas formas é preferente?

Muito obrigado!

Maria Cristina Perry Tradutora técnica Lisboa, Portugal 1K

Em bioquímica, é muito comum a expressão em inglês «Y expressing cells» (sendo Y um exemplo), que em português é traduzida para «células que expressam Y». Esta tradução é muito limitada, pois transmite a ideia de uma condição transitória e não de uma característica das células.

Por exemplo, no tempo passado teríamos de usar «as células que expressavam Y foram lavadas com…», dando ideia que era uma consequência do teste. Por outro lado, «células expressando …» também não soa natural.

O mais fácil seria usar «células expressoras», estando o termo expressor em dicionários brasileiros. Porque não podemos adotar o mesmo termo?

Obrigada.

Ana Belo Professora de Português Faro, Portugal 32K

Gostaria de saber se o termo "desumilde" existe, visto vir mencionado na Infopédia da Língua Portuguesa.

Agradeço desde já a melhor atenção.

António Sousa Leite Engenheiro Porto, Portugal 2K

Recebi uma mensagem do meu fornecedor de comunicações a dizer que esgotei o meu plafond de Internet.

Não querendo entrar na discussão sobre a necessidade de usar um estrangeirismo para um conceito que tem vários equivalentes em português, a minha dúvida está em se um plafond se esgota. Sendo um plafond, literalmente, um tecto[1], a meu ver é um nível que se atinge, não um volume que se esgota. Estou certo?

Muito obrigado.

 

[1 O consulente escreve tecto, seguindo a ortografia que esteve plenamente em vigor até 2009 em Portugal. No quadro do Acordo Ortográfico de 1990, escreve-se teto.]