Gostaria de saber o significado do fruto no seguinte verso, do poema As Mãos, de Manuel Alegre:
«E estão no fruto e na palavra/as mãos que são o canto e são as armas.»
Gostaria de saber se na expressão seguinte se trata de uma metáfora ou de uma hipérbole:
«O sol baixara um pouco e estendia agora uma estrada de lume pelas águas.»
Obrigada.
Como se distingue diegese de discurso e se aborda a questão dos desencontros temporais entre uma e outra? Quais as implicações e as consequências da relação entre esses dois níveis temporais?
Gostaria de saber o que significa exatamente a palavra testemunho nos seguintes contextos:
1) «A organização por capítulos é a que consta dos testemunhos 20 (13)V e 21 (14)V por se considerar a mais completa.»
2) «Os testemunhos 20 (13)V e 21 (14)V têm, ao topo, a indicação "Melville, first tale".»
3) «Cada capítulo é precedido do pequeno resumo que consta dos testemunhos 23(5) Q-1 e 1v., pois facilita a compreensão do enredo.»
É substituível simplesmente por documento, ou tem algum valor semântico específico no campo da investigação de textos literários?
Obrigada.
Uma pergunta (colocada por um aluno do 5.º ano):
Já que a personificação corresponde, grosso modo, à atribuição de qualidades humanas (de persona) a seres não humanos, como se designa o processo inverso, quando eu dou qualidades dos animais às personagens (como, no exemplo: «O Luís voava sobre a cidade...»)?
Grato.
Estou escrevendo um glossário de retórica e poética e admiro particularmente certas figuras, como a litotes, o oximoro, o quiasmo e a antimetábole. Cada página é um verbete exemplificado com a poesia galega, portuguesa ou brasileira.
Compreendo a litotes como a sugestão meio eufemística, irônica de uma ideia; ou em dizer pouco para sugerir muito; atenuantemente. Portanto, um conceito um tanto mais elástico, tirado da etimologia da palavra, contrariando a maioria das definições que encontro, costumeiras em enfatizar apenas a negação do oposto. Como um dos exemplos, dentro da minha formulação, escolhi os seguintes versos de Guerra Junqueiro (A Morte de D. João, Introdução):
E o povo... o povo é rei! E rei como Jesus,
Para beber o fel, para morrer na cruz.
Disse-o pouco, mas sugeriu muito o tipo, e de forma irônica, da única "realeza" que cabe ao povo. Se a Sra. Eunice Marta me der o prazer de comentar minha proposição, tomarei por fé seus ensinamentos, ainda que contrários ao que imagino.
Agradeço antecipadamente.
Os versos de Florbela Espanca «É ser mendigo e dar...» e «É ter de mil desejos o esplendor/ E não saber sequer que se deseja» são exemplos de antíteses, ou paradoxos?
Obrigada.
Estou a analisar uma estrofe de Os Lusíadas para a disciplina de Língua Portuguesa e gostava que me ajudassem. Qual é a figura de estilo presente na estrofe 89 no verso que diz «Que brandura é de amor mais certo arreio» e também gostava de saber nesse contexto o que significa a palavra arreio.
Fico à espera da resposta.
Na seguinte frase: «A fome trazia-nos à hora certa das refeições.» Estamos perante uma personificação, ou uma frase em sentido figurado?
Atenciosamente.
Peço desculpa pelo exemplo que vou dar (retirado de uma quadra escatológica tradicional que se podia antigamente encontrar rabiscada nas paredes de qualquer quarto de banho de café da cidade do Porto), mas, de momento, não me ocorre nenhum exemplo retirado de escritas literárias mais elevadas. Reza assim a tal quadra:
«A cagar puxei um cigarro,
A cagar o acendi,
A cagar o fumei todo,
A fumar caguei para ti.»
Agora, a minha dúvida: como se chama a figura de estilo presente nos últimos dois versos da quadra, com a inversão dos verbos cagar e fumar: «a cagar fumei», «a fumar caguei»?
Muito obrigado e, mais uma vez, o meu pedido de desculpas pelo exemplo escatológico que dou. Se bem me lembro, este era um recurso estilístico comum no Padre António Vieira, mas não dispunha à mão de nenhuma colectânea das suas obras.
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