A sintaxe de «Roma e Pavia não se fizeram num dia»
Como se deve dizer: «Roma e Pavia não se fez num dia» ou «Roma e Pavia não se fizeram num dia»?
O verbo ocorrer
Primeiro, muito obrigado pelo apoio e atenção de sempre. Serei eternamente grato pela solicitude.
Minha dúvida é sobre um possível significado do verbo ocorrer para o qual não encontrei descrição nos dicionários consultados. Pois bem, lendo um álbum produzido na década de 80, sobre animais da Mata Atlântica, volta e meia, me deparo com o referido verbo indicando o habitat de determinado animal, como no fragmento que transcrevo abaixo:
«[...] Esta ave ocorre desde a Bahia, passando por Minas Gerais e descendo até o Rio Grande do Sul […].»
Acredito que tenha uma acepção quase de «viver, habitar», pelo contexto, porém não vi registro nas entradas deste verbo nas fontes consultadas.
Daí, por gentileza, peço ajuda. É de conhecimento de vocês se esse verbo é utilizado com proximidade destes significados que presumi?
Enumeração por polissíndeto
Na frase «[…] uns feixes de mato a ziguezaguearem e a andarem e a pararem […]», podemos considerar a existência de uma enumeração para além da personificação nela existente?
Troca da terminação -am por -em (Portugal)
Em muitas localidades alentejanas diz-me "estiverem", "ficarem", "forem", em vez de estiveram, ficaram, foram.
No meu entender são erros de português, no entanto, gostaria de saber se de alguma forma tal forma de falar pode ser considerada característica do sotaque alentejano.
Obrigada!
O verbo falar em contexto escolar
Enquanto docente, deparo-me frequentemente com a utilização do verbo falar em numerosos contextos que, na minha opinião, não são, na sua grande maioria, os mais corretos.
Assim, surgem frases, como:
a) «Ele falou que ia ao cinema.» (Influência do português do Brasil)
b) «O texto fala da história dos dinossauros.»
c) «Venho falar sobre a minha opinião sobre a televisão.»
Estes são alguns exemplos daquilo que ouço diariamente, em sala de aula, mas também do que leio nos textos escritos pelos alunos. Apesar de tentar explicar aos alunos que utilizamos este verbo, sobretudo, quando nos referimos a conversas («Ele falou com ela», «Ele falou dela», «Ele falou dos seus problemas»...), vejo que nem sempre percebem a diferença e tenho alguma dificuldade em explicá-la de outro modo.
Assim para as frases acima, sugiro que escrevam/digam:
a) «Ele disse/afirmou que ia ao cinema.»
b) «O texto conta/narra a história dos dinossauros.»
c) «Vou apresentar a minha opinião sobre a televisão.»
Gostaria, então, de saber se há alguma resposta mais adequada que eu possa transmitir aos meus alunos para a resolução desta situação, pois as suas dificuldades de expressão, quer oral, quer escrita, têm vindo a agravar-se e, contrariamente ao que muitos afirmam, não por culpa dos confinamentos a que estiveram sujeitos.
Agradeço, desde já, a sua disponibilidade em responder.
O significado de ressecar
Tenho uma dúvida sobre uso do verbo ressecar. Podemos usá-lo para indicar outra situações que não envolvam água?
Por exemplo: «o plástico da carenagem da minha moto está ressecado de tanto pegar sol»?
Pergunto isso porque sempre ouço na linguagem do dia a dia frases desse tipo, porém ao consultar alguns dicionários, só vi abonos com contextos envolvendo água.
Agradeço desde já o apoio e compreensão de sempre.
A forma qui-lo (conjugação pronominal)
Gostava de saber qual é a forma correta na conjugação de querer (quis) + o/a/as/os.
É frequentemente advertido que, no Português europeu, o verbo querer quando combinado com pronomes oblíquos na segunda e terceira pessoa pode adquirir as formas quere-o/requere-a. Fiquei, então, na dúvida se algo parecido acontece ou não nas suas respetivas formas do pretérito quis. Está correto «ele qui-lo» em Portugal?
Muito obrigado desde já por qualquer esclarecimento desta pequena dúvida!
O verbo cair com complemento oblíquo
O verbo cair é intransitivo. Não obstante, na frase «A árvore caiu sobre mim» o segmento «sobre mim» não é complemento oblíquo?
Obrigada.
Modificador do grupo verbal: «estudar com os colegas»
Gostaria de solicitar um esclarecimento relativamente à função sintática desempenhada pela expressão «com os colegas» nas frases seguintes:
«A Maria estudou com os colegas.»
«A Maria estudou a matéria com os colegas.»
Gerúndio: «qual fantasma, os olhos cintilando no escuro»
Gostaria de saber se, em bom estilo literário de língua portuguesa, são aceitáveis construções como as que seguem (refiro-me às orações [que finalizam as frases], com o gerúndio, tão comuns no inglês):
«O matuto ficou ainda um instante perto da vítima, qual fantasma, os olhos cintilando no escuro.»
«Tito ia à frente, seguido dos companheiros, os punhais cintilando na escuridão.»
Se possível, poderiam dar-me exemplos tirados dos melhores autores?
Agradecido desde já.
