[Estou] com dúvidas na diferenciação da classificação modificador do grupo verbal/ modificador de frase.
Exemplos de modificadores do grupo verbal:
1. O dia amanheceu tranquilo, em Faro. (onde o dia amanheceu tranquilo?)
2. Gostei de ver aquele filme no cinema. (onde gostaste de ver aquele filme?)
3. Vi aquele filme no cinema. (onde viste o filme?)
4. Irás servir Satanás porque sempre te ajudou. (porque irás ajudar Satanás?)
5. Sempre que vieres à Madeira vem visitar-me. (quando vens visitar-me?)
6. O Diabo acusa as personagens para que estas tenham consciência dos seus pecados. (porque acusa o Diabo as personagens?)
Os modificadores do grupo verbal não são exigidos pelo verbo mas modificam o verbo, podendo ser negados e interrogados.
a) Estão bem classificados estes exemplos?
Exemplos de modificadores de frase:
1. Embora seja bom estudante, o Pedro nem sempre está atento
2. Se o Diabo quisesse o Judeu na sua barca teria agido de outra forma.
3. Talvez os compradores estivessem certos.
4. Nunca tanta pressa vi.
b) Estão bem classificados estes exemplos?
c) Não se pode dizer que os modificadores de frase transmitem quase sempre uma opinião? Diz-se que os modificadores de frase não são exigidos, mas que modificam o verbo e também a frase, não podem ser negados nem interrogados.
d) Não percebo o que se quer dizer com o modificam a frase, pois os exemplos de modificadores do grupo verbal também modificam a frase!? Será que poderiam exemplificar com alguns exemplos para perceber a diferença! Por outro lado por vezes alguns dos modificadores de frase conseguem ser interrogados. Exemplos: • “Talvez os compradores estivessem certos”. Nesta frase posso colocar a questão: Os compradores estavam certos? Sim, talvez os compradores estivessem certos. • “Nunca tanta pressa vi”. Nesta frase posso colocar a questão: Quando viste tanta pressa? Nunca.
e) Por último, pode-se afirmar que as orações subordinadas adverbiais, causal, temporal e final representam sempre a função sintática de modificador do grupo verbal e as orações subordinadas adverbiais, condicional e concessiva representam sempre a função sintática de modificador de frase?
Muito obrigada pela vossa atenção.
Na frase «O mundo, como destas amostras se pode concluir, não promete soberbas felicidades», como se classifica a oração que está entre vírgulas?
Na frase «Mesmo que não chova, não vamos lá no domingo, que ainda está frio», a 3.ª oração «que ainda está frio» deve ser considerada oração coordenada explicativa ou oração subordinada causal?
Mesmo lendo os vossos esclarecimentos sobre a distinção destes dois tipos de orações, fica a dúvida: é uma explicação ou uma causa?
Aguardo os vossos esclarecimentos. Desde já agradeço a atenção dispensada.
«É razoável uma exigência que não pondera, minimamente que seja, os interesses em jogo?» é uma frase gramatical?
Se tivéssemos «ponderação, (por) mínima que seja», parece-me que o predicador é o adjetivo mínima (antecedente de que) e que o sujeito/argumento é ponderação. Mas em «minimamente que seja» não me é nada claro.
Ao consultar dicionários estrangeiros, notei algo que me tem deixado intrigado: diversas das palavras que costumamos chamar conjunções na gramática do português são denominadas advérbios em inglês, alemão e francês. Em inglês são encontradas às vezes como sentence adverbs ou conjunctive adverbs. Refiro-me a algumas conjunções coordenativas adversativas e conclusivas.
Por que seguimos chamando de conjunções palavras como portanto e entretanto? Temos alguma justificativa teórica para tanto ou é apenas tradição?
O que me leva a pensar o seguinte: quais seriam os critérios para classificar vocábulos semanticamente parecidos como conjunção e advérbio nessas outras línguas e não por aqui (ex.: but/conjunção x however/advérbio; mas, contudo/conjunção)? Apenas a mobilidade e a possibilidade de coocorrência (ainda que somente no registro informal)?
Desde já, agradeço.
É possível explicarem-me em que contextos é que iniciar uma frase com «Claro que» não é correto? Quando é que se exige a colocação do verbo ser antes de claro (e.g. «É claro que»)?
Muito obrigado.
É correto dizer «O homem de que te falei» / «O homem do que te falei», ou devo dizer exclusivamente «o homem do qual te falei»?
De igual maneira, posso usar indiferentemente as suas formas no seguinte caso, ou usar o que com preposição é incorreto/arcaico/extremamente formal?
«A pessoa com a qual trabalho.» / «A pessoa com a que trabalho.»
Agradeço muito a resposta.
Gostaria de saber qual o emprego correto dos pronomes relativos na seguinte frase:
«A seguradora "a que ou à qual" pagamos o seguro do carro faliu.»
Entendo que «à qual» ocorre porque se entende o verbo pagar como VTDI [verbo transitivo direto e indireto], ou seja, paga-se algo (o seguro do carro) a alguém (a seguradora). Porém, não entendo por que poderá ocorrer «a que».
«Havia belas árvores simétricas, de troncos eretos como os das palmeiras, que a um exame mais atento se via serem simples groselheiras.»
Como analisar sintaticamente as orações do período acima? Especialmente gostaria de saber como se classificaria a oração «se via», considerando que a conjunção que exerce a função de sujeito da oração «serem simples».
Agradeço antecipadamente.
Já fiz uma pesquisa exaustiva em diferentes gramáticas e em muitas entradas do Ciberdúvidas, mas continuo sem chegar a uma resposta conclusiva. Percebo que a utilização da vírgula é um tema movediço, mas a minha dúvida tem que ver com uma utilização específica, ou, pelo menos, circunscrita.
Nas orações condicionais e estando a subordinada depois da subordinante, a vírgula antes da conjunção se é obrigatória?
Se em frases como:
«Se amanhã ele não vier, vou procurá-lo.»
«Se ele não tivesse chegado a tempo, ela ter-se-ia zangado.»
A inserção da vírgula é obrigatória e não me causa dúvidas, já em frases como as seguintes o mesmo não é tão óbvio.
«Seria agradável aceitar a teoria da mãe, se não tivesse uma falha crucial.»
«A estratégia dela ficou clara — desconfiava que ele adiaria qualquer confronto agendado, se lhe dessem hipótese.
Consultando Rodrigo de Sá Nogueira, vemos que ele defende a inclusão da vírgula. Mas, por exemplo, o consultor do Ciberdúvidas Carlos Rocha na entrada «Sobre valores da conjunção se» já sente necessidade de justificar a sua inclusão por não ser obrigatória.
Posso contar com a sua prestimosa ajuda para resolver esta dúvida com todas as explicações que achar necessárias e pertinentes?
Este é um espaço de esclarecimento, informação, debate e promoção da língua portuguesa, numa perspetiva de afirmação dos valores culturais dos oito países de língua oficial portuguesa, fundado em 1997. Na diversidade de todos, o mesmo mar por onde navegamos e nos reconhecemos.
Se pretende receber notificações de cada vez que um conteúdo do Ciberdúvidas é atualizado, subscreva as notificações clicando no botão Subscrever notificações