Uma variante dialetal de semana
Estava ouvindo a música Tempo Ruim de Mandi e Sorocaba, cantores paulistas da segunda década do século XX.Eis um trecho:
Eu pegava em dez mirréisE surtia a minha casaPagava tudo vendeiroEm nada eu atrasavaQuando era fim da sumanaMantimento sobejava.
Vejam que semana está pronunciado como "sumana". Queria saber se é algo específico do Brasil ou se encontra – ou, no caso, já se encontrou –algo semelhante em Portugal.
A origem do topónimo alentejano Fronteira
Qual a origem do topónimo Fronteira, no Alto Alentejo?
Desconhece-se a origem deste topónimo!
E é único em Portugal! Mas alguns que se interessam pelo estudo do domínio dos mouros na Península Ibérica admitem que a palavra " fronteira" , significava que o limite do domínio mouro do outro domínio cristão!
Será essa a história do topónimo da Vila Fronteira.? Ninguém sabe!
O adjetivo ditatorial
A palavra "ditadurial" existe ?
Dióspiro e diospiro
Sobre dióspiro, três questões:
1) Há duas grafias dicionarizadas – dióspiro e diospiro?
2) Diospiro é um regionalismo?
3) O étimo da palavra portuguesa é grego ou latino?
«Suma sacerdotisa»
E agora uma dúvida pungente, de suma importância: qual o feminino de «sumo sacerdote»?
"Suma" sacerdotisa? Sumo "sacerdotisa"?
Estou empancado nisto.
Obrigado.
Procurar vs. buscar
Desde já agradeço o vosso trabalho tão útil para quem aprende português no estrangeiro.
Sempre pensei que em português se usasse apenas o verbo procurar para a função que o verbo buscar tem em espanhol. Porém, estou a fazer um exercício de gramática portuguesa que põe como opções precisamente o verbo procurar e buscar para preencher um texto. Então, qual é a diferença entre eles? Posso usá-los como sinónimos?
Grato pela vossa atenção e resposta à minhas dúvidas.
A expressão «andar à guna» (calão do Porto)
Ando pela rua e depois oiço a juventude a dizer «ó guna, como é que estás?».
Fico intrigado com o que eles dizem e gostava que me esclarecessem a minha dúvida.
Obrigado.
Madame Bovary em português
Estava perguntando-me aqui o motivo de não haverem traduzido o título do livro de Gustave Flaubert Madame Bovary para "Dona Bovary". Vamos por partes.
No Brasil podemos referir-nos a uma mulher desconhecida de X maneiras:
1) Senhora – tanto para velhas como novas.
«A senhora irá à festa de Carlos.»
«Que horas são, senhora?»
Pode-se acrescentar o pronome possessivo minha para suavizar o solenidade. Se a mulher for casada ou a sogra, às vezes prefere-se usar dona.
2) Dona – sempre acompanhado do nome.
«A dona Ivete morreu ontem, sabia?»
«Dona Cleide, a senhor pode me fazer um favor?»
3) Madame, senhorita e senhorinha – de maneira mordaz, sarcástica.
«Então quer dizer que a madame não gosta do que faço?»
«Eu aqui trabalhando. E a senhorita aonde? A senhorita só na gandaia.»
«E a senhorita quer tudo de mão beijada? Quer que lhe lave as roupas, que faça o café, o almoço, a janta?»
Parece-me, de acordo com o uso no Brasil, o melhor seria "Dona Bovary".
Ainda o contraste entre «ao encontro de» e «de encontro a»
Acerca das várias respostas dadas pelo Ciberdúvidas sobre «ir ao encontro» vs «ir de encontro», gostava de vos expor este meu raciocínio de mera intuição linguística.
Eu ir de encontro a alguém na rua é dar-lhe um encontrão, é ir contra ele. Não há qualquer dúvida quanto a isso. Agora «ir de encontro» ao que o alguém pensa ser «ir contra» o que essa pessoa pensa já me parece ser uma transposição demasiado literalista de uma expressão usada no plano físico, transposta abusivamente e com o mesmo sentido para o plano das ideias. Até porque as ideias não andam aos encontrões umas às outras...
Sinto o «ir ao encontro» e o «ir de encontro» ao que alguém pensa como expressões de valor equivalente. O «ir ao encontro» implica um percurso, um caminho, algo mais lento, o «ir de encontro» ao que alguém pensa como algo mais imediato e forte, uma espécie de: Bingo. É isso mesmo!
É o que me diz a minha sensibilidade linguística, admito que numa interpretação bastante própria. Sei que o Ciberdúvidas não concorda com ela, mas gostava, mesmo assim, de saber, se a acham demasiado abstrusa...
Eu, francamente, acho algo sui generis considerar «ir de encontro» ao que o alguém pensa como «ir contra aquilo que essa pessoa pensa»...
O adjetivo aclaratório
Não encontro a palavra "aclaratória" no dicionário de Português Priberam.
Ela não existe?
