Qual o recurso estilístico usado no verso «pera o lago dos danados», no Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente?
«Poema do afinal
No mesmo instante em que eu, aqui e agora,
Limpo o suor e fujo ao Sol ardente,
Outros, outros como eu, além e agora,
Estremecem de frio e em roupas se agasalham.
Enquanto o Sol assoma, aqui, no horizonte,
E as aves cantam e as flores em cores se exaltam,
Além, no mesmo instante, o mesmo Sol se esconde,
As aves emudecem e as flores cerram as pétalas.
Enquanto eu me levanto e aqui começo o dia,
Outros, no mesmo instante, exactamente o acabam.
Eu trabalho, eles dormem; eu durmo, eles trabalham.
Sempre no mesmo instante.
Aqui é Primavera. Além é Verão.
Mais além é Outono. Além, Inverno.
E nos relógios igualmente certos,
Aqui e agora,
O meu marca meio-dia e o de além meia-noite.
Olho o céu e contemplo as estrelas que fulgem.
Busco as constelações, balbucio os seus nomes.
Nasci a olhá-las, conheço-as uma a uma.
São sempre as mesmas, aqui, agora e sempre.
Mas além, mais além, o céu é outro,
Outras são as estrelas, reunidas
Noutras constelações.
Eu nunca vi as deles;
Eles
Nunca viram as minhas.
A Natureza separa-nos.
E as naturezas.
A cor da pele, a altura, a envergadura,
As mãos, os pés, as bocas, os narizes,
A maneira de olhar, o modo de sorrir,
Os tiques, as manias, as línguas, as certezas.
Tudo.
Afinal
Que haverá de comum entre nós?
Um ponto, no infinito.»
Acerca deste poema de António Gedeão, queria saber qual o significado das duas últimas estrofes.
Obrigado e continuação de um bom trabalho.
«O rosto de Ritinha denotava tristeza.»
Qual o sentido conotativo e o denotativo?
«Carrego um peso danado e, no fim do mês, ganho uma miséria.»
Qual o denotativo de «miséria»? E o conotativo?
«Sentaram-se todos em redor da merenda, metendo a mão no cesto, à vez, sem outro resguardar de conveniências que não atropelar os dedos, agora o cego que é mão de Baltazar, cascosa como um tronco de oliveira, depois a mão eclesiástica e macia do padre Bartolomeu Lourenço, a mão exata de Scarlatti, enfim Blimunda, mão discreta e maltratada, com as unhas sujas de quem veio da horta e andou a sachar antes de apanhar as cerejas.»
José Saramago, Memorial do Convento.
Qual é a figura de linguagem que o narrador utiliza para marcar as diferenças de nível e grupo social das personagens?
Estou com muitas dificuldades em analisar as «Despedidas de Belém» d´Os Lusíadas, no que diz respeito aos recursos estilísticos. Será que me podem ajudar?
Qual a figura de linguagem existente nesta frase?
Qual o recurso expressivo usado nos versos: «e não há chave, fecho ou tranca/ que encerre a porta larga dos meus sonhos» (Álvaro Magalhães, O Reino Perdido)?
A anástrofe faz parte do programa de Língua Portuguesa do 9.º ano? É uma figura de estilo fundamental para estudar e compreender Os Lusíadas nesse ano de escolaridade?
Gostava de saber o que significa «cheiro a formiga» na obra A Relíquia, de Eça de Queirós.
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