Levar uma surra, levar e ser levado
A gramática Amini Boainain Hauy, no livro Da necessidade de uma gramática-padrão da língua portuguesa (1983), diz que «os verbos que contêm passividade , como levar, sofrer e receber consideram-se neutros: Ele levou uma surra. Ele sofreu uma punição» (pág. 181).
Nas frases abaixo :
A) A ambulância levou Marcos.
B) Marcos foi levado pela ambulância.
A frase A está na voz ativa e a frase B na voz neutra?
Grato pela resposta .
Problemas sintático-semânticos num período composto
A justaposição de várias orações subordinadas adverbiais num só período composto subordinadas é considerada mal escrita? Haveria outra alternativa? Por exemplo:
«O estudante leu o texto científico para que pudesse iniciar sua pesquisa ainda que não gostasse do tema mas se saiu bem porque tinha domínio do conteúdo.»
Obrigado.
A preposição para na frase
«O mais importante para se levar numa viagem é uma boa ideia»
«O mais importante para se levar numa viagem é uma boa ideia»
Na frase «O mais importante para se levar numa viagem é uma boa ideia», o vocábulo para é uma preposição simples, ou é uma conjunção subordinativa final?
Obrigada.
Um modificador do grupo verbal na frase
«Os pátios ressoavam com o bater das armas» (Eça de Queirós)
«Os pátios ressoavam com o bater das armas» (Eça de Queirós)
«Com o bater das armas» desempenha a função sintática de complemento oblíquo na frase «os pátios ressoavam com o bater das armas»?
Obrigada.
A expressão «se P, então Q»
É comum observar-se a expressão "Se ocorre P, então ocorre Q", tanto na linguagem coloquial quanto em contexto técnico.
Neste caso, ocorrem-me duas possíveis classificações, que parecem ser, em princípio, conflitantes.
1) A oração «Se ocorre P» é subordinada adverbial condicional, e a oração «então ocorre Q» é a oração principal, em que «então» desempenha função de advérbio. Observa-se que a omissão ou troca de "então" não resulta em qualquer diferença nas sentenças.
2) A oração «Se ocorre P» não parece assumir o papel de oração coordenada sindética. Contudo, é possível omitir-se a partícula se e manter-se a sentença «Ocorre P, então ocorre Q», de sorte que ocorram duas orações coordenadas, sendo a segunda uma oração sindética conclusiva.
Parece-me razoável concluir que a ocorrência de se na primeira oração implica a classificação obtida em (1), dado que não é possível atribuir a se outro valor morfológico senão o valor de conjunção.
Gostaria, por gentileza, de vossa opinião a respeito do assunto.
Grato.
O infinitivo numa oração introduzida por ao
Numa das últimas respostas do consultório encontrei a seguinte expressão: «Ao cortarem-lhe as tranças, eles deixaram a menina muito triste.». Pergunto, uma vez que o sujeito das duas orações é o mesmo, se não poderá escrever-se também:«Ao cortar-lhe as tranças, eles deixaram a menina muito triste.» Antecipadamente grato
Condicionais contrafactuais: tempos simples e tempos compostos
Desconsiderando a substituição do futuro do pretérito simples do indicativo pelo pretérito imperfeito do indicativo em condicionais, que os lusofalantes fazem, gostaria de saber a diferença de significação entre:
(1) «Se ele não tivesse roubado isso, nós teríamos fugido.»
(2) «Se ele não roubasse isso, nós fugiríamos.»
Não consigo identificar a distinção de condicional contrafatual quando formada pelo (1) pretérito mais-que-perfeito do subjuntivo + futuro do pretérito composto do indicativo e pelo (2) pretérito imperfeito do subjuntivo + futuro do pretérito simples do indicativo. E ainda, não sei se é possível combinar as formas supracitadas e quais seriam os novos significados, como em:
(3) «Se ele não tivesse roubado isso, nós ganharíamos»;
(4) «Se ele não roubasse isso, nós teríamos ganhado».
Obrigado pela atenção.
Os advérbios de tempo associados ao auxiliar vir
no pretérito perfeito composto do indicativo
no pretérito perfeito composto do indicativo
Que advérbios de tempo é que podem ser usados com a perífrase «ter vindo a» mais infinitivo? Os que indicam tempo passado ou presente?
Pode usar-se atualmente com a mesma locução, como em: «Atualmente tem vindo a dar-se esse fenómeno»? Pode essa perífrase denotar o mesmo que um verbo finito acompanhado da preposição a seguida dum infinitivo, sendo equivalente a «Atualmente está a dar-se esse fenómeno»?
Obrigado
«Fazer dinheiro», «fazer erros», «fazer música» e «fazer passeio»
Alfredo Gomes, Júlio Nogueira, Luiz A. P. Victoria, entre outros gramáticos, consideram as seguintes expressões como galicismos sintáticos:«fazer dinheiro» (no sentido de «realizar, de conseguir dinheiro»); «fazer erros»(por «cometer erros»); «fazer música» ( por «compor música») ;«fazer passeio» (por passear ou «empreender um passeio»).
Gostaria de sabe se essas expressões já são aprovadas pela gramática normativa, já que são usadas com frequência, inclusive por grandes escritores contemporâneos.
Grato pela resposta.
«Face a» e «frente a»
Vejo com frequência as locuções «face a» e «frente a» em textos da mídia e até em textos acadêmicos , inclusive de alunos de letras.
Sei também que [Celso] Luft, no Dicionário de Regência Nominal abona essa expressão assim como «frente a».
Gostaria de saber se o uso de «face a» e «frente a» já está liberado em textos formais?
Grato pela resposta e parabéns pelo belo serviço de vocês.
