Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Tema: Uso e norma
Gonçalo Elias Formador Castelo de Vide, Portugal 1K

Gostaria de saber se existe o termo mandarina como feminino de mandarim.

Obrigado.

Lucas Tadeus Oliveira Estudante Mauá, Brasil 1K

Estava perguntando-me aqui o motivo de não haverem traduzido o título do livro de Gustave Flaubert Madame Bovary para "Dona Bovary". Vamos por partes.

No Brasil podemos referir-nos a uma mulher desconhecida de X maneiras:

1) Senhora – tanto para velhas como novas.

«A senhora irá à festa de Carlos.»

«Que horas são, senhora?»

Pode-se acrescentar o pronome possessivo minha para suavizar o solenidade. Se a mulher for casada ou a sogra, às vezes prefere-se usar dona.

2) Dona – sempre acompanhado do nome.

«A dona Ivete morreu ontem, sabia?»

«Dona Cleide, a senhor pode me fazer um favor?»

3) Madame, senhorita e senhorinha – de maneira mordaz, sarcástica.

«Então quer dizer que a madame não gosta do que faço?»

«Eu aqui trabalhando. E a senhorita aonde? A senhorita só na gandaia.»

«E a senhorita quer tudo de mão beijada? Quer que lhe lave as roupas, que faça o café, o almoço, a janta?»

Parece-me, de acordo com o uso no Brasil, o melhor seria "Dona Bovary".

Evandro Braz Lucio dos Santos Professor Santa Quitéria, Brasil 1K

A frase «chamas-te Maria», transformada para a voz passiva analítica, ficaria «é chamada de Maria» ou «és chamada de Maria»?

Obrigado.

José Sousa Lisboa, Portugal 1K

Acerca das várias respostas dadas pelo Ciberdúvidas sobre «ir ao encontro» vs «ir de encontro», gostava de vos expor este meu raciocínio de mera intuição linguística.

Eu ir de encontro a alguém na rua é dar-lhe um encontrão, é ir contra ele. Não há qualquer dúvida quanto a isso. Agora «ir de encontro» ao que o alguém pensa ser «ir contra» o que essa pessoa pensa já me parece ser uma transposição demasiado literalista de uma expressão usada no plano físico, transposta abusivamente e com o mesmo sentido para o plano das ideias. Até porque as ideias não andam aos encontrões umas às outras...

Sinto o «ir ao encontro» e o «ir de encontro» ao que alguém pensa como expressões de valor equivalente. O «ir ao encontro» implica um percurso, um caminho, algo mais lento, o «ir de encontro» ao que alguém pensa como algo mais imediato e forte, uma espécie de: Bingo. É isso mesmo!

É o que me diz a minha sensibilidade linguística, admito que numa interpretação bastante própria. Sei que o Ciberdúvidas não concorda com ela, mas gostava, mesmo assim, de saber, se a acham demasiado abstrusa...

Eu, francamente, acho algo sui generis considerar «ir de encontro» ao que o alguém pensa como «ir contra aquilo que essa pessoa pensa»...

Antonio Batalha Economista Madrid, Espanha 1K

Não encontro a palavra "aclaratória" no dicionário de Português Priberam.

Ela não existe?

Lucas Tadeus Oliveira Estudante Mauá, Brasil 1K

Gostaria de saber se donzela pode ser usado como sinônimo de senhorita, que é uma mulher jovem solteira.

Sempre tomei donzela como «mulher frágil», mas recentemente li em José Lins do Rêgo o seguinte: «Depois do ensaio ficavam conversando na rua. O presidente ia levar as donzelas em casa.»

E pergunto do masculino donzel: pode ser usado como sinônimo de senhorito?

Sei que, para designar um homem solteiro, não existe este vocábulo, mas a questão fica em pé.

Nuno Ramos Desempregado Portugal 1K

Qual das frases se encontra correta: «O Joaquim está lá na Alemanha» ou «O Joaquim está lá para a Alemanha»?

Já ouvi bastantes vezes a preposição para juntamente com o advérbio de lugar , mas nunca tive a certeza de estar certa gramaticalmente.

António José Forte Machado Engenheiro (Reformado) Lisboa, Portugal 567

«A luta por causas nobres exultava-o.»

A frase está correta?

José Costa-Ramos Reformado Vila Nova de Gaia, Portugal 3K

A expressão «resolver o quanto antes» está certa ou é dialecto lisboeta?

 

N.E. – O consulente adota a ortografia de 1945.

Augusto Cesar Estudante Salvador, Brasil 1K

No poema "A morte de Tapir" de Olavo Bilac, vejo os seguinte versos:

Quanta vez do inimigo o embate rechaçando
Por si só, foi seu peito uma muralha erguida,
Em que vinha bater e quebrar-se vencida
De uma tribo contrária a onda medonha e bruta!

Dúvida: a expressão «quanta vez» significa o mesmo que «quantas vezes»? Nunca a vi ser usada no singular. É possível isso? Qual é a interpretação correta?

Obrigado.