DÚVIDAS

Infinitivo independente declarativo: «"dizer" que já enviei as fichas...»
Tenho recebido [algumas mensagens de correio eletrónico] que, após o cumprimento inicial, começam com o verbo no infinitivo. Parece-me incorrecto, mas a colega diz que aprendeu assim na faculdade. Por exemplo: «Boa tarde. Dizer que já recebi as fichas de avaliação de todos os elementos do departamento. (...)» Está correcta esta frase, ou outras como esta? Já tentei pesquisar, mas apenas encontro referência a casos de língua inglesa. Obrigada.
«Se tinha marcado...»: orações condicionais
Há já bastantes anos que tenho ouvido uma conjugação verbal nova. Pelo menos não me recordo de ser assim antes, e parece que agora se tornou dominante, mas que eu me recuso a usar. Às vezes num relato de futebol era bem comum. Exemplo: «Se ele tinha marcado falta, o Ronaldo teria sido expulso do jogo.» Não deveria ser: «Se ele tivesse marcado falta, o Ronaldo teria sido expulso do jogo»? Parece-me uma hibridação de dois tipos de conjunção verbal distintos. Este tipo de conjunção, a meu ver incorreta, é absolutamente comum nos dias que correm. Outro exemplo: «Se eu tinha deixado cair as chaves, não poderia entrar no carro.» Creio que o correto é: «Se eu tivesse deixado cair as chaves (...).» Isto faz algum sentido, ou terei de me converter a algo que acreditava estar errado? Muito obrigado.
Ainda a vírgula antes da conjunção subordinativa consecutiva que
Como fica a vírgula em orações consecutivas com que depois de tão, tanto e tal? Li a instrução de que se deve usá-la sempre, mas há muitos exemplos de boas fontes que não o fazem. Que critério seguir? Dispensar a vírgula nos períodos de fácil entendimento? Exemplos sem vírgula: (Machado de Assis Dom Casmurro) «A vida é tão bela que a mesma ideia da morte precisa de vir primeiro a ela... O que cismei foi tão escuro e confuso que não me deixou tomar pé... Continuei, a tal ponto que o menor gesto me afligia...» Napoleão Mendes de Almeida, Gramática Metódica: «Portou-se tão bem que o elogiaram.» Dicionário Houaiss: «Tanto repetiu a leitura que conseguiu decorá-la. Bateu tanto que quase matou.»
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