Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Tema: Uso e norma
José Pedro Sousa Controlador de Tráfego Aéreo Lisboa, Portugal 1K

Não querendo, de todo, desafiar Alberto Caeiro ou qualquer outro dos heterónimos de Pessoa, gostaria de (melhor) compreender a regra que permite escrever o seguinte: "O rebanho é os meus pensamentos"

Bem sei que se aplicam regras específicas quando se utilizam nomes colectivos. Porém, aplicando a mesma lógica, peço-vos que me indiquem se os próximos exemplos estão ou não correctos:

«O público é as minhas emoções.»

«A multidão é as minhas reivindicações.»

Grafia de acordo com a norma ortográfica de 1945

Patrícia Silva Assistente Administrativa Amadora, Portugal 630

Gostaria de saber se é válida ou merece alguma censura a utilização do termo "essenciais" com o significado de "produtos essenciais". Esta utilização é cada vez mais frequente no setor do comércio.

Alguns exemplos:

«Essenciais para carro» (Lidl)

«Essenciais para a escola» (Apple)

«Essenciais para casa» (H&M)

«Lista de essenciais» (Público, Fnac, entre outros).

Obrigado

Berta Isidro Aposentada Porto, Portugal 3K

Gostaria de saber se se diz «Espero que tudo “corra” bem» ou «Espero que tudo “decorra” bem»?

Farajollah Miremadi Engenheiro Lisboa, Portugal 6K

Podiam dizer-me o significado da expressão sublinhada na segunda frase no diálogo?

– Eram dois ladrões. Foram presos na sexta-feira.

Já não era sem tempo, mas, se calhar, daqui a três ou quatro meses já estão cá fora outra vez e voltam a fazer o mesmo.

Luiza Beirão Pesquisadora Vila dos Remédios (Fernando de Noronha), Brasil 1K

Se existem os termos sulista, nortista e nordestino para designar os habitantes das regiões correspondentes do Brasil – SulNorteNordeste –, não seria de bom uso haver também "sudestino" e "centro-oestino" para se referir aos habitantes das outras duas regiões desse país – Sudeste e Centro-Oeste?

Já vi ambos os termos em trabalhos acadêmicos, mas não achei no vocabulário da Academia Brasileira de Letras nem em outro dicionário de referência. Atenciosamente, Luiza Beirão

Diogo Maria Pessoa Jorge Morais Barbosa Revisor Lisboa, Portugal 702

dicionário da Porto Editora diz-nos que se escreve "subsídio-dependência". O da Priberam diz-nos que se escreve "subsidiodependência".

Qual deles está errado?

Edimilson Junior Estudante Brasilia, Brasil 994

Recentemente li num blog a frase: «Umas pessoas não comem gatos.»

Em seguida houve um comentário afirmando que esta frase estaria errada, porém sem explicar o porquê.

Fiquei confuso, pois me pareceu que «Algumas pessoas não comem gatos», soaria melhor aos ouvidos.

Assim, gostaria de saber qual seria a construção correta e se haveria alguma orientação ou cautela no emprego de umas e algumas, particularmente no início das frases.

Obrigado!

João Daniel de Andrade Gomes Luís Técnico Superior Funchal, Portugal 887

Durante um debate entre parlamentares num canal de TV, vi uma deputada cumprimentar os participantes referindo-se aos telespectadores em casa com a expressão «aos que nos assistem».

Ora, dito assim, parece-me que que a senhora estará a dizer «aos que nos ajudam», e deveria ter dito «aos que nos veem/ouvem» em casa.

Em todo, porque tenho dúvidas na utilização deste verbo na construção frásica, solicito o vosso esclarecimento.

Melhores cumprimentos.

Patrícia Silva Assistente administrativa Amadora, Portugal 734

Gostaria de saber se é correto utilizar tanto os qualificativos maior/menor como mais alta/mais baixa com o termo "prioridade". Ou seja:

1. A prioridade do processo A é mais alta do que a prioridade do processo C

2. A prioridade do processo A é maior do que a prioridade do processo C

Estão ambas corretas?

Obrigada.

José Antonio Fernández Professor (reformado) e psicólogo Pontevedra, Espanha 1K

No uso de formas verbais, tenho dúvidas sobre o uso dos verbos ter e haver como auxiliares.

– Em expressões como «Tinha-me preparado para a docência»/ «havia-me preparado para a docência», gostaria de saber se são equivalentes, se se pode usar um verbo ou o outro indistintamente. Neste caso coincidiria com o tempo verbal chamado em espanhol pretérito pluscuamperfecto: «Me había preparado para la docencia».

E também [queria saber] se é equivalente à expressão: «preparara-me para a docência.» Acho que neste caso a forma verbal em português é o pretérito-mais-que-perfeito, e coincidiria com o que dizemos em galego: «Preparárame para a docencia.»

Outros exemplos similares: «Ele disse que havia tido uma espécie de alergia na pele.»/«Ele disse que tinha tido uma espécie de alergia na pele.»/«A moça entrou e disse que tivera um sonho terrível

– Em espanhol: «Él dijo que había tenido una especie de alergia en la piel.»/ «La chica entró y dijo que había tenido un sueño terrible.»

–  Em galego: «El dixo que tivera unha especie de alergia na pel.»/ «A rapaza entrou e dixo que tivera un soño terrible.»