Controvérsias - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Polémicas em torno de questões linguísticas.

«De repente, (...), rebentou nos jornais [portugueses] uma borrasca que, ao que parece, se vinha gerando desde há tempos na Academia das Ciências de Lisboa» – escreve o autor, sobre o Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea, vindo a público em 2001, «após doze anos de duros e silenciosos trabalhos.»

[artigo publicado na revista Visão do dia 4/05/2006, de que se transcreve a seguir, na íntegra com a devida vénia. Cf. nos Textos Relacionados outras opiniões sobre o Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea.]

«Vai para cinco anos – escreve neste artigo o autor, publicado no Diário de Notícias de 10/05/ 2006 –, tive ensejo de tecer críticas de vária ordem ao infelicíssimo Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea da Academia das Ciências de Lisboa. Diga-se desde já que, na verdade, o dicionário não resulta do trabalho aturado dos académicos em comissões ou sessões que funcionassem com esse objectivo e muito menos resulta da sedimentação desse trabalho ao longo da existência da instituição. (...)»

[Sobre esta obra, e com  opinião diferente, vejam-se ainda os artigos assinalados nos Textos Relacionados.]

Vai para cinco anos, tive ensejo de tecer críticas de vária ordem ao infelicíssimo Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea da Academia das Ciências de Lisboa. Diga-se desde já que, na verdade, o dicionário não resulta do trabalho aturado dos académicos em comissões ou sessões que funcionassem com esse objectivo e muito menos resulta da sedimentação desse trabalho ao longo da existê...

«A edição do Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea da Academia das Ciências de Lisboa  – escreve neste artigo Fernando Venâncio Peixoto da Fonseca – deve saudar-se, primeiro porque finalmente saiu como obra completa, isto é de A a Z, ao contrário das duas anteriores tentativas (fins dos séculos XVIII e XX), que se ficaram pela letra AO facto de ser constituído por dois volumes é secundário, poderia tê-lo sido só por um, como o da Academia Espanhola.  (...)»

Saramago, o Ibérico

«Os romances mais recentes de José Saramago contêm centenas de espanholismos. Não estranhamos. O castelhano foi sempre uma fonte onde [nós, os portugueses] saciámos a sede. Mas o atenuar das fronteiras económicas pode acelerar o processo. É isso o que desejamos?»

Artigo do crítico literário e professor universitário português Fernando Venâncio, publicado originariamente no semanário "Expresso"  de 1 de de Abril de 2006.

Pela dignificação do ensino do Português
A respeito dos exames nacionais de Português em 2005

Os exames de Português do 9.º do 3.º ciclo e do 12.º ano do ensino secundário, em 2005, em Portugal, nesta controvérsia* assinada pela professora Maria do Carmo Vieira, em artigo pubicado no jornal Público do dia 26 de janeiro de 2006, a segur transcrito, na íntegra e conforme a norma ortográfica original.

* Cf.A propósito de uma petição

A propósito de uma petição
Esclarecimento sobre exames nacionais

«Tem circulado e sido objecto de alguns comentários nos meios de comunicação social a petição intitulada "Pela Dignidade do Ensino", cuja primeira signatária é Maria do Carmo Vieira. Porque o conteúdo dessa petição refere os exames nacionais de Língua Portuguesa do 3.º ciclo de 2005 e informações relativas a exames nacionais de Português do 12.º ano, divulgadas pelo Gabinete de Avaliação Educacional (Gave), entendemos ser necessário o esclarecimento de algumas das afirmações produzidas.»

Tenho sido contactado por alguns professores a propósito da TLEBS. A TLEBS é a Terminologia Linguística para os Ensinos Básico e Secundário, adoptada pela Portaria n.º 1488/2004, de 24 de Dezembro, que só deveria entrar em vigor após três anos de duração da experiência pedagógica. Mas, em Março deste ano, o Ministério da Educação enviou às escolas uma circular determinando que a TLEBS constitua uma referência no tocante às práticas lectivas, à concepção de manuais e a...

Sobre as frase em causa, vejamos:

A frase a) tem as palavras na ordem sintáctica normal. Por isso, a frase b) leva-nos a pô-la de lado, discordando do modo como se encontra formada sintacticamente no que respeita à posição dos vocábulos:

«O candidato passei a ser eu.»

Se o sujeito desta oração é "o candidato" e não "eu", a forma correcta do verbo é passou e não passei. É assim que muitos argumentam.

Parecem-me correctas e aceitáveis ambas as frases. Se considerarmos que é a chamada ordem directa a mais usual em português (sujeito, predicado e complementos), em «O candidato passou a ser eu», o sujeito é O candidato, e eu é o nome predicativo do sujeito. Se, porém, optarmos por «O candidato passei a ser eu», equivalente a «(Eu) passei a ser o candidato», o sujeito é (eu), e o candidato é o nome predicativo do sujeito. Por outras palavras, su...